A necessidade é a mãe da invenção...
Pensamento:
A necessidade é a mãe da invenção.
Platão (filósofo grego, 427 – 347 a.c.)
Mensagem:
Bom Dia!Como o pensamento de Platão deixa claro, é na hora da dificuldade que você é capaz de encontrar ou criar soluções antes inacreditáveis ou aceitáveis.
Você acredita que alguém poderia dar uma guinada em sua vida, simplesmente tornando-se um vendedor de pedras à beira duma estrada?
Vou contar uma breve história, de autoria de Rui Gabriel, um “blogueiro” de Portugal, do blog Seis Digitos.
Conta ele que havia uma floresta densa que era atravessada por uma estrada. Como era a única forma de chegar do outro lado, para evitar uma volta de dezenas de quilômetros, esta estrada era frequentada por todos aqueles que tinham muita pressa e pouco medo.
A meio caminho havia um vendedor com a sua bancada de madeira montada à beira da estrada.
Ele passava ali os seus dias na companhia do seu filho mais novo, de 10 anos. Em cima da bancada e espalhada pelo chão em redor, a mercadoria exposta: pedras de todos os tamanhos e feitios apanhadas por ele e pelo filho no penhasco e no rio próximos.
Passou um viajante, olhou para a bancada e escolheu uma pedra.
- Levo esta. Pago duas moedas por ela.
O vendedor pegou na pedra como se fosse uma mercadoria delicada e estendeu-a ao viajante para que a levasse. Em seguida guardou o dinheiro. Ao lado, o filho, sentado no chão brincava com um carreirinho de formigas.
Pouco depois surgiu na curva apertada outro viajante. Parou diante da bancada, olhou demoradamente para as pedras, apanhou uma, bem grande, do chão e sorriu.
- Dou 30 moedas por esta pedra.
O vendedor, acenando que sim, estendeu-lhe a pedra da forma meio cerimonial como tinha feito com a primeira. O homem pôs a pedra em cima da mula e prosseguiu o seu caminho.
Uma hora depois apareceu um outro. Ainda longe identificou a banca e dirigiu-se com um passo um pouco mais acelerado para ela. Quando chegou, olhou para a banca, para as pedras, para o vendedor e o seu filho, e desatou a rir.
- O que é isto? Pedras? Você vende pedras? Mas quem é que compra pedras? Ahahaha!
E, enquanto dava meia volta e regressava ao seu caminho ainda murmurou: “… há cada maluco neste mundo!…”
O dia ia avançando, mas ainda antes do crepúsculo surgiu um outro viajante. Parou na frente da bancada olhou um pouco para as pedras espalhadas e, num segundo, os olhos brilharam com intensidade. Depois quase lhe saltaram das órbitas.
- 30 mil. Dou 30 mil moedas por esta pedra! Eu sei que vale muito mais, mas é tudo o que tenho. Acabei de vender todas as minha posses e tenho aqui todo o meu dinheiro. Por favor vende-me essa pedra!
O vendedor, tranquilo, sorriu, pegou na pedra com cerimônia, como anteriormente e estendeu-lha para que a levasse. Depois guardou o dinheiro e começou a arrumar a banca. O dia chegara ao fim.
A caminho de casa o filho, que tinha estado calado todo o dia, não aguentou mais e perguntou ao pai:
- Pai, porque é que o Sr. vende pedras?
O pai, de poucas palavras respondeu:
- Porque há pessoas que as compram.
Não satisfeito com a resposta o garoto insistiu:
- E porque é que as pessoas as compram?
- Não sei.
- E porque é que algumas dão tanto dinheiro por uma pedra, outras dão menos e outras ainda, além e não comprarem nenhuma, ainda brincam e gozam contigo por venderes pedras?
- Também não sei, mas, se és assim tão curioso, amanhã, quando os viajantes regressarem, pergunta-lhes.
No dia seguinte a criança não se sentou no chão como de costume, olhava para a curva da estrada à espera, ansiosa.
O primeiro viajante a regressar foi o que tinha pago duas moedas pela pedra que levara. O menino chamou-o para junto da bancada e perguntou-lhe:
- Porque é que compraste ontem uma pedra ao meu pai por duas moedas?
- Eu fui visitar o meu primo, lá na cidade velha e sempre que lá vou tenho um problema com a carroça porque a casa dele fica numa subida íngreme. Os cavalos ficam cansados de estar ali parados a aguentar o peso da carroça na subida, enquanto esperam que eu termine a visita. Vi a pedra e achei que era um calço perfeito para colocar debaixo de uma das rodas. Assim o peso da carroça recai sobre a pedra e alivio os pobres cavalos. Funcionou na perfeição.
O garoto deu-se por satisfeito e o viajante retomou seu caminho. Passadas algumas horas regressou o segundo viajante, o que tinha pago 30 moedas pela pedra.
- Senhor! Senhor! Posso fazer-lhe uma pergunta?
Quando o viajante se aproximou ele continuou:
- Porque é que compraste ontem do meu pai uma pedra por 30 moedas?
- Porque vou casar no próximo ano e preciso construir uma casa. Aquela pedra que comprei era perfeita para o ângulo da soleira. Já quase tinha desistido de achar tal pedra, mas quiseram os deuses que a achasse aqui. Estou muito feliz, pois já posso prosseguir com a construção.
A criança acenou, satisfeita e o homem prosseguiu o seu caminho.
Um pouco depois surgiu na estrada o viajante irônico. O que rira do seu pai e o chamara “maluco”. Quando o rapaz o chamou ele aproximou-se curioso e divertido.
- Porque é que ontem se riu do meu pai e do seu negócio de vendedor de pedras?
O homem respondeu:
- Onde já se viu vender pedras à beira da estrada? Se fosse vinho ou comida para saciar os viajantes, ainda vá, mas quem é que quer comer pedras! Que ideia mais ridícula!
O rapaz agradeceu e o homem partiu.
Ao final do dia, quase ao entardecer, regressou o quarto viajante, o que tinha entregue todas as suas posses por uma pedra. Surgiu montado num carro puxado por seis cavalos brancos e atrás dele, uma comitiva formada por carroças carregadas de bens, e um séquito de criados, músicos, bailarinos e bailarinas. Parecia uma festa ambulante cheia de riqueza cor e alegria.
Quando o rapaz o chamou, o homem abriu um sorriso de orelha a orelha, mandou parar a procissão, saltou do carro com dois grandes sacos nas mãos e foi ter com ele e seu pai. Quando chegou ao pé deles o jovem, ainda deslumbrado, perguntou:
- Porque é que ontem pagaste 30 mil moedas por uma pedra?
O homem que não parava de sorrir, respondeu:
- A pedra? E que pedra! Eu negocio pedras preciosas mas o negócio não estava indo bem e por isso tinha desistido, vendido tudo e ia regressar a casa dos meus pais, depois de 30 anos de ausência. A pedra que comprei de teu pai é o maior diamante bruto que alguma vez alguém viu, valia 3 vezes o que paguei por ela e depois de lapidado, vale mil vezes mais. Contratei o melhor lapidador da região e vendi o diamante.
Hoje sou mais rico que o rei e quero pagar ao teu pai o que ontem não podia: aqui estão estes dois sacos de moedas. O favor que ele me fez vendendo-me a pedra somente por 30 mil moedas e ter confiado em mim, é um favor que nunca poderei pagar.
O rapaz estava com os olhos arregalados. Dos sacos meio abertos em cima da bancada caiam moedas de ouro. Com um agradecimento o homem prosseguiu o seu caminho com a música e a dança atrás dele. Depois de terem passado, os sons continuaram a ouvir-se, ecoando na floresta, durante muitos minutos.
Com os sacos de ouro arrumados no alforje, o pai do rapaz começou a desmontar a bancada. O garoto estava ao mesmo tempo exuberante com tanta riqueza e confuso. No caminho de casa disse:
- Pai, perguntei aos homens porque tinham comprado as pedras e continuo sem entender. Explica-me.
- O diamante estava na bancada quando o outros viajantes lá passaram, mas cada um tinha o seu desejo e a sua necessidade. Um estava preocupado com um calço para a carroça, viu o diamante e pensou que era uma pedra sem valor, para o fim que tinha em mente. O outro procurava uma pedra angular, o terceiro tinha fome e as pedras não se comem, por isso não viu qualquer valor em nenhuma delas.
Filho, os homens não veem o mundo como ele é, mas como eles são. Por isso o valor de uma pedra não está na pedra, mas na pessoa que a encontra.
- Pai, com tanto dinheiro que ganhaste, agora podemos deixar o negócio das pedras e ir viver para uma casa boa na cidade, comer boas comidas e beber boas bebidas, ter criados para fazerem as tarefas domésticas e não precisas de pensar em mais nada, não é assim?
- Amanhã de manhã, como habitualmente, iremos para a beira da estrada vender as nossas pedras, pois nós mesmos não sabemos o valor das pedras que possuímos até que elas comecem a exercer a sua magia e a mudar a vida das pessoas.
O filho não entendeu lá muito bem, mas calou-se. Um minuto depois disse: “tenho fome”.
O pai sorriu e foi preparar o jantar.
Este é meu recado para você hoje .
Abraços com carinho!
Martha Grannuzy
Consultora de Empresas e uma
Aprendiz do Professor Sigmar
Contato: marthagrannuzy@gmail.com
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