CAPÍTULO 34
Siga os sinais!
Os meus sinais!
Minha morte salvaria a minha morte. A morte que dera significado à minha vida:
Richard.
Era isso! Todo o tempo os sinais estiveram ali debaixo do meu nariz, buzinando,
cutucando, piscando e eu, na cegueira e egoísmo de minha fuga e tormentos, recusei-me a
enxergá-los. Muito mais do que parar de fugir, eu necessitava ver além. Mais do que tentar
sobreviver, eu precisava enxergar o invisível, compreender o incompreensível, contentar-me
com o descontentamento. A batalha havia acabado de fato, mas por outra causa. Era hora de
largar as armas e, de bom grado, dar boas-vindas à minha morte. Ver através dela e enxergar
a nova vida que brotava de sua beleza exuberante. Compreendê-la. Aceitá-la de braços
abertos.
Era o momento de confiar e simplesmente... Aceitar e Acreditar!
Aceitar que sempre existiu uma explicação para tudo:
Uma vida não perdida, mas doada.
O caminho não sinuoso, mas perfeito.
Meu destino não fatídico, mas libertador.
Acreditar que os meios justificaram o fim, na força do nosso amor, que Richard falava a
verdade!
Eu havia passado por tantas traições, mentiras e reviravoltas que minha mente, em sua
luta insana para se defender dos ininterruptos ataques, acabou procurando refúgio e se
enclausurando no casulo da desconfiança. Minha forma de autoproteção se transformara no
meu ponto fraco e o demônio agora se valia dele.
— Solte-o! — bradei para o demônio ao ver o estado crítico de Richard. Ele não
suportaria aquele ataque por muito tempo. — Tenho algo de valor para lhe dar desde que não
o mate!
— Obrigado, filhinha. Não tenho interesse — respondeu Malazar com sarcasmo.
— Prefere o duvidoso ao certo? Além do mais, quem lhe garante que a energia de
Richard será suficiente para romper definitivamente a magia que protege a catacumba? —
questionei com atrevimento.
Funcionou.
— Hã? Como... Como soube? — ele interrompia sua investida contra Richard, surpreso
por eu ter decifrado seu plano.
— Vi a energia se desprender do corpo de Guimlel e entrar no seu quando Von der Hess
o matou, a força que você adquire após a morte de alguém que tenha lhe vendido a alma —
disse sem rodeios e respirei aliviada ao detectar que Richard recuperava os sentidos. — Era
essa energia que pretendia sugar de Richard após matá-lo.
— E o que você tem a me oferecer? — indagou Satanás que, astuto, manteve-se o
tempo todo entre mim e Richard, impedindo que eu me aproximasse do meu guerreiro.
— Tudo.
— Nina, não! — Rick pediu, os olhos arregalados ao perceber meu semblante grave e
determinado. Ele me conhecia o suficiente para compreender que eu estava decidida a ir além.
A fisionomia de Malazar brilhou com a inesperada resposta.
— A vida de Richard vale mais que a minha e o amor que ele carrega no peito sempre foi
muito maior que o meu. Foi ele quem deu a sua vida inúmeras vezes para salvar a pessoa
amada. Foi ele quem cometeu loucuras inimagináveis, lutou contra Deus, o diabo e o mundo
para que eu, a híbrida, continuasse a respirar — prossegui aos brados e escutei o caos tomar
conta da multidão. Com o semblante urgente, Rick lutava para se colocar de pé. — Quero que
todos saibam que eu acredito em Richard de todo o meu coração! Quero que todos
testemunhem meu pedido de perdão por ter desconfiado da força do nosso amor. Richard
pode ter cometido seus erros no passado e nem sempre ter tomado os melhores caminhos,
mas deu provas suficientes do sentimento maior que nutria por mim. O fim justificou seus
meios obtusos e eu o amo ainda mais por isso. Uma vez minha mãe me disse que o verdadeiro
amor podia nascer das situações mais improváveis. Não podia estar mais certa... — senti toda
a energia positiva do mundo me envolvendo em seus braços e, em algum lugar distante, podia
jurar que Stela sorria para mim. Arfei de emoção. — Quando vocês compreenderem as dores
e prazeres imensuráveis que esse sentimento carrega consigo, perceberão que amar é muito
mais que tocar ou sentir. Amar é acreditar, é aceitar os defeitos do ser amado como virtude ou
um grande milagre, amar é se doar sem querer nada em troca. — Com o peito arfando de
emoção, sorri para Rick, plenamente consciente de que tomava a atitude correta pela primeira
vez na vida. Meu espírito transbordava em júbilo pela inesperada compreensão do significado
de tudo: minha vida doada seria o ponto divisório daquele povo, a ponte para um novo rumo,
um novo caminho, uma nova história. Caberia a eles traçá-la. — Malazar, quero que poupe a
vida de Richard e, em troca, eu lhe ofereço a minha alma. Não quero nada para mim. Desejo
apenas que Zyrk entenda de uma vez por todas o significado da palavra amor.
— Não! — A voz de Richard saiu rouca, num misto de pavor e desespero.
Silêncio sepulcral.
— Um sacrifício?! — Malazar balbuciou e arregalou os enormes olhos negros. —
NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A terra começou a tremer com violência, a noite ficou ainda mais escura e um vento
cortante varreu o lugar em uma fração de segundos. Pedras rolavam montanha abaixo, as
trincas do chão se transformavam em fendas imensas e engoliam tudo pelo caminho.
Apavorados, os zirquinianos que escapavam da inesperada tragédia berravam e corriam sem
direção, gerando um caos ainda maior.
Céus! Zyrk estava sendo aniquilada por minha causa?
O demônio soltou uma gargalhada estranha, abriu a boca desproporcional e começou a
engolir os milhares de Umbris que agora se debatiam e uivavam alto. Num piscar de olhos,
imensas garras, dentes e escamas se materializavam à minha frente. O ganido estrondoso
confirmava: Malazar novamente havia se transformado na besta assassina!
— Por Tyron! — Rick praguejou alto ao ver que estávamos encurralados. Sem sucesso,
tentou me puxar para trás quando o chão à minha frente foi varrido pelas garras do animal.
— Fique, Rick! É a mim que ele quer desde o início. Sempre foi — ordenei com
determinação, colocando-me de frente para a fera e enfrentando-a com fé e coragem.
Finalmente chegara o momento.
Em meio ao caos e ao mundo que desmoronava ao redor, a monstruosa fera lentamente
se abaixou, aproximou-se de mim e estancou bem à minha frente. Pude estudá-la em detalhes:
sua cabeça deformada pendulando de um lado para o outro, as narinas intrigadas se abrindo e
fechando com fúria, a névoa branca dentro de seus gigantescos olhos. Minhas mãos suavam
copiosamente, meu coração bombardeava minha caixa torácica. Senti minhas pupilas vibrarem
com força descomunal e então tudo fez sentido: o animal era mais que cego. Era amaldiçoado
e infeliz! E, dentro do show de horrores, presenciei o milagre acontecer.
Só que dentro de mim.
Finalmente entendi que, apesar de toda a compreensão que me invadia, eu enxergava
apenas os detalhes e não o todo, e era ainda mais cega que o pobre monstro. Tanto quis
encontrar os sinais que não percebi que mergulhara mais fundo na escuridão.
E me perdia.
Eu permanecia cega porque estava perto demais. Tive que me afastar, me doar, para
finalmente ver e entender. Estremeci de emoção ao compreender que, se nós desejarmos algo
de maneira altruísta e com todo o fervor da nossa alma, poderemos ser presenteados com a
luz divina dentro da nossa própria escuridão. Pontos de luz brilhante, como pequenos pixels de
amor. Centenas. Milhares deles se unindo e formando a grande imagem, a verdadeira
projeção.
Era mais que acreditar, aceitar ou doar.
A palavra que fazia minhas mãos queimarem nas brasas do bálsamo e meu espírito
vibrar de felicidade tinha um nome: Perdão.
Era o momento de perdoar e seguir em frente, onde quer que fosse esse novo caminho.
Perdoar Dale, meu pai biológico, que nunca me desejou e que me fez num gesto de puro
egoísmo.
Perdoar minha mãe que, a despeito de seu amor guerreiro e de ter doado sua vida por
mim, não dividiu suas dores comigo, não me contou seus segredos, não confiou em mim.
Perdoar Shakur, meu pai adotivo, que, mesmo sendo um zirquiniano, foi capaz de amar
minha mãe e a mim mais profundamente do que qualquer humano teria conseguido, mas que,
tomado por rancor, permitiu se enclausurar em seu orgulho e corpo destruídos e se esquecer
de mim.
Perdoar Richard, meu grande amor, que apesar de ter me dado provas do sentimento
poderoso que o movia, dando a vida por mim diversas vezes, não confiou em mim e traiu o
único sentimento que ainda me fazia ficar de pé e não desistir: a minha esperança.
Perdoar os zirquinianos, Tyron e a maldição milenar que a poderosa divindade havia
imposto àquele povo pela dor que sofrera ao perder seu filho amado. O grande Deus não
havia percebido que sua tristeza se transformou no castigo de tantos inocentes e alimentou o
ódio das pobres almas por anos sem fim.
E, principalmente, perdoar Malazar. A infeliz criatura ainda pagava pelas faltas do
passado. Suas ações detestáveis do presente nada mais eram do que o reflexo da dor e da
tristeza envoltas em uma couraça bestial de ódio avassalador. Um erro não se corrige com
outro. Malazar era a prova viva disso e, se Tyron não era capaz de enxergar a própria falha,
eu seria.
— Argh! — O animal pareceu pressentir algo e bateu com o bico no chão, fazendo-me
desequilibrar. Eu despenquei, caindo sentada pela fenda criada entre as grandes pedras
reluzentes. Ainda consegui jogar o corpo para trás e me segurar, deixando uma das minhas
pernas perigosamente flutuando no ar. Richard tentou se aproximar, mas a fera nos afastou,
colocando-se entre nós.
— Nina! — Rick tinha o maxilar contraído, as pupilas verticais, e, muito ferido, mal
conseguia se arrastar de um lado para o outro. Suas ações desencontradas confirmavam seu
desespero. Ele ainda queria chamar a atenção para si, mas, dessa vez, não adiantou.
Era o nosso confronto particular: meu e de Malazar.
E Richard sabia disso melhor do que ninguém.
Por entre a cabeça do monstro, olhei para o meu guerreiro uma última vez. E sorri.
Queria que ele compreendesse o que estava por detrás daquele sorriso: aceitação,
resignação. Precisava ardentemente que ele entendesse que eu estava bem, que minha
partida seria por uma boa causa, que eu havia aceitado meu destino e que estava, pela
primeira vez desde o meu nascimento, plena e feliz.
— Nãoooo! — Rick compreendeu e gritou em desespero.
Os berros de Richard se desintegraram em meio ao estrondoso ganido da besta.
Agitada, ela não perdeu tempo e, após bufar com força, levou o pescoço para trás, no típico
movimento de impulsão antes do golpe final.
Era o momento.
E aguardei.
Mas não fechei os olhos dessa vez. Eu queria ver, presenciar o fim daquela jornada
excepcional que se transformara minha vida. Minhas mãos eram duas bolas de fogo e tremiam
como nunca antes, mas não mais de medo. Era um tremor de pena, de perdão, de despedida.
O nervosismo do momento fez, como sempre, a cena se desenrolar em flashes fragmentados:
os uivos do vento, a impiedosa arma de dentes vindo com fúria e velocidade titânicas em minha
direção, a terra tremendo, os berros de pavor de Richard, o chão trincando, minhas mãos
suspensas no ar, a fera se aproximando, meus dedos tocando suas escamas e pele enrugada,
um brilho ofuscante, um arquejo alto, as pálpebras do animal se fechando com o meu toque e
tornando a abrir, agora surpreendentemente adornadas com duas pupilas reptilianas e não
mais cegas, um silêncio reconfortante, seu gemido de satisfação ao virar a cabeça gigantesca
para o sol e contemplá-lo por um tempo indefinido antes de desintegrar e desaparecer, como
mágica, bem diante dos meus olhos.
Uma luz...
Dentro do show de ilusionismo que acabara de presenciar, o brando sol de Zyrk
despontava no horizonte, o vento cessara e o chão parara de tremer. Silêncio. Como eu, o
lugar estava devastado e em choque. Tive que piscar várias vezes e ainda assim não tinha
certeza do que havia acabado de acontecer, do destino conferido a Zyrk, Malazar ou aos seus
Umbris. Apenas uma ideia martelava em minha mente: eu estava viva!
— Por Tyron! — a voz de Richard saiu fraca. Ele se deixou escorregar na parede de
pedras atrás de si, mal conseguindo respirar. Estremeci ao ver seu péssimo estado. Havia
sangue por todo seu corpo e sua perna esquerda estava em estado crítico.
— Rick! — coloquei-me de pé e corri em sua direção, abraçando-o como nunca antes.
Podia sentir meu amor por ele expandindo-se dentro do meu peito a ponto de me sufocar de
emoção. Ele afundou o rosto na curva do meu ombro e, após soltar um gemido, acariciou
meus ombros e pescoço. — Nós conseguimos, Rick! — soltei exultante, mas ele nada
respondeu e apenas suspirou baixinho.
— A híbrida liquidou Malazar! — escutei a notícia berrada ao longe. Os zirquinianos
retornavam à catacumba em estado de êxtase.
— Ela ainda está viva? — Uma voz angulosa se sobrepujava às demais.
— Não dá para ver — responderam vários homens em uníssono. — Richard está com
ela! Vejam! Rick conseguiu!
Imediatamente as mãos de Richard tremeram, suas unhas afundaram em minha pele e
seu corpo enrijeceu abaixo do meu.
— O que houve? — indaguei ao perceber sua estranha reação. Sem se afastar de mim e
com a cabeça ainda afundada em meu peito, Richard arfou alto. O calafrio de perigo, aquele
que me gelava da cabeça aos pés e turvava a minha visão, estava de volta. Meu pulso deu um
salto de alerta. — Rick, o que está acontecendo? O que...? — tentei me soltar, mas ele me
imobilizava, segurando meus braços com força. Virei o rosto e, finalmente, consegui pousar
meus olhos nos dele. Suas pupilas vibraram num curto-circuito avassalador até ficarem
completamente verticais e, naquele momento, compreendi a gravidade da situação.
E tive medo.
— E-Eu não queria que fosse assim... — O azul de seus olhos escureceu e sua voz
estava mais fria que o gelo.
— Richard, o que está havendo?
— É preciso — murmurou e pressionou meu corpo contra o dele.
Lá embaixo uma multidão se aproximava de nós.
— Me solta! — rosnei e, com sua força descomunal, ele segurou meus braços com
apenas uma das mãos. Meu raciocínio se liquefez e, perdida em meio ao caos que tomava
conta da minha mente, vi pelo canto dos olhos as cicatrizes da outra mão se aproximando do
meu peito. Algo reluziu em sua mão. Tremi de pavor. — Não!
— Sinto muito, Tesouro. Se pudesse ter sido diferente, eu...
Não. Não. Não!
— Rick, você é bom. — Meu coração dava socos frenéticos no peito. Nada daquilo fazia
sentido. Ou fazia? John tinha me alertado. Malazar havia dito a verdade, afinal? Richard só
estava esperando o momento certo para me matar e ser o senhor absoluto de toda Zyrk? —
Por que está fazendo isso comigo depois de tudo?
— Eu sou a sua morte.
— Não! Você é a minha vida! — esbravejei nervosa e desorientada.
— Não dificulte as coisas, Nina — ele balbuciou com a expressão sombria e o maxilar
trincado.
— Lá estão eles! — Nova voz chegava até nós. — A híbrida ainda está viva?
Richard liberou um som áspero por entre os dentes travados e os olhos azuis-turquesa
mais lindos do universo se fecharam para sempre. Senti sua mão se mover com destreza, o ar
sair com força por minha garganta, o grito perdido em algum lugar no caminho entre a
esperança e a incompreensão, e uma dor ardente me acertou em cheio. A fisgada lancinante
começou no meu coração e se alastrou como veneno pelo meu abdome, membros e espírito.
— Argh! Rick, o quê... ? — Levei as mãos ao peito e meus dedos se depararam com um
vasto rastro de sangue e decepção.
— Sinto muito. — Suas mãos trêmulas seguravam um pequenino punhal e estavam sujas
do meu sangue, ainda quente e brilhante.
— Por... quê? — perguntei sentindo a dor da minha alma se transformar em uma
dormência fria e cruel.
Richard me soltou e, de cabeça baixa, recuou. Ouvi berros ao fundo, talvez bramidos de
satisfação e entusiasmo, mas não consegui captar o que diziam em meu estado de torpor e
confusão máximos. O sangue esvaía em abundância da ferida aberta em meu peito, na chaga
de um amor impossível e amaldiçoado. Tentei respirar, mas também não encontrei oxigênio.
Eu sufocava e não sentia mais nada. Mãos, pernas, mente, tudo anestesiado.
— Acabou! A híbrida está morta! — A voz rouca de Richard anunciava a notícia
bombástica para a multidão que se aproximava. Escutei gritos de comemoração e seu nome
ser ovacionado, ecoando com força pela grande catacumba.
Congelada dentro do estado de choque da razão e do espírito, meus joelhos dobraram e
eu tombei. Antes de fechar os olhos, olhei uma última vez para ele. A expressão sombria de
Rick tinha dado lugar a uma curvada e arrasada. Sua testa era um amontoado de rugas, seu
peitoral subia e descia freneticamente, e ele tinha a face branca como cera. Os olhos na cor
vermelho vivo davam-me a impressão de que ele chorava lágrimas de sangue.
Ele também sofria?
Ri da nossa desgraça.
A rajada de compreensão foi o golpe de misericórdia na semente de esperança que eu
me negava a abandonar. Ela estava morta. Definitivamente sepultada. A dor insuportável que
se alastrava por todas as minhas células, o final triste e previsível, a relação condenada desde
o início, tudo fazia sentido agora.
O que esperar de diferente quando você se apaixona por sua própria morte?
Suspirei uma última vez antes de sentir minha face atingir o chão duro, um túmulo de
sonhos perdidos e vitórias conquistadas. Em minhas piscadas cada vez mais lentas, presenciei
a tela da vida perder o foco e o mundo escurecer. Mas havia cor em um local distante...
Pinceladas do azul da felicidade se misturavam ao verde-esmeralda do conforto e da certeza.
Se minha vida germinou dúvidas e perdas, minha morte era a certeza da paz. Zyrk sobrevivera.
O equilíbrio entre as quatro dimensões tinha sido restaurado. A chance de um recomeço entre
o céu, o inferno e as duas dimensões intermediárias. Saber que eu fui a ponte e o caminho
para essa união fez meu espírito regozijar de satisfação.
Estava na hora de partir.
Eu decifrara os sinais e havia cumprido a minha missão.
Escutei o gemido de desespero ao meu lado ser camuflado à força. Sorri ao perceber
que o grande buraco negro se transformara em uma bola de luz branca que agora me envolvia
em seu silêncio de despedida. Suspirei alto.
Então meu coração parou.
E eu morri
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