quarta-feira, 28 de março de 2018

154 RENUNCIAR

154
RENUNCIAR
“E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e
herdará a vida eterna.” — Jesus (MATEUS, capítulo 19, versículo 29.)
Neste versículo do Evangelho de Mateus, o Mestre Divino nos induz ao
dever de renunciar aos bens do mundo para alcançar a vida eterna. Há
necessidade, proclama o Messias, de abandonar pai e mãe, mulher e irmãos
do mundo. No entanto, é necessário esclarecer como renunciar.
Jesus explica que o êxito pertencerá aos que assim procederem por amor
de seu nome.
A primeira vista, o alvitre divino parece contra-senso.
Como olvidar os sagrados deveres da existência, se o Cristo veio até nós
para santificá-los?
Os discípulos precipitados não souberam atingir o sentido do texto, nos
tempos mais antigos.
Numerosos irmãos de ideal recolheram-se à sombra do claustro, esquecendo obrigações superiores e inadiáveis.
Fácil, porém, reconhecer como o Cristo renunciou.
Aos companheiros que o abandonaram aparece, glorioso, na ressurreição.
Não obstante as hesitações dos amigos, divide com eles, no cenáculo, os
júbilos eternos. Aos homens ingratos que o crucificaram oferece sublime roteiro
de salvação com o Evangelho e nunca se descuidou um minuto das criaturas.
Observemos, portanto, o que representa renunciar por amor ao Cristo. É
perder as esperanças da Terra, conquistando as do Céu.
Se os pais são incompreensíveis, se a companheira é ingrata, se os irmãos
parecem cruéis, é preciso renunciar à alegria de tê-los melhores ou perfeitos,
unindo-nos, ainda mais, a eles todos, a fim de trabalhar no aperfeiçoamento
com Jesus.
Acaso, não encontras compreensão no lar? os amigos e irmãos são
indiferentes e rudes?
Permanece ao lado deles, mesmo assim, esperando para mais tarde o
júbilo de encontrar os que se afinam perfeitamente contigo. Somente desse
modo renunciarás aos teus, fazendo-lhes todo o bem por dedicação ao Mestre,
e, somente com semelhante renúncia, alcançarás a vida eterna.

Nenhum comentário:

Postar um comentário