Acolher Nossa Sombra

Acolher Nossa Sombra
Um dos ensinamentos que diferem a Cabalá das religiões, é o de não rejeitar nossa sombra, mas reconhece-la em nosso interior, para que possa ser iluminada. Nossa alma veio ao mundo físico exatamente para realizar essa tarefa, que resulta numa correção que apenas nós podemos fazer.
O maior serviço que podemos prestar à humanidade é realizar nossa correção (‘tikun’ em hebraico) um trabalho espiritual único e pessoal. Apenas poderemos completar essa tarefa realizando uma Autotransformação, que só é possível em nosso mundo físico, Malchut.
Rav Berg nos descreve esse processo como ‘abraçar nossa escuridão e nos elevarmos com ela na direção da Luz’.
O primeiro passo desse processo é aceitar nossa Má Inclinação, acolhendo-a como o que verdadeiramente é: uma oportunidade para realizar o trabalho que nossas almas vieram fazer, ao penetrar, por um instante, no mundo da matéria.
O Zohar nos ensina: “A única Luz é a que brota da escuridão”. Isso muda tudo para nós, pois ao identificarmos nossa parte escura, a Má Inclinação (aqui referida como ‘sombra’), passamos a enxerga-la não como um agente do mal, e sim como uma chance de revelar mais Luz para nós mesmos, compartilhando-a depois com todos.
A Sombra é apenas nossa parte não iluminada, aquela tarefa que ainda não foi transformada, mas representa a semente da felicidade e da alegria de poder satisfazer o desejo verdadeiro de nossa alma.
Abraçar a Escuridão
Rav Berg comenta, na porção Tetzavê - 86, do Zohar:
“Aprendemos que a única Luz é a que vem da escuridão. Não há serviço para o divino, a não ser o que vem da escuridão, e não há bem, a não ser que venha do mal. A perfeição completa é a união do bem e do mal, que depois se elevam juntos para o bem.”
Iud, Chet, Vav - Revelando o Lado Escuro
Com essa combinação de letras, podemos reconhecer as forças negativas dentro de nós. Os impulsos negativos deixam de ser um mistério ignorado ou evitado por nós. Com o poder desse nome, eles desaparecem.