segunda-feira, 24 de abril de 2023

“Aquele que fala com a má língua”

“Aquele que fala com a má língua”
Zohar Metzora 4:14
14. Venha e contemple: O Sagrado, abençoado seja ele, perdoa por todos os pecados do mundo, a não ser a má língua, pois o homem que fala o mal do outro, conforme está escrito: “Esta será a Torá dos leprosos (Vaicrá 14:2). Quer dizer, ele fala mal de seu amigo, pois “metzora” se escreve com as mesmas letras que a palavra Motzi Ra (literalmente “espalhar o mal”). Rabi Chia diz: se alguém espalha um nome mau, todos os membros se tornam corrompidos e ele deve se calar, pois sua má palavra se eleva e chama um espírito impuro sobre ele, e ele se corrompe. Aquele que tenciona corromper, será corrompido; pois pelos atos, um outro é elevado.
*
O termo 'mãos das bocas' refere-se ao 'agir' com as palavras (podem ser usadas para compartilhar amor, ou maledicência) A escolha é nossa.  
Um leproso, portanto, era alguém infestado com a tendência de fazer rumores e maledicência, por isso tinha de ser isolado. Tal isolamento forçado era a única forma de lidar com o “vício” da maledicência. O problema precisa ser lidado ao nível da semente, a única forma de purificar o corpo dos efeitos da má palavra. A causa disso é uma falta de carinho entre as pessoas, que acabam falando mal umas das outras.
Nosso pior medo quando quebramos nosso ego, é perder prazer, que é a gratificação do ego.
Mas o Zohar nos conta que uma alegria e um prazer ainda maiores nos esperam quando demolimos o recipiente reativo do ego (nossa “casa”), pois podemos encontrar um “tesouro, que é suficiente para reconstruir e encher a nova casa, portanto não é preciso lamentar pela casa que foi derrubada”.
O Blefe do Medo
Nosso medo é um blefe, implantado pela nossa Inclinação ao Mal. Logicamente, a única maneira de um homem não lamentar a perda de alguma coisa é receber algo melhor em troca. O desejo do Criador é derramar prazer infinito sobre sua Criação, assim, um cabalista não perde, apenas irá “trocar”, renunciando a um prazer temporário por um eterno.
A purificação da lepra tem três estágios: olhar para o interior, fazer a restrição, e em seguida começar de novo, assumindo o compromisso de fazer as coisas diferentes no futuro.
*
Muitas vezes a maledicência tem como objetivo “abaixar o mérito dos outros” para, com isso, nos sentirmos mais elevados sem realizar o nosso trabalho espiritual, e permanecendo na zona de conforto, porém, obviamente isso é uma forma de nos enganar.
Uma ilusão destinada a nos fazer sentir “superiores” sem mover uma palha para corrigir o que sabemos ser necessário em nós. É uma armadilha do mundo da ilusão.
Nosso julgamento é uma ferramenta maravilhosa, quando voltada para nós mesmos. Autotransformação!
O Eterno nos dá o exemplo, conforme as palavras da Torá:
“E Elohim viu que era bom!”.
Esse é o Julgamento apontado para dentro! 

Fernando Martins 

Pode ser uma imagem de 2 pessoas

Nenhum comentário:

Postar um comentário