91-CAMPO DE SANGUE
“por isso foi chamado aquele campo, até ao dia de hoje, Campo de
Sangue.” — (MATEUS, capítulo 27, versículo 8.)
Desorientado, em vista das terríveis conseqüências de sua irreflexão,
Judas procurou os sacerdotes e restituiu-lhes as trinta moedas, atirando-as, a
esmo, no recinto do Templo.
Os mentores do Judaísmo concluíram, então, que o dinheiro constituía
preço de sangue e, buscando desfazer-se rapidamente de sua posse,
adquiriram um campo destinado ao sepulcro dos estrangeiros, denominado,
desde então, Campo de Sangue.
Profunda a expressão simbólica dessa recordação e, com a sua luz, cabenos reconhecer que a maioria dos homens continua a irrefletida ação de Judas,
permutando o Mestre, inconscientemente, por esperanças injustas, por
vantagens materiais, por privilégios passageiros. Quando podem examinar a
extensão dos enganos a que se acolheram, procuram, desesperados, os
comparsas de suas ilusões, tentando devolver-lhes quanto lhes coube nos
criminosos movimentos em que se comprometeram na luta humana; todavia,
com esses frutos amargos apenas conseguem adquirir o campo de sangue das
expiações dolorosas e ásperas, para sepulcro dos cadáveres de seus pesadelos delituosos, estranhos ao ideal divino da perfeição em Jesus-Cristo.
Irmão em humanidade, que ainda não pudeste sair do campo milenário das
reencarnações, em luta por enterrar os pretéritos crimes que não se coadunam
com a Lei Eterna, não troques o Cristo Imperecível por um punhado de cinzas
misérrimas, porque, do contrário, continuarás circunscrito à região escura da
carne sangrenta.
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