sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

56 – Francisco Cândido Xavier 44 O CEGO DE JERICÓ


56 – Francisco Cândido Xavier
44
O CEGO DE JERICÓ
“Dizendo: Que queres que te faça? E ele respondeu: —
Senhor, que eu veja.”
(LUCAS, 18: 41)
O cego de Jericó é das grandes figuras dos ensinamentos evangélicos.
Informa­nos a narrativa de Lucas que o infeliz andava pelo caminho,
mendigando... Sentindo a aproximação do Mestre, põe­se a gritar, implorando
misericórdia.
Irritam­se os populares, em face de tão insistentes rogativas. Tentam
impedi­lo, recomendando­lhe calar as solicitações. Jesus, contudo, ouve­lhe a
súplica, aproxima­se dele e interroga com amor:
— Que queres que te faça?
Á frente do magnânimo dispensador dos bens divinos, recebendo liberdade
tão ampla, o pedinte sincero responde apenas isto:
— Senhor, que eu veja!
O propósito desse cego honesto e humilde deveria ser o nosso em todas as
circunstâncias da vida.
Mergulhados na carne ou fora dela, somos, às vezes, esse mendigo de
Jericó, esmolando às margens da estrada comum. Chama­nos a vida, o trabalho
apela para nós, abençoa­nos a luz do conhecimento, mas permanecemos indecisos,
sem coragem de marchar para a realização elevada que nos compete atingir. E,
quando surge a oportunidade de nosso encontro espiritual com o Cristo, além de
sentirmos que o mundo se volta contra nós, induzindo­nos à indiferença, é muito
raro sabermos pedir sensatamente.
Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho mencionado
no versículo de Lucas, porquanto não é preciso compareçamos diante do Mestre
com volumosa bagagem de rogativas. Basta lhe peçamos o dom de ver, com a exata
compreensão das particularidades do caminho evolutivo. Que o Senhor, portanto,
nos faça enxergar todos os fenômenos e situações, pessoas e coisas, com amor e
justiça, e possuiremos o necessário à nossa alegria imortal.  

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