quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

106 – Francisco Cândido Xavier 94 AO SALVAR­NOS

106 – Francisco Cândido Xavier94
AO SALVAR­NOS
“Salva­te a ti mesmo e desce da cruz.”(MARCOS, 15: 30)Esse grito de ironia dos homens maliciosos continua vibrando através dos
séculos.
A criatura humana não podia compreender o sacrifício do Salvador. A
Terra apenas conhecia vencedores que chegavam brandindo armas, cobertos de
glórias sanguinolentas, heróis da destruição e da morte, a caminho de altares e
monumentos de pedra.
Aquele Messias, porém, distanciara­se do padrão habitual. Para conquistar,
dava de si mesmo; a fim de possuir, nada pretendia dos homens para si próprio; no
propósito de enriquecer a vida, entregava­se à morte.
Em vista disso, não faltaram os escarnecedores no momento extremo,
interpelando o Divino Triunfador, com mordaz expressão.
Nesse testemunho, ensinou­nos o Mestre que, ao nos salvarmos, no campo
da maldade e da ignorância ouviremos o grito da malícia geral, nas mesmas
circunstâncias.
Se nos demoramos colados à ilusão do destaque, se somos trabalhadores
exclusivamente interessados em nosso engrandecimento temporário na esfera carnal,
com esquecimento das necessidades alheias, há sempre muita gente que nos
considera privilegiados e vitoriosos; se ponderamos, no entanto, as nossas
responsabilidades graves no mundo, chama­nos loucos e, quando nos surpreende em
experiências culminantes, revestidas da dor sagrada que nos arrebata a esferas
sublimes, passa junto de nós exibindo gestos irônicos e, recordando os altos
princípios esposados por nossa vida, exclama, desdenhosa: — “Salva­te a ti mesmo
e desce da cruz.”
  

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