89-O FRACASSO DE PEDRO
“E Pedro o seguiu, de longe, até ao pátio do sumo-sacerdote e,
entrando, assentou-se entre os criados para ver o fim.” — (MATEUS,
capítulo 26, versículo 58.)
O fracasso, como qualquer êxito, tem suas causas positivas.
A negação de Pedro sempre constitui assunto de palpitante interesse nas
comunidades do Cristianismo.
Enquadrar-se-ia a queda moral do generoso amigo do Mestre num plano
de fatalidade? Por que se negaria Simão a cooperar com o Senhor em minutos
tão difíceis?
Útil, nesse particular, é o exame de sua invigilância.
O fracasso do amoroso pescador reside aí dentro, na desatenção para com
as advertências recebidas.
Grande número de discípulos modernos participam das mesmas negações,
em razão de continuarem desatendendo.
Informa o Evangelho que, naquela hora de trabalhos supremos, Simão
Pedro seguia o Mestre “de longe”, ficou no “pátio do sumo-sacerdote”, e
“assentou-se entre os criados” deste, para “ver o fim”.
Leitura cuidadosa do texto esclarece-nos o entendimento e reconhecemos
que, ainda hoje, muitos amigos do Evangelho prosseguem caindo em suas
aspirações e esperanças, por acompanharem o Cristo a distância, receosos de
perderem gratificações imediatistas; quando chamados a testemunho
importante, demoram-se nas vizinhanças da arena de lutas redentoras, entre
os servos das convenções utilitaristas, assestando binóculos de exame, a fim
de observarem como será o fim dos serviços alheios.
Todos os aprendizes, nessas condições, naturalmente fracassarão e
chorarão amargamente.
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