102 – Francisco Cândido Xavier
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ENSEJO AO BEM
“Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? — Então,
aproximandose, lançaram mão de Jesus e o prenderam.”
(MATEUS, 26: 50)
É significativo observar o otimismo do Mestre, prodigalizando
oportunidades ao bem, até ao fim de sua gloriosa missão de verdade e amor, junto
dos homens.
Cientificarase o Cristo, com respeito ao desvio de Judas, comentara
amorosamente o assunto, na derradeira reunião mais íntima com os discípulos, não
guardava qualquer dúvida relativamente aos suplícios que o esperavam; no entanto,
em se aproximando, o cooperador transviado beijao na face, identificandoo perante
os verdugos, e o Mestre, com sublime serenidade, recebelhe a saudação
carinhosamente e indaga: Amigo, a que vieste?
Seu coração misericordioso proporcionava ao discípulo inquieto o ensejo ao
bem, até ao derradeiro instante.
Embora notasse Judas em companhia dos guardas que lhe efetuariam a
prisão, dálhe o título de amigo. Não lhe retira a confiança do minuto primeiro, não
o maldiz, não se entrega a queixas inúteis, não o recomenda à posteridade com
acusações ou conceitos menos dignos.
Nesse gesto de inolvidável beleza espiritual, ensinounos Jesus que é
preciso oferecer portas ao bem, até à última hora das experiências terrestres, ainda
que, ao término da derradeira oportunidade, nada mais reste além do caminho para o
martírio ou para a cruz dos supremos testemunhos.
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