90-ENSEJO AO BEM“Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? — Então, aproximando-se, lançaram mão de Jesus e o prenderam.” — (MATEUS, capítulo 26,
versículo 50.)É significativo observar o otimismo do Mestre, prodigalizando
oportunidades ao bem, até ao fim de sua gloriosa missão de verdade e amor,
junto dos homens.
Cientificara-se o Cristo, com respeito ao desvio de Judas, comentara
amorosamente o assunto, na derradeira reunião mais íntima com os discípulos,
não guardava qualquer dúvida relativamente aos suplícios que o esperavam;
no entanto, em se aproximando, o cooperador transviado beija-o na face,
identificando-o perante os verdugos, e o Mestre, com sublime serenidade,
recebe-lhe a saudação carinhosamente e indaga: Amigo, a que vieste?
Seu coração misericordioso proporcionava ao discípulo inquieto o ensejo
ao bem, até ao derradeiro instante.
Embora notasse Judas em companhia dos guardas que lhe efetuariam a
prisão, dá-lhe o título de amigo. Não lhe retira a confiança do minuto primeiro,
não o maldiz, não se entrega a queixas inúteis, não o recomenda à posteridade
com acusações ou conceitos menos dignos.
Nesse gesto de inolvidável beleza espiritual, ensinou-nos Jesus que é
preciso oferecer portas ao bem, até à última hora das experiências terrestres,
ainda que, ao término da derradeira oportunidade, nada mais reste além do
caminho para o martírio ou para a cruz dos supremos testemunhos.
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