96-A COROA
“E vestiram-no de púrpura, e tecendo uma coroa de espinhos, lha
puseram na cabeça.” — (MARCOS, capítulo 15, versículo 17.)
Quase incrível o grau de invigilância da maioria dos discípulos do
Evangelho, na atualidade, ansiosos pela coroa dos triunfos mundanos. Desde
longo tempo, as Igrejas do Cristianismo deturpado se comprazem nos grandes
espetáculos, através de enormes demonstrações de força política. E forçoso é
reconhecer que grande número das agremiações espiritistas cristãs, ainda tão
recentes no mundo, tendem às mesmas inclinações.
Individualmente, os prosélitos pretendem o bem-estar, o caminho sem
obstáculos, as considerações honrosas do mundo, o respeito de todos, o fiel
reconhecimento dos elevados princípios que esposaram na vida, por parte dos
estranhos. Quando essa bagagem de facilidades não os bafeja no serviço
edificante, sentem-se perseguidos, contrariados, desditosos.
Mas... e o Cristo? não bastaria o quadro da coroa de espinhos para
atenuar-nos a inquietação?
Naturalmente que o Mestre trazia consigo a Coroa da Vida; entretanto, não
quis perder a oportunidade de revelar que a coroa da Terra ainda é de
espinhos, de sofrimento e trabalho incessante para os que desejem escalar a
montanha da Ressurreição Divina. Ao tempo em que o Senhor inaugurou a
Boa Nova entre os homens, os romanos coroavam-se de rosas; mas, legando-
nos a sublime lição, Jesus dava-nos a entender que seus discípulos fiéis
deveriam contar com distintivos de outra natureza
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