terça-feira, 5 de junho de 2018

CAPÍTULO 35 - nao fuja

Tum-tum...tum-tum...tum-tum...

Oração do dia 5 Palavras para sintonizar com o Bem.

Oração do dia 5 Palavras para sintonizar com o Bem. Neste momento, tenho a real sensação de estar perfeitamente sintonizado com o próprio bem. Já não me sinto apartado de bem. Estou repleto de alegria, pois tomei consciência de meus direitos como filho de Deus que habita a casa do pai. Despertei do pesadelo e dirijo-me para junto do pai. Agora estou perfeitamente consciente da Vida, do amor e da sabedoria de Deus que habita dentro de mim. Estou consciente de que minha situação e meu destino nada mais são que reflexos de meus próprios pensamentos. Por isso, penso somente no que existe de melhor, mais puro e mais verdadeiro. Sou capaz de descobrir, entre uma infinidade de coisas, o que é bom e o que desejo obter. Sinto-me preenchido de sabedoria e força de Deus. Estou exultante, sentindo-me um com a vida do Universo. Tudo que desejo se concretiza, com certeza. Agradeço a Deus por esta benção.

Medicação diária (cecp) dia 05

Posso concentrar-me perfeitamente em qualquer assunto

segunda-feira, 4 de junho de 2018

18 - Fertilidade: Quando é difícil engravidar - YOD LAMED KAF

18 - Fertilidade: Quando é difícil engravidar - YOD LAMED KAF Às vezes, um casal encontra dificuldades em conceber um filho. Este Nome é o DNA espiritual da fertilidade.
REFLEXÂO: Se cometemos o engano de acreditar que somos a verdadeira fonte de nossa abundância, bênçãos e milagres, nossas vidas inevitavelmente se tornarão estéreis como um deserto.
As almas ficam estéreis devido à auto-estima excessiva.
Gerar crianças, gerar novas idéias ou gerar soluções para os negócios, tudo isto requer a força divina da fertilidade.
Mentes e corpos férteis produzem os tipos de milagres e bênçãos que nos levam à plenitude no sentido mais profundo.
Reconhecer e apreciar esta verdade profunda coloca este Nome em ação.
AÇÂO:  Abundância e fecundidade preencher seu ser.
Você é imbuído do poder da procriação.
Você pode meditar também em outra pessoa a que esteja tentando a iniciar uma família.

Seicho-No-Ie do Brasil - Mensagem Diária

Seicho-No-Ie do Brasil - Mensagem Diária
É O ESPÍRITO DE GRATIDÃO QUE NOS CONDUZ À SALVAÇÃO DE DEUS. 
Cultivando-se o espírito de gratidão, ocorre a cura de doenças. Não é só isso. O espírito de gratidão conduz também à prosperidade nos negócios. Se você conseguir manifestar o espírito de gratidão não somente em relação aos clientes e às mercadorias, mas também em relação aos antepassados, à esposa (ou ao marido) e aos filhos, seus negócios prosperarão naturalmente.
 

4º Dia do Mês

4º Dia do Mês
1. Neste dia concentrar-se em cristais ou pedras. Você pode até ter apenas um grão de
areia para esse foco. Digamos que você tenha selecionado uma pedra particular. Agora
imagine uma esfera em torno dela, enquanto você está se concentrando nela. Esta é a
esfera de informação. Mentalmente veja todos os eventos que você deseja aparecerem
nessa esfera. Basta colocar os eventos que você deseja dentro desta esfera. Desta forma
você está dando uma direção para seus eventos, concentrando-se sobre eles.


2. Dígitos para Concentração
*Concentre-se intensamente na sequência de sete números: 5194726
*Concentre-se intensamente na sequência de nove números: 715043769


3. Criar o mundo, harmônico e eterno, como se cada movimento deste mundo estivesse
correlacionado com você como uma personalidade única. Quando você chegar à
união com o mundo - que estes métodos concretos para a orientação de eventos
fornecem -, seu mundo existirá em todos os lugares e você vai entrar nele. Você o terá
em suas mãos e suas mãos se tornarão o mundo que contém o mundo. E você vai ver
que você vai sair do reino do tempo, você vai tocar o mundo de mundos e vai ser uma e
a mesma para todos. Você vai ter escolhido a fonte comum, assim como todos os
outros. Criar este mundo de modo que é um mundo ideal para você e para todos os
outros. Este ideal não necessita de ser isolado. Segure o ideal de todas as pessoas - e de
si mesmo em seu mundo unificado, da mesma forma como existe na unidade do
universo.
Observe a perspectiva de que esses métodos oferecem, eles precisam ser harmoniosos.
Um exercício deve seguir para o outro, tal como o segundo passo seguinte do
primeiro. Quando você está andando por uma rua, você vê que cada passo seguinte
decorre da anterior. Você pode se levantar de uma posição sentada e ver que há
múltiplas possibilidades para cada movimento. Eles se desenvolvem a partir de um
movimento anterior e pode se tornar o próximo movimento anterior.

128 - Louise Hay

128- “Eu disponho-me a pedir ajuda quando for necessário.”

CAPÍTULO 34

CAPÍTULO 34
Siga os sinais!
Os meus sinais!
Minha morte salvaria a minha morte. A morte que dera significado à minha vida:
Richard.
Era isso! Todo o tempo os sinais estiveram ali debaixo do meu nariz, buzinando,
cutucando, piscando e eu, na cegueira e egoísmo de minha fuga e tormentos, recusei-me a
enxergá-los. Muito mais do que parar de fugir, eu necessitava ver além. Mais do que tentar
sobreviver, eu precisava enxergar o invisível, compreender o incompreensível, contentar-me
com o descontentamento. A batalha havia acabado de fato, mas por outra causa. Era hora de
largar as armas e, de bom grado, dar boas-vindas à minha morte. Ver através dela e enxergar
a nova vida que brotava de sua beleza exuberante. Compreendê-la. Aceitá-la de braços
abertos.
Era o momento de confiar e simplesmente... Aceitar e Acreditar!
Aceitar que sempre existiu uma explicação para tudo:
Uma vida não perdida, mas doada.
O caminho não sinuoso, mas perfeito.
Meu destino não fatídico, mas libertador.
Acreditar que os meios justificaram o fim, na força do nosso amor, que Richard falava a
verdade!
Eu havia passado por tantas traições, mentiras e reviravoltas que minha mente, em sua
luta insana para se defender dos ininterruptos ataques, acabou procurando refúgio e se
enclausurando no casulo da desconfiança. Minha forma de autoproteção se transformara no
meu ponto fraco e o demônio agora se valia dele.
— Solte-o! — bradei para o demônio ao ver o estado crítico de Richard. Ele não
suportaria aquele ataque por muito tempo. — Tenho algo de valor para lhe dar desde que não
o mate!
— Obrigado, filhinha. Não tenho interesse — respondeu Malazar com sarcasmo.
— Prefere o duvidoso ao certo? Além do mais, quem lhe garante que a energia de
Richard será suficiente para romper definitivamente a magia que protege a catacumba? —
questionei com atrevimento.
Funcionou.
— Hã? Como... Como soube? — ele interrompia sua investida contra Richard, surpreso
por eu ter decifrado seu plano.
— Vi a energia se desprender do corpo de Guimlel e entrar no seu quando Von der Hess
o matou, a força que você adquire após a morte de alguém que tenha lhe vendido a alma —
disse sem rodeios e respirei aliviada ao detectar que Richard recuperava os sentidos. — Era
essa energia que pretendia sugar de Richard após matá-lo.
— E o que você tem a me oferecer? — indagou Satanás que, astuto, manteve-se o
tempo todo entre mim e Richard, impedindo que eu me aproximasse do meu guerreiro.
— Tudo.
— Nina, não! — Rick pediu, os olhos arregalados ao perceber meu semblante grave e
determinado. Ele me conhecia o suficiente para compreender que eu estava decidida a ir além.
A fisionomia de Malazar brilhou com a inesperada resposta.
— A vida de Richard vale mais que a minha e o amor que ele carrega no peito sempre foi
muito maior que o meu. Foi ele quem deu a sua vida inúmeras vezes para salvar a pessoa
amada. Foi ele quem cometeu loucuras inimagináveis, lutou contra Deus, o diabo e o mundo
para que eu, a híbrida, continuasse a respirar — prossegui aos brados e escutei o caos tomar
conta da multidão. Com o semblante urgente, Rick lutava para se colocar de pé. — Quero que
todos saibam que eu acredito em Richard de todo o meu coração! Quero que todos
testemunhem meu pedido de perdão por ter desconfiado da força do nosso amor. Richard
pode ter cometido seus erros no passado e nem sempre ter tomado os melhores caminhos,
mas deu provas suficientes do sentimento maior que nutria por mim. O fim justificou seus
meios obtusos e eu o amo ainda mais por isso. Uma vez minha mãe me disse que o verdadeiro
amor podia nascer das situações mais improváveis. Não podia estar mais certa... — senti toda
a energia positiva do mundo me envolvendo em seus braços e, em algum lugar distante, podia
jurar que Stela sorria para mim. Arfei de emoção. — Quando vocês compreenderem as dores
e prazeres imensuráveis que esse sentimento carrega consigo, perceberão que amar é muito
mais que tocar ou sentir. Amar é acreditar, é aceitar os defeitos do ser amado como virtude ou
um grande milagre, amar é se doar sem querer nada em troca. — Com o peito arfando de
emoção, sorri para Rick, plenamente consciente de que tomava a atitude correta pela primeira
vez na vida. Meu espírito transbordava em júbilo pela inesperada compreensão do significado
de tudo: minha vida doada seria o ponto divisório daquele povo, a ponte para um novo rumo,
um novo caminho, uma nova história. Caberia a eles traçá-la. — Malazar, quero que poupe a
vida de Richard e, em troca, eu lhe ofereço a minha alma. Não quero nada para mim. Desejo
apenas que Zyrk entenda de uma vez por todas o significado da palavra amor.
— Não! — A voz de Richard saiu rouca, num misto de pavor e desespero.
Silêncio sepulcral.
— Um sacrifício?! — Malazar balbuciou e arregalou os enormes olhos negros. —
NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A terra começou a tremer com violência, a noite ficou ainda mais escura e um vento
cortante varreu o lugar em uma fração de segundos. Pedras rolavam montanha abaixo, as
trincas do chão se transformavam em fendas imensas e engoliam tudo pelo caminho.
Apavorados, os zirquinianos que escapavam da inesperada tragédia berravam e corriam sem
direção, gerando um caos ainda maior.
Céus! Zyrk estava sendo aniquilada por minha causa?
O demônio soltou uma gargalhada estranha, abriu a boca desproporcional e começou a
engolir os milhares de Umbris que agora se debatiam e uivavam alto. Num piscar de olhos,
imensas garras, dentes e escamas se materializavam à minha frente. O ganido estrondoso
confirmava: Malazar novamente havia se transformado na besta assassina!
— Por Tyron! — Rick praguejou alto ao ver que estávamos encurralados. Sem sucesso,
tentou me puxar para trás quando o chão à minha frente foi varrido pelas garras do animal.
— Fique, Rick! É a mim que ele quer desde o início. Sempre foi — ordenei com
determinação, colocando-me de frente para a fera e enfrentando-a com fé e coragem.
Finalmente chegara o momento.
Em meio ao caos e ao mundo que desmoronava ao redor, a monstruosa fera lentamente
se abaixou, aproximou-se de mim e estancou bem à minha frente. Pude estudá-la em detalhes:
sua cabeça deformada pendulando de um lado para o outro, as narinas intrigadas se abrindo e
fechando com fúria, a névoa branca dentro de seus gigantescos olhos. Minhas mãos suavam
copiosamente, meu coração bombardeava minha caixa torácica. Senti minhas pupilas vibrarem
com força descomunal e então tudo fez sentido: o animal era mais que cego. Era amaldiçoado
e infeliz! E, dentro do show de horrores, presenciei o milagre acontecer.
Só que dentro de mim.
Finalmente entendi que, apesar de toda a compreensão que me invadia, eu enxergava
apenas os detalhes e não o todo, e era ainda mais cega que o pobre monstro. Tanto quis
encontrar os sinais que não percebi que mergulhara mais fundo na escuridão.
E me perdia.
Eu permanecia cega porque estava perto demais. Tive que me afastar, me doar, para
finalmente ver e entender. Estremeci de emoção ao compreender que, se nós desejarmos algo
de maneira altruísta e com todo o fervor da nossa alma, poderemos ser presenteados com a
luz divina dentro da nossa própria escuridão. Pontos de luz brilhante, como pequenos pixels de
amor. Centenas. Milhares deles se unindo e formando a grande imagem, a verdadeira
projeção.
Era mais que acreditar, aceitar ou doar.
A palavra que fazia minhas mãos queimarem nas brasas do bálsamo e meu espírito
vibrar de felicidade tinha um nome: Perdão.
Era o momento de perdoar e seguir em frente, onde quer que fosse esse novo caminho.
Perdoar Dale, meu pai biológico, que nunca me desejou e que me fez num gesto de puro
egoísmo.
Perdoar minha mãe que, a despeito de seu amor guerreiro e de ter doado sua vida por
mim, não dividiu suas dores comigo, não me contou seus segredos, não confiou em mim.
Perdoar Shakur, meu pai adotivo, que, mesmo sendo um zirquiniano, foi capaz de amar
minha mãe e a mim mais profundamente do que qualquer humano teria conseguido, mas que,
tomado por rancor, permitiu se enclausurar em seu orgulho e corpo destruídos e se esquecer
de mim.
Perdoar Richard, meu grande amor, que apesar de ter me dado provas do sentimento
poderoso que o movia, dando a vida por mim diversas vezes, não confiou em mim e traiu o
único sentimento que ainda me fazia ficar de pé e não desistir: a minha esperança.
Perdoar os zirquinianos, Tyron e a maldição milenar que a poderosa divindade havia
imposto àquele povo pela dor que sofrera ao perder seu filho amado. O grande Deus não
havia percebido que sua tristeza se transformou no castigo de tantos inocentes e alimentou o
ódio das pobres almas por anos sem fim.
E, principalmente, perdoar Malazar. A infeliz criatura ainda pagava pelas faltas do
passado. Suas ações detestáveis do presente nada mais eram do que o reflexo da dor e da
tristeza envoltas em uma couraça bestial de ódio avassalador. Um erro não se corrige com
outro. Malazar era a prova viva disso e, se Tyron não era capaz de enxergar a própria falha,
eu seria.
— Argh! — O animal pareceu pressentir algo e bateu com o bico no chão, fazendo-me
desequilibrar. Eu despenquei, caindo sentada pela fenda criada entre as grandes pedras
reluzentes. Ainda consegui jogar o corpo para trás e me segurar, deixando uma das minhas
pernas perigosamente flutuando no ar. Richard tentou se aproximar, mas a fera nos afastou,
colocando-se entre nós.
— Nina! — Rick tinha o maxilar contraído, as pupilas verticais, e, muito ferido, mal
conseguia se arrastar de um lado para o outro. Suas ações desencontradas confirmavam seu
desespero. Ele ainda queria chamar a atenção para si, mas, dessa vez, não adiantou.
Era o nosso confronto particular: meu e de Malazar.
E Richard sabia disso melhor do que ninguém.
Por entre a cabeça do monstro, olhei para o meu guerreiro uma última vez. E sorri.
Queria que ele compreendesse o que estava por detrás daquele sorriso: aceitação,
resignação. Precisava ardentemente que ele entendesse que eu estava bem, que minha
partida seria por uma boa causa, que eu havia aceitado meu destino e que estava, pela
primeira vez desde o meu nascimento, plena e feliz.
— Nãoooo! — Rick compreendeu e gritou em desespero.
Os berros de Richard se desintegraram em meio ao estrondoso ganido da besta.
Agitada, ela não perdeu tempo e, após bufar com força, levou o pescoço para trás, no típico
movimento de impulsão antes do golpe final.
Era o momento.
E aguardei.
Mas não fechei os olhos dessa vez. Eu queria ver, presenciar o fim daquela jornada
excepcional que se transformara minha vida. Minhas mãos eram duas bolas de fogo e tremiam
como nunca antes, mas não mais de medo. Era um tremor de pena, de perdão, de despedida.
O nervosismo do momento fez, como sempre, a cena se desenrolar em flashes fragmentados:
os uivos do vento, a impiedosa arma de dentes vindo com fúria e velocidade titânicas em minha
direção, a terra tremendo, os berros de pavor de Richard, o chão trincando, minhas mãos
suspensas no ar, a fera se aproximando, meus dedos tocando suas escamas e pele enrugada,
um brilho ofuscante, um arquejo alto, as pálpebras do animal se fechando com o meu toque e
tornando a abrir, agora surpreendentemente adornadas com duas pupilas reptilianas e não
mais cegas, um silêncio reconfortante, seu gemido de satisfação ao virar a cabeça gigantesca
para o sol e contemplá-lo por um tempo indefinido antes de desintegrar e desaparecer, como
mágica, bem diante dos meus olhos.
Uma luz...
Dentro do show de ilusionismo que acabara de presenciar, o brando sol de Zyrk
despontava no horizonte, o vento cessara e o chão parara de tremer. Silêncio. Como eu, o
lugar estava devastado e em choque. Tive que piscar várias vezes e ainda assim não tinha
certeza do que havia acabado de acontecer, do destino conferido a Zyrk, Malazar ou aos seus
Umbris. Apenas uma ideia martelava em minha mente: eu estava viva!
— Por Tyron! — a voz de Richard saiu fraca. Ele se deixou escorregar na parede de
pedras atrás de si, mal conseguindo respirar. Estremeci ao ver seu péssimo estado. Havia
sangue por todo seu corpo e sua perna esquerda estava em estado crítico.
— Rick! — coloquei-me de pé e corri em sua direção, abraçando-o como nunca antes.
Podia sentir meu amor por ele expandindo-se dentro do meu peito a ponto de me sufocar de
emoção. Ele afundou o rosto na curva do meu ombro e, após soltar um gemido, acariciou
meus ombros e pescoço. — Nós conseguimos, Rick! — soltei exultante, mas ele nada
respondeu e apenas suspirou baixinho.
— A híbrida liquidou Malazar! — escutei a notícia berrada ao longe. Os zirquinianos
retornavam à catacumba em estado de êxtase.
— Ela ainda está viva? — Uma voz angulosa se sobrepujava às demais.
— Não dá para ver — responderam vários homens em uníssono. — Richard está com
ela! Vejam! Rick conseguiu!
Imediatamente as mãos de Richard tremeram, suas unhas afundaram em minha pele e
seu corpo enrijeceu abaixo do meu.
— O que houve? — indaguei ao perceber sua estranha reação. Sem se afastar de mim e
com a cabeça ainda afundada em meu peito, Richard arfou alto. O calafrio de perigo, aquele
que me gelava da cabeça aos pés e turvava a minha visão, estava de volta. Meu pulso deu um
salto de alerta. — Rick, o que está acontecendo? O que...? — tentei me soltar, mas ele me
imobilizava, segurando meus braços com força. Virei o rosto e, finalmente, consegui pousar
meus olhos nos dele. Suas pupilas vibraram num curto-circuito avassalador até ficarem
completamente verticais e, naquele momento, compreendi a gravidade da situação.
E tive medo.
— E-Eu não queria que fosse assim... — O azul de seus olhos escureceu e sua voz
estava mais fria que o gelo.
— Richard, o que está havendo?
— É preciso — murmurou e pressionou meu corpo contra o dele.
Lá embaixo uma multidão se aproximava de nós.
— Me solta! — rosnei e, com sua força descomunal, ele segurou meus braços com
apenas uma das mãos. Meu raciocínio se liquefez e, perdida em meio ao caos que tomava
conta da minha mente, vi pelo canto dos olhos as cicatrizes da outra mão se aproximando do
meu peito. Algo reluziu em sua mão. Tremi de pavor. — Não!
— Sinto muito, Tesouro. Se pudesse ter sido diferente, eu...
Não. Não. Não!
— Rick, você é bom. — Meu coração dava socos frenéticos no peito. Nada daquilo fazia
sentido. Ou fazia? John tinha me alertado. Malazar havia dito a verdade, afinal? Richard só
estava esperando o momento certo para me matar e ser o senhor absoluto de toda Zyrk? —
Por que está fazendo isso comigo depois de tudo?
— Eu sou a sua morte.
— Não! Você é a minha vida! — esbravejei nervosa e desorientada.
— Não dificulte as coisas, Nina — ele balbuciou com a expressão sombria e o maxilar
trincado.
— Lá estão eles! — Nova voz chegava até nós. — A híbrida ainda está viva?
Richard liberou um som áspero por entre os dentes travados e os olhos azuis-turquesa
mais lindos do universo se fecharam para sempre. Senti sua mão se mover com destreza, o ar
sair com força por minha garganta, o grito perdido em algum lugar no caminho entre a
esperança e a incompreensão, e uma dor ardente me acertou em cheio. A fisgada lancinante
começou no meu coração e se alastrou como veneno pelo meu abdome, membros e espírito.
— Argh! Rick, o quê... ? — Levei as mãos ao peito e meus dedos se depararam com um
vasto rastro de sangue e decepção.
— Sinto muito. — Suas mãos trêmulas seguravam um pequenino punhal e estavam sujas
do meu sangue, ainda quente e brilhante.
— Por... quê? — perguntei sentindo a dor da minha alma se transformar em uma
dormência fria e cruel.
Richard me soltou e, de cabeça baixa, recuou. Ouvi berros ao fundo, talvez bramidos de
satisfação e entusiasmo, mas não consegui captar o que diziam em meu estado de torpor e
confusão máximos. O sangue esvaía em abundância da ferida aberta em meu peito, na chaga
de um amor impossível e amaldiçoado. Tentei respirar, mas também não encontrei oxigênio.
Eu sufocava e não sentia mais nada. Mãos, pernas, mente, tudo anestesiado.
— Acabou! A híbrida está morta! — A voz rouca de Richard anunciava a notícia
bombástica para a multidão que se aproximava. Escutei gritos de comemoração e seu nome
ser ovacionado, ecoando com força pela grande catacumba.
Congelada dentro do estado de choque da razão e do espírito, meus joelhos dobraram e
eu tombei. Antes de fechar os olhos, olhei uma última vez para ele. A expressão sombria de
Rick tinha dado lugar a uma curvada e arrasada. Sua testa era um amontoado de rugas, seu
peitoral subia e descia freneticamente, e ele tinha a face branca como cera. Os olhos na cor
vermelho vivo davam-me a impressão de que ele chorava lágrimas de sangue.
Ele também sofria?
Ri da nossa desgraça.
A rajada de compreensão foi o golpe de misericórdia na semente de esperança que eu
me negava a abandonar. Ela estava morta. Definitivamente sepultada. A dor insuportável que
se alastrava por todas as minhas células, o final triste e previsível, a relação condenada desde
o início, tudo fazia sentido agora.
O que esperar de diferente quando você se apaixona por sua própria morte?
Suspirei uma última vez antes de sentir minha face atingir o chão duro, um túmulo de
sonhos perdidos e vitórias conquistadas. Em minhas piscadas cada vez mais lentas, presenciei
a tela da vida perder o foco e o mundo escurecer. Mas havia cor em um local distante...
Pinceladas do azul da felicidade se misturavam ao verde-esmeralda do conforto e da certeza.
Se minha vida germinou dúvidas e perdas, minha morte era a certeza da paz. Zyrk sobrevivera.
O equilíbrio entre as quatro dimensões tinha sido restaurado. A chance de um recomeço entre
o céu, o inferno e as duas dimensões intermediárias. Saber que eu fui a ponte e o caminho
para essa união fez meu espírito regozijar de satisfação.
Estava na hora de partir.
Eu decifrara os sinais e havia cumprido a minha missão.
Escutei o gemido de desespero ao meu lado ser camuflado à força. Sorri ao perceber
que o grande buraco negro se transformara em uma bola de luz branca que agora me envolvia
em seu silêncio de despedida. Suspirei alto.
Então meu coração parou.
E eu morri

Oração do dia 4 Palavras para manifestar a força infinita.

Oração do dia 4
Palavras para manifestar a força infinita.
Neste momento, abro os olhos da mente e tomo consciência da natureza divina de minha alma; conscientizo que estou em perfeita união com Deus, Pai de todos. Deus está presente em tudo e em todos, está no âmago de meu ser. Por ter despertado para esta verdade sublime, posso exigir o que é melhor para mim. Já não recorro à força dos outros, pois sei que Deus é força suprema, e conscientizo que essa imensa força está alojada em mim. Embora eu não esteja ainda manifestando essa força em todos os aspectos, sei que a possuo. Gradativamente vou manifestando a força de Deus que existe dentro de mim. Sou um com a vida infinita; sou um com a Sabedoria infinita; sou um com o amor infinito. Possuo todos os atributos de Deus-Pai. Orgulho-me por minha alma não sofrer tolhimento de espécie alguma. Tendo a convicção de que sou um com Deus-Pai, minha alma está em paz. Ao perceber que ainda existe em minha mente algum pensamento que possa romper a união com Deus-Pai, afasto de uma vez por todas tal pensamento. Sou um com aquele que é próprio Bem. Sou um com Deus-Pai. Agradeço a ele por fazer com que minha alma tenha real consciência disso.

mediação diária (cecp) dia 04


Emprego meus poderes mentais apenas para fins honestos

domingo, 3 de junho de 2018

61 - Água: Removendo negatividade da fonte da vida - BET MEM KAF






61 - Água: Removendo negatividade da fonte da vida - BET MEM KAF
A porção de água mais poluída do planeta não é um lago altamente contaminado.
É o corpo humano composto por duas de 65% de água.    
REFLEXÂO:
De acordo com a ciência, a água é a substância mais misteriosa e menos entendida do universo.
De acordo com a Cabala, a água é a Luz de Deus manifestada no mundo físico.
Sendo assim, a poluição das águas é uma crise tanto física quanto espiritual.
Quando a água em nossos lagos e em nossas células está envenenada com toxinas físicas e espirituais, nossos sistemas imunológicos, pessoal e global, ficam perigosamente enfraquecidos.
A água realmente pura tem o poder de limpar física e espiritualmente.
Assim como a água milagrosamente dissolve a sujeira, a imundície e a porcaria do corpo físico, a essência meta-física da água dissolve a impureza e a negatividade espiritual que atraímos para nosso corpo e nossa alma.
Os cabalistas dizem que a água pode curar naturalmente, que a água pode rejuvenescer, e que a água possui o segredo da imortalidade.
Porém, os séculos de guerra, perseguição e ódio tiveram um preço; por causa disto, a água perdeu este poder intrínseco.
Este Nome ajuda a devolver toda a água ao seu estado original divino e imaculado.
AÇÂO:
Você purifica as águas da terra e estimula as forças de cura e imortalidade!

Seicho-No-Ie do Brasil - Mensagem Diária

Seicho-No-Ie do Brasil - Mensagem Diária
O SER HUMANO É ESSENCIALMENTE PERFEITO, PLENO DE HARMONIA.
No mundo criado por Deus, não existem doenças nem sofrimentos. Na verdade, o ser humano é perfeito, pleno de harmonia, mas a sua perfeição ainda não está manifestada no plano físico. E a ação de “tentar manifestar a perfeição também no plano fenomênico” é que constitui a ocorrência de dores ou de sofrimentos.

minutos de sabedoria

COOPERE com sua pátria, para engrandecer- se a si mesmo.
A pátria é a reunião de todos nós. No entanto, evite buscar apenas vantagens pessoais, pois aquilo que você retirar a mais para você estará prejudicando a outrem, que receberá a menos. Qualquer função é útil à comunidade, e o bem da coletividade se distribui a todos os cidadãos. Não abuse de seus privilégios.

3º Dia do Mês - exercícios de concentração

3º Dia do Mês
1. No 3º dia concentrar-se uma planta de sua escolha. A planta pode ser física - tal como
ele existe no mundo exterior. Neste caso. durante o período de concentração você
pode apenas olhar para a planta. Ou você pode imaginar a planta mentalmente e, em
seguida, concentrar-se na forma da planta visualizada.
Este exercício de concentração emprega o método de espelhamento. Sua importância
reside no fato de que, enquanto você se concentrar na planta escolhida, você imagina
como o resultado desejado está se formando na luz da planta, que é refletida de
volta. Melhor dizendo, você vai vê-lo realmente na sua frente, você realmente vai
construí-lo à frente de si mesmo. Um evento que é construído com a ajuda deste
exercício torna-se harmonioso. O fato de que a planta já existe harmoniosamente no
mundo também é útil para este processo.


2. Dígitos para Concentração
*Concentre-se intensamente na sequência de sete números: 5142587
*Concentre-se intensamente na sequência de nove números: 421954321


3. Olhe para a realidade ao seu redor e você verá que existem muitos mundos. Escolha o
mundo que você precisa. Passe a este mundo e expanda-o. Olhe para este mundo com
os olhos do observador. Aproxime-se, coloque suas mãos sobre ele, e sinta o calor que
ele emite. Traga o mundo perto de si e olhe para o seu Criador. Ouça o que ele diz a
você e quais os conselhos que ele tem para você. Você pode comparar o
conhecimento dele com o seu conhecimento e assim ganhar a entrada no reino para
além do tempo e do espaço.

127 - Louise Hay

127- “Sou grata por estar hoje viva. É uma alegria e um prazer
viver mais um dia maravilhoso.”

CAPÍTULO 33 - Não Fuja

CAPÍTULO 33
Não era uma fumaça negra que emergia das fissuras abertas no chão. O zumbido
ensurdecedor que martelava meus ouvidos tinha uma explicação: Escaravelhos de Hao!
Milhares deles! Entretanto, terror maior ainda estava por ser evidenciado. As terríveis criaturas
eram capazes de penetrar nos Umbris e conferir-lhes poder, pois, no instante em que estes
estavam sob seu domínio, seus corpos espectrais ganhavam potência física e começavam a
rasgar, com unhas, dentes e força descomunal, a membrana mágica que envolvia a catacumba
e protegia a terceira dimensão.
A compreensão do que acontecia ao meu redor me arrasava: Malazar havia encontrado
um jeito de sair da catacumba e chegar à segunda dimensão através dos outros quatro
portais de Zyrk. Mas não sem antes destruí-la!
Uivando alto, os Umbris avançavam, rompendo a barreira mágica em vários pontos e
atacando os zirquinianos com selvageria. Em seu desespero para possuir suas vítimas,
sedentos e insaciáveis, os espectros malditos sugavam as almas e dilaceravam os corpos dos
que se encontravam em seu caminho.
Richard tinha o olhar atordoado, tão catatônico quanto o meu com o que víamos
acontecer do outro lado da membrana.
A grande e inesperada surpresa!
Uma multidão de zirquinianos bramia alto e chocavam suas espadas no ar. Pela primeira
vez na história, estavam unidos em nome de uma causa comum: defender aquilo que,
amaldiçoado ou não, era a sua morada, o seu único lar.
Eles lutariam por Zyrk!
Emocionada, vi os magos e homens de branco do Grande Conselho, soldados dos quatro
clãs e as mendigas sombras guerreando lado a lado e defendendo uns aos outros dos ataques
mortais dos terríveis Umbris. Os seres malignos, entretanto, tinham força descomunal e
tornavam a batalha injusta. Ainda que bravamente se esforçando, o exército zirquiniano
apresentava baixas expressivas e, com o espírito combalido, começou a recuar. Malazar
lançava suas garras no ar e avançava sobre o paredão mágico, agora enfraquecido pelo
ataque de seu exército de Umbris.
— Você não vai sair dessa catacumba, Malazar! — a voz angulosa do pequenino Sertolin
repercutiu alto. Ele havia entrado no caminho do demônio quando este estava prestes a
colocar as garras do lado de fora da catacumba.
Malazar emitiu um som estranho em resposta e, no momento seguinte, vários
escaravelhos voavam em direção a Sertolin. Apesar de resistir heroicamente, o pequeno mago
acabou perdendo a batalha para o enxame de insetos negros e, contorcendo-se, desmoronou
aos pés do inimigo.
E novamente o inesperado aconteceu!
— Nunca! — trovejou Shakur, surgindo de repente. Ele rodopiou os braços no ar e,
mesmo com as forças decadentes, fez o corpo de Sertolin desaparecer no exato momento em
que Malazar ia esmagá-lo.
O pequenino mago reapareceu à sua frente, amparado em seus braços.
— Ismael! Como...? — murmurou com espanto e emoção. Havia uma aura mágica entre
os dois. — Filho querido, você...
— E-Eu o decepcionei, mestre. Sinto muito — balbuciou com urgência o líder de preto.
Suas forças chegavam ao fim.
— Não se desculpe. O erro foi meu. Você era bom demais para ficar nessa dimensão,
Ismael. Bom demais — respondeu o chefe do Grande Conselho. Ismael abriu um sorriso triste
e, após suspirar profundamente, tombou morto nos braços de Sertolin.
— Pai! — Meu grito de dor foi abafado pela mão de Richard em minha boca.
— Shhh! — Os dedos de Rick afundaram em minha pele e o tremor de meu corpo se
refletiu no dele. O coitado fechou os olhos com força, evidenciando que também sofria. Com
meu coração em ruínas, testemunhei o último gesto de amor daquele homem extraordinário:
Shakur havia acabado de doar seu último resquício de vida para salvar o antigo mestre.
— Morram, magos estúpidos! — Ultrajado com o ataque malsucedido, Malazar
esbravejou alto e, em sua luta particular, voou com as garras apontadas para cima dos dois.
— Afaste-se deles! — bradou a inesperada voz de trovão que repercutiu no lugar. Era de
Guimlel!
Como Shakur havia mencionado, Guimlel controlava as forças da natureza com uma
precisão excepcional e, modulando o vento, fez um ciclone de dimensões assustadoras
envolver a besta, paralisando seu ataque e a enfurecendo ainda mais. Malazar revirava o rosto
vermelho de fúria, agitava as garras no ar e lançou uma rajada de fogo sobre o mago, mas
Guimlel foi rápido. Não só controlou a força das chamas com outra rajada de vento e chuva,
como inverteu sua direção. O fogo explodiu em centelhas e se alastrou pelas escamas no
dorso da fera. O demônio uivou e fugiu ao confronto direto. Ardiloso, ele mudou de estratégia
e começou a chicotear sua cauda de um lado para o outro. Tentava camuflar seus golpes
fazendo com que o cintilar do seu ferrão que serpenteava no ar passasse despercebido em
meio às centelhas de fogo que ainda pipocavam no ambiente. Mesmo com seus quase dois
metros de altura, Guimlel era ágil e se desviava dos ataques com facilidade, mas foi
surpreendido pelo pior de todos os golpes.
— Nãooo! — Foi a vez de escutar o ganido de Richard. Ele ameaçou correr em direção a
Guimlel, mas a perna dilacerada o fez estancar o passo. Rick estremecia de impotência ao
meu lado ao presenciar a perda do outro zirquiniano por quem nutria grande estima. Guimlel
estava de joelhos e tinha as mãos ensanguentadas pressionadas no peito. Von der Hess agira
da forma em que era mestre, sorrateira e traiçoeiramente. A víbora albina o alvejara de forma
covarde e mortal, acertando-lhe uma espada pelas costas. — Não — Rick gemeu mais uma
vez. A cabeça calva de Guimlel se virou em direção a Richard e lhe lançou um sorriso de
arrependimento, de despedida. O mago fez um gesto com as mãos para que Rick ficasse
onde estava, relembrando-o com um simples olhar que ele tinha de sobreviver, que ele era um
guerreiro excepcional, mas que aquela luta de forças místicas não lhe pertencia. Richard arfou
alto, um arfar de dor e perda, mas assentiu num doloroso movimento de cabeça. Naquele
instante, pude compreender (e perdoar) as ações de Guimlel. Seu caráter não era mau.
Simplesmente acreditava com tanta devoção na lenda, no herdeiro de Richard e em seu
propósito de salvar Zyrk do terror das feras da noite, que se utilizara de meios obtusos para
consegui-lo.
Malazar regozijou no lugar e soltou uma gargalhada ao presenciar a morte de Guimlel.
Em meio ao caos, uma energia brilhante surgiu repentinamente no ar e penetrou no corpo
musculoso da besta. Em seguida, o monstro dobrou de tamanho e, sem perder tempo,
avançou sobre a muralha mágica. Catatônica como toda a multidão de zirquinianos, vi quando
sua cabeça e suas garras dianteiras conseguiram romper a barreira mas, de repente,
estancaram.
Um estrondoso guinchar de desespero.
— Mais força! Eu preciso de mais energia! — ordenava furiosamente o demônio ao seu
exército de Umbris ao perceber que a metade posterior de seu corpo permanecia presa à
catacumba a despeito da força descomunal que empregava.
— Rápido! Para o portal! Vá na frente, Nina! — Richard ordenou com a voz rouca e
subimos as pedras cintilantes. Eu conseguiria ir mais rápido, mas o estado deplorável de sua
perna o atrasava consideravelmente. Ele implorou para que eu o deixasse e continuasse o
percurso, mas não o fiz. Nunca mais o abandonaria. Os zumbidos aumentaram de volume e já
não sabia identificar se eram os escaravelhos ou meu coração dando pancadas frenéticas
dentro dos meus ouvidos. — Foge, Nina! — Richard soltou um berro apavorado antes de cair
aos meus pés e se contorcer violentamente.
— Rick! — Ainda tentei segurar sua mão, arrastá-lo, puxá-lo para junto de mim. Tudo em
vão. Uma presença estranha, pesada, pairava sobre meu corpo e energia. Uma figura albina
sorria maliciosamente em minha direção: Von der Hess! Tremi. Os zumbidos triplicaram de
volume e meus tímpanos latejaram a ponto de explodir. Tudo começou a girar e meus joelhos
tombaram de encontro ao chão. — Argh!
Senti minhas forças sendo drenadas rapidamente e o mundo ficou embaçado em uma
nuvem de escaravelhos e lágrimas.
E, ainda assim, eu vi.
Magos, reis, soldados e sombras se contorcendo no chão, todos eles derrotados pela
batalha impossível. Tudo ruía: Zyrk, os zirquinianos, eu, o homem que eu amava, nossos
sonhos. A lenda em que acreditavam era uma mentira. A terceira dimensão seria finalmente
eliminada. Faltava muito pouco para Malazar e seu séquito aterrador conseguir transpor a
barreira da catacumba e entrar definitivamente na terceira dimensão.
Malazar e seu exército tinham vencido a batalha.
— Morram, besouros desgraçados! — A voz da Sra. Brit surgia como um cochicho em
minha mente, distante. Eu devia estar delirando... Outros zumbidos. Uma nova nuvem negra
avançava sobre as centenas de corpos e cabeças.
Oh, não! Mais escaravelhos!
As contrações dos espasmos musculares eram intensas e custei a compreender o que
acabava de acontecer: a Sra. Brit chegava acelerada em uma carroça e, ao entrar na
catacumba, retirou apressadamente as tampas dos vários barris de madeira que trazia
consigo. Uma grande quantidade de escaravelhos semelhantes aos utilizados por Von der
Hess saía nervosamente de dentro deles. Estremeci ao vê-los atacar os pobres corpos que já
se debatiam compulsivamente. Fechei os olhos e, sem saber o que fazer, rezei para um deus
que não sabia se existia. Pedi que tivesse piedade de nós e nos presenteasse com um fim
sem sofrimento. Novos berros estranhos. Descerrei os olhos e, embasbacada, presenciei o
milagre que acabava de acontecer: as novas criaturas eram nossas aliadas! Seu alvo não
eram os zirquinianos, muito pelo contrário. Os novos escaravelhos caçavam os Escaravelhos
de Hao e os matavam, ou melhor, alimentavam-se deles, salvando o povo de Zyrk do terrível
ataque. Os zirquinianos pararam de se contorcer no chão e começaram a se recuperar. Sem
os escaravelhos, os Umbris perderam sua força física e recuaram para trás da linha
delimitadora.
Malazar recuava.
Com a autoestima elevada, os zirquinianos avançavam, encurralando o inimigo em sua
própria catacumba. A batalha voltou a ficar a nosso favor! Meu peito ardia de felicidade em ver
Wangor, meu avô, deixar as desavenças para trás e lutar lado a lado com Ben, um resgatador
de Thron, e de Kaller, líder de Storm, assim como presenciar os homens do Grande Conselho
aceitarem de bom grado a ajuda das rejeitadas sombras e vice-versa. Não havia mais
rivalidades ou quatro clãs distintos. Todos eram zirquinianos e lutavam por suas vidas e por um
bem comum.
— Nina, você está bem? — acelerado, Richard me despertava dando tapinhas gentis em
minha face.
— A Sra. Brit conseguiu — soltei em estado de euforia.
— Sim, mas foi ideia de Shakur.
— Foi essa a missão secreta? Quando precisou se afastar do nosso grupo?
Rick assentiu e abriu um sorriso triste.
— Ele sempre foi um homem excepcional. Agora descansará em paz. — Contive a todo
custo a vontade de chorar. Shakur não ficaria feliz em me ver derramar uma lágrima por sua
causa. — Não tenho condições de te carregar. Consegue andar?
— Acho que sim.
— Então venha. Você precisa sair daqui! — ordenou impaciente.
— Mas a guerra está quase no fim. Veja! Nós estamos ganhando! — rebati sem
compreender seu nervosismo em ascensão.
— Não. Não estamos ganhando — ele rosnou enquanto acelerava na subida e me puxava
com força em direção à Chawmin.
— As duas dimensões não correm mais risco. Malazar está encurralado e não pode me
fazer mal algum. — Estanquei o passo a poucos metros da saída.
— Mas os meus podem!
— Rick, quando é que vai colocar na sua cabeça dura que eu não vou mais fugir?
— E quando é que você vai cumprir alguma promessa que tenha me feito? — rebateu ele
com a voz ácida e estranha.
— Não acredito que estamos discutindo em meio a uma guerra, Richard! — guinchei. —
Eu voltei por nós, droga!
— Pois eu quero que você vá embora! E agora! — trovejou.
— Eu voltei porque te amo! — esbravejei ao mesmo tempo surpresa e furiosa. Não
queria admitir, mas uma parte dentro de mim não gostou daquela reação de Richard.
— Você disse que o ama? — Dei um salto quando, subitamente, a voz do demônio
reverberou como um sino pela catacumba e aniquilou todos os demais sons. Por cima do
ombro vi Malazar aparecer como mágica às nossas costas. Num piscar de olhos a besta havia
se transformado e novamente dado lugar ao senhor de cabelo e terno brancos.
— Merda! — Rick praguejou baixinho.
— Você o ama? Foi isso mesmo o que ouvi? — o demônio indagava aos berros. Seus
olhos negros e arregalados comprovavam o quanto estava surpreso com a inesperada
descoberta. Chequei ao redor e, atordoada, entendi o que acabava de acontecer: Umbris e
zirquinianos paralisaram a luta. Todos eles estavam catatônicos e mais atentos ao nosso
diálogo do que à batalha.
— Sim! — enfrentei Malazar com força e decisão e escutei o murmurinho da multidão
abaixo de nós.
— A híbrida o ama... — soletrou a palavra com sarcasmo ferino. O diabo olhou para o
céu negro de Zyrk e abriu um sorriso cruel. — Você se superou, papai.
— Venha, Nina! — Com a perna sangrando muito, Rick me puxava com força e tentava
desesperadamente eliminar os últimos metros que faltavam para chegarmos ao portal.
— Está de parabéns pela escolha, filha. Se apaixonou pelo meu zirquiniano predileto, ou
seria melhor dizer, pelo pior dessa espécie?— Ágil como uma serpente, Malazar interceptava
nosso caminho. Havia um brilho feroz em seus olhos negros quando encarou Richard.
Rapidamente me coloquei à frente de Rick, protegendo seu corpo com o meu. Algo me dizia
que ele corria perigo e, contra mim, o demônio nada poderia fazer.
— Cale a sua boca, maldito! — escutei o rosnado de Richard atrás de mim enquanto ele
envolvia a minha cintura.
— Está nervoso agora, resgatador? Achou que sairia como inocente do nosso trato?
Trato?
— Seu amado não lhe contou o que andou fazendo, filha? Por que não lhe pergunta se
ele lhe esconde algum segredo? — As indagações de Malazar me desequilibraram. Senti os
dedos de Richard afundar em minha pele e instantaneamente um calafrio sutil percorreu minha
nuca.
Ah, não! De novo, não!
— Não lhe dê ouvidos, Nina. Ele está blefando.
— Por que você acha que a força deste resgatador é acima do normal, Nina? — Malazar
não perdia tempo.
— Ele sempre foi assim! — rebati, recordando-me muito bem das explicações da Sra.
Brit.
— Engana-se redondamente — refutou o demônio com sarcasmo. — Eu o fiz assim. Ele
sobreviveu ao ataque da besta em sua infância porque eu o ressuscitei. Guimlel sabia disso! É
o meu sangue que corre em suas veias!
— Rick nunca lhe pediu para salvá-lo — disse, mas por sobre os ombros vi meu guerreiro
perder a cor e enrijecer. A terrível notícia era bombástica para ele também.
— Por que se ilude, garota? Richard é minha cria, o famoso filho do mal! Toda a Zyrk
sabe disso!
— Ele não é seu filho! — rugi. — Rick não lhe vendeu a alma por isso!
— Por isso não — Malazar destacou a palavra e arqueou as grossas sobrancelhas
brancas.
Hã?
Richard fugiu do meu olhar inquisidor. Engoli em seco.
— Tudo faz parte de uma grande farsa, Nina. Você foi usada por ele! — bradou o
demônio com um sorriso sutil nos lábios e foi a minha vez de empalidecer. — Mas você não foi
a única a ser enganada nessa história. Acredita que ele quis me ludibriar também? Seria até
uma atitude admirável, se não fosse comigo. Pobre criança! Tem tanto a aprender... Achou
que poderia brincar com fogo e sair sem se queimar — gargalhou alto ao ver o brilho da dúvida
refletir em meus olhos. — Esse resgatador utilizou-se dos seus sentimentos por ele em
proveito próprio. Salvou-a em algumas situações para fazê-la acreditar em suas boas
intenções, mas é um mercenário e um traidor. Seu único objetivo era se tornar o governante
absoluto de Zyrk!
— Nina, não preste atenção ao que ele diz! É tudo mentira! — Rick argumentava, mas
sua voz saía fraca, vacilante.
Ainda o protegendo com o corpo, senti sua respiração descompassada em minha nuca.
Respirei fundo e, lutando contra a erva daninha que germinava com velocidade em meu
espírito, acreditei nele. Malazar era a síntese da maldade e toda aquela encenação fazia parte
da arte em que ele era mestre: enganar.
— Nina, você sabia que só é possível adquirir uma pedra-bloqueio após entrar no Vértice
e me dar a alma em troca de algum favor? — acrescentou o demônio sem perder tempo e
perdi o ar, incerta de como respirar. — Como acha que Richard conseguiu as duas pedras que
lhe presenteou?
Por sobre o ombro, tornei a olhar para Richard que, nervoso, balançava a cabeça de um
lado para o outro.
— Rick? — indaguei num murmúrio sem força.
— E-eu não... — Rick tinha a respiração entrecortada e, hesitante, olhou de maneira
transtornada para a população que nos encarava. Sua estranha reação nocauteava minhas
certezas. — Não enxerga que é exatamente isso o que ele quer? Malazar está te jogando
contra mim, Nina!
— Posso lhe assegurar que Richard de Thron, para meu orgulho, é o zirquiniano mais
ambicioso de toda a história de Zyrk! Está lhe usando de acordo com seus próprios
interesses. Ele nunca te... amou! Richard sempre idolatrou uma única coisa na vida: o poder.
Meu Deus... As palavras de John!
— Mentira! Eu te amo! Foi por isso que conseguimos ter o contato mais íntimo! — Rick
contra-atacou, segurando meu braço com força e esbravejando aos quatro ventos. Foi o
suficiente para que o murmurinho da população se transformasse em um amontoado de
exclamações de surpresa, vozes emocionadas e diálogos acalorados.
O demônio estava testando minha fé. Só podia ser isso...
Fechei os olhos e respirei fundo. Não podia sucumbir ao veneno de Malazar. A noite de
amor que tive com Rick me dera a certeza de que ele me amava.
— O que ele ama — Satanás tornou a destacar a palavra — é ser idolatrado. Não posso
negar que admiro essas duas características minhas que correm em suas veias: a ganância e
a vaidade! Mas Richard superou minhas expectativas. Se tornar um resgatador principal ou o
líder de Thron era pouco para ele! Ele queria ser o governante absoluto da terceira dimensão
e só você poderia lhe dar tal poder!
— Você precisa sair daqui agora, Nina! — tenso, Richard sussurrava em meus ouvidos
enquanto tentava me empurrar em direção a Chawmin.
Não. Não. Não. Não podia ser. Você não me enganou de novo, Rick. Por favor, você
não pode ter feito isso comigo.
— Vai fugir? Não quer saber a verdade ao menos uma única vez em sua vida? —
Malazar indagou com estrondo, congelando-me a poucos passos do portal com seu novo
contra-ataque. — Veja com os próprios olhos e decida por si mesma o que acha ser
verdadeiro ou não!
Sem perder tempo, o demônio estendeu os braços e um clarão se formou no céu escuro
de Zyrk. Uma projeção se destacava de dentro da claridade. O murmurinho das pessoas deu
lugar a um silêncio sepulcral e aterrorizante. Podia pressentir que algo ruim estava prestes a
ser exibido. O grande clarão se expandiu e o trailer que rasgaria o meu coração em pedaços
ganhou vida diante dos meus olhos. Dentro da projeção, identifiquei o caminho de flores
brancas e amarelas que ia em direção a uma simpática casinha: era o Vértice! Nele Richard e
Malazar apertavam as mãos em uma finalização de acordo.
“—Está feito! Poderá possuir o corpo da híbrida, resgatador. E dessa vez não vai correr
o risco de matá-la — dizia o demônio com semblante satisfeito.— Aproveite a oportunidade
única.
— Com certeza. — Richard sorria. — Preciso ir. Onde está?
— Aqui está sua pedra-bloqueio.
Dentro das imagens vi quando Rick levantou as mãos e, dessa vez, mal dei atenção às
suas cicatrizes. Meus olhos observavam, hipnotizados e apáticos, a pequenina pedra marrom
que Malazar depositava entre seus dedos. Estremeci da cabeça aos pés ao identificar que era
a mesma pedra que Richard havia me presenteado.
— Usufrua! Veremo-nos em breve.”
— Como acaba de ver, Richard vendeu a alma a mim! — concluiu Malazar ao término da
projeção. — Mas, como disse antes, ele também me enganou. Quando me procurou, seu
motivo era o mesmo que conduziu os atos de Dale, seu pai biológico. Ele queria sentir! Richard
de Thron estava ensandecido para usufruir das sensações que você poderia lhe oferecer. Veio
transtornado ao meu encontro, logo após quase tê-la matado em uma tentativa fracassada. —
Malazar me atropelava com as terríveis revelações. Meu estado de perturbação se agravava.
— Mas o principal desejo de Richard havia sido maquiavelicamente ocultado até essa noite.
Ele sempre quis o poder! Sinto dizer, filha, mas você foi apenas uma gratificação a mais.
— Não... — balbuciei.
Meu mundo era uma mortalha de silêncio e dúvida. Minha mente entrara em colapso e
minha fé fora colocada à prova, equilibrando-se desajeitada e perigosamente em uma delgada
corda sobre um precipício.
— V-Você realmente vendeu a sua alma para ele, Rick? — indaguei com o peito em
chamas, girando o rosto para encará-lo. Richard franziu a testa com força, fechou as mãos e,
trêmulo, confessou o inconfessável.
— Sim. Mas foi pela pedra-bloqueio e não para possuir seu corpo ou poder. Eu venderia
quantas almas tivesse se isso fosse o suficiente para te salvar, Tesouro. Todas as loucuras
que fiz foram para te proteger, para que você sobrevivesse — disse, mas tudo que eu
conseguia captar era o desespero no seu tom de voz. Sua face amedrontada assemelhava-se
a uma lâmina gelada que cortava minha esperança em pedaços.
Tentei controlar o ardor das labaredas que se alastravam rapidamente em meu espírito.
O fogo da decepção me consumia sem piedade.
— Não percebeu ainda que está protegendo o verdadeiro inimigo, Nina? — bradava o
diabo. — Assim que o sol nascer, Richard vai te eliminar e ser idolatrado por essa raça
inferior. Ele só almeja o poder!
— Ele está jogando conosco, Nina! — Rick retrucava.
— Ele vai te matar assim que isso tudo acabar, Nina — o demônio destacava cada
palavra com força.
— Não! — Rick esbravejou e suas mãos trêmulas desataram a me puxar em direção ao
portal, mas ele não me encarava mais. Um sino de alerta ressoou em minha mente e espírito.
— Você me traiu — murmurei desolada ao identificar a mentira estampada nas feições
do homem que eu amava e, num rompante, soltei-me de sua pegada.
E o demônio não perdeu tempo!
Assim que saiu da minha proteção, o corpo de Richard foi violentamente sacudido no ar e
arremessado contra o paredão de rochas reluzentes. No momento seguinte ele caía de boca
ao chão, a testa coberta de sangue e o braço esquerdo retorcido em um ângulo estranho. Mal
conseguindo acompanhar a velocidade dos acontecimentos, eu o vi se contorcer no chão,
sufocando, os olhos revirando, perdendo os sentidos. E, por alguns instantes, nada senti.
Congeladas dentro da súbita avalanche de incertezas, minha mente era um lugar vazio; minha
alma, uma tela em branco.
Apática, vi Malazar atacar para matar. Uma ira desmedida até mesmo para o demônio
e podia jurar que existia algo mais em andamento... Malazar parecia ansioso. Mais do que
isso. Estava desesperado em acabar com a vida de Richard. Por que o demônio perderia
seu tempo precioso eliminando um mero zirquiniano? O que estava acontecendo ali, afinal?
— Morra! — o demônio vibrava com os olhos mais escuros do que nunca.
— A-Acredite em mim, Tesouro, e-eu... — Rick arranhou um choro que nunca antes vi
sair de sua boca.
Voltei a mim ao vê-lo ali caído, clamando, e, pela primeira vez na vida, indefeso. O azul
hipnótico de seus olhos faiscava em meio a poças de água do desamparo e despedida.
Lágrimas... Com elas, Richard tentava ocultar aquilo que lhe era tão novo quanto o sentimento
que efervescia bruscamente em minha mente e coração.
Suas lágrimas. Minhas verdades. Seu sofrimento. Minha libertação.
Um trovão altíssimo reverberou pela catacumba, pegando-nos de surpresa. Em uma
fração de segundo, o demônio se traiu ao checar o céu escuro de Zyrk e vasculhar o ar
quando Richard fechou os olhos. Havia desespero refletido em seu semblante. Malazar ainda
tentou disfarçar ao perceber que eu o observava atentamente. Tarde demais. Ele tinha
cometido o grande erro.
“Acredite em mim.”
As últimas palavras de Rick alcançaram um lugar até então intocado em meu coração.
Instantaneamente o ar ficou diferente. Eu estava diferente. Tremi com a súbita descarga no
peito. O manto da névoa e da dúvida era removido e uma nova e surpreendente emoção, até
então não compreendida, ganhava espaço e se expandia em minhas células e espírito: siga os
sinais...
Eu havia decifrado a charada!