sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

80 – Francisco Cândido Xavier 68 ALÉM­TÚMULO


80 – Francisco Cândido Xavier
68
ALÉM­TÚMULO
“E, se não há ressurreição de mortos, também o Cristo
não ressuscitou.”
Paulo. (I CORÍNTIOS, 15: 13)
Teólogos eminentes, tentando harmonizar interesses temporais e espirituais,
obscureceram o problema da morte, impondo sombrias perspectivas à simples
solução que lhe é própria.
Muitos deles situaram as almas em determinadas zonas de punição ou de
expurgo, como se fossem absolutos senhores dos elementos indispensáveis à análise
definitiva. Declararam outros que, no instante da grande transição, submerge­se o
homem num sono indefinível até o dia derradeiro consagrado ao Juízo Final.
Hoje, no entanto, reconhece a inteligência humana que a lógica evolveu
com todas as possibilidades de observação e raciocínio.
Ressurreição é vida infinita. Vida é trabalho, júbilo e criação na eternidade.
Como qualificar a pretensão daqueles que designam vizinhos e conhecidos para o
inferno ilimitado no tempo? Como acreditar permaneçam adormecidos milhões de
criaturas, aguardando o minuto decisivo de julgamento, quando o próprio Jesus se
afirma em atividade incessante?
Os argumentos teológicos são respeitáveis; no entanto, não deveremos
desprezar a simplicidade da lógica humana.
Comentando o assunto, portas a dentro do esforço cristão, somos
compelidos a reconhecer que os negadores do processo evolutivo do homem
espiritual, depois do sepulcro, definem­se contra o próprio Evangelho. O Mestre dos
Mestres ressuscitou em trabalho edificante. Quem, desse modo, atravessará o portal
da morte para cair em ociosidade incompreensível? Somos almas, em função de
aperfeiçoamento, e, além do túmulo, encontramos a continuação do esforço e da
vida.  

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