domingo, 6 de maio de 2018

O filho de Malazar! - Não Fuja

capitulo 9
O filho de Malazar!

Penso em correr dali e ir a Sânsalun avisar Sertolin da barbárie em andamento, mas
simplesmente não consigo. Ele mandaria homens eliminarem a humana na mesma hora e não
suporto nem pensar na ideia. Fico dias seguindo Dale e o vejo rapidamente entrar em uma
espiral de enlouquecimento. Recordo-me de imediato do meu antigo líder, Prylur. Ele
costumava contar sobre a fama dos nervos aflorados de Wangor e afirmava que Dale, seu
filho, era ainda mais instável e doente que o pai.
Pura verdade.
Desde o encontro com Malazar, Dale não cumpre mais missão alguma e fica
perambulando por Zyrk como uma alma penada. O infeliz retorna à segunda dimensão e o vejo
vigiar a humana, mas não tem coragem de se aproximar. Está apenas aguardando o
nascimento da criança híbrida para raptá-la e se livrar da mulher. Em alguns momentos parece
arrependido do que fez, mas é covarde demais para enfrentar as consequências dos seus
atos. Apavorado com a dívida que terá de pagar ao demônio, ele colocou na cabeça
perturbada que conseguirá refúgio em Windston caso leve a criança híbrida consigo. Fica se
convencendo de que Malazar não lhe fará mal algum enquanto a criança estiver em seu poder.
Observo-o falando em voz alta. Escuto as explicações imbecis que planeja dar para Wangor,
seu austero pai. Wangor é um líder justo, mas de gênio tempestuoso, e ele sabe disso melhor
que ninguém. Dale decora em alto som um amontoado de mentiras descabidas. Em nenhuma
delas menciona seu trato com o demônio, pelo contrário. Inventa desculpas de grande
impacto, planeja utilizar-se da lenda de Zyrk para comover o pai e afirmar que o filho que a
humana carrega no ventre foi fruto do legítimo amor entre as duas espécies. Está
desesperado e disposto a tudo para livrar a própria cara.
#
Quatro meses se passaram num piscar de olhos. Dale está mais desorientado do que
nunca. Observo-o. Sigo-o como se fosse sua própria sombra. Ele já não diz mais coisa com
coisa, fica andando em círculos e se afunda em erros. Acaba de matar os dois resgatadores
que vigiavam a humana. Praticamente não dorme nem se alimenta. Cedeu completamente aos
seus nervos instáveis. Sinto receio atroz ao ver sua rápida deterioração. Ele gargalha em voz
alta, chora, pragueja. Está louco.
Sei que eu já devia ter retornado a Zyrk com notícias sobre a força que cresce na
segunda dimensão, mas não consigo. Simplesmente não consigo. Sertolin nem precisará tocar
em minhas mãos para sentir o que se passa em meu peito. Meus olhos me denunciarão como
sempre o fizeram. Meu mestre se aproveitará disso para descobrir que a inexplicável energia
cada dia mais pulsante e avassaladora trata-se do filho da besta se desenvolvendo no útero da
humana que não consigo parar de admirar e enviará um exército para executá-la. Sei que
trabalha pensando no equilíbrio do planeta, em manter a tênue harmonia entre as dimensões.
Decepção. Vergonha. Fracasso. Por que não sou consumido por elas? Devia sumir e nunca
mais aparecer para não ter que me deparar com o escrutínio do Grande Conselho. Devia estar
arrependido, mas a verdade é que não estou e não me reconheço mais. Estremeço com tal
pensamento.
— Vou matá-la! É isso! Vou me redimir e acabar com tudo! — solta Dale
intempestivamente, com um brilho em seus olhos castanho-claros como há muito não
presenciava.
Deve ser outro de seus devaneios, mas fico em estado de alerta máximo. Abandono o
modo invisível e o acompanho de perto. Vejo quando ele aguarda a humana sair do seu
trabalho e a segue. Sua barriga está proeminente e o peso extra a faz caminhar de forma
lenta, bem diferente de suas passadas ligeiras de meses atrás. Pergunto-me por que Dale não
é mais capaz de captar a minha presença. Teria a essência humana que recebera de Malazar
modificado parte de seus instintos zirquinianos? Ou seria pelo agravamento de sua loucura?
A humana, ao contrário de Dale, parece bem ciente não apenas da presença dele, como
da minha também. Ela disfarça e olha por sobre os ombros toda vez que resolve atravessar
alguma rua e vejo quando seus olhos negros e perturbadores procuram os meus. Acho que ela
sorri discretamente em minha direção e me pergunto se a loucura de Dale não começou a me
atingir também. De repente ela muda de direção e entra em uma estação do metrô abarrotada
de gente. Um trem acaba de chegar e o enxame de humanos avança sobre nós. Devido à sua
baixa estatura, fica dificílimo identificá-la no meio de tantas pessoas. Seguro o sorriso
quando, num piscar de olhos, eu a perco de vista. Ela é muito esperta! Adoro isso! Vejo
quando Dale fica nervoso. Terá que se utilizar apenas do atual olfato e parece saber que
fracassará. Mas eu a farejo com perfeição, como se parte dela pertencesse à minha própria
essência. Sei que ela está por perto. Escondida, mas por perto. Após alguns minutos
procurando de um lado para o outro como um tonto, Dale xinga alto, desiste de seu objetivo e
sai da estação. Olho ao redor e, quando estou prestes a retornar e ir atrás dele, escuto o sinal
de fechamento das portas de outro trem e uma rajada de energia me atingir a pele. Meus
olhos vasculham com rapidez o vagão parado à minha frente e, em meio a tantas cabeças
espremidas, eu a vejo sorrindo e acenando para mim. As portas vibram, alertando sobre a
partida iminente do trem. Não refreio meu impulso e corro como um raio em sua direção.
#
Ela sai em uma estação próxima ao East Village e caminha em direção a uma pequena
delicatessen. Eu a sigo, mantendo três passadas de distância entre nós. Ainda não acredito
que estou fazendo isso, mas também não me arrependo. Estou insanamente eufórico com o
fato de ela querer falar comigo e não com Dale. Ela entra no aconchegante estabelecimento,
pede duas xícaras de chocolate quente e se senta em uma mesinha nos fundos. Estou mais
inerte do que uma pedra e mal consigo sair do lugar. Ela me aguarda e isso me amedronta.
Nunca tive medo de lutar contra vários adversários ao mesmo tempo e agora estou aqui,
tremendo por ter de enfrentar uma pequena e indefesa humana. Olho para ela e a vejo acenar
para mim novamente. Respiro fundo, tomo coragem e caminho em sua direção.
— É uma menina. — Sua voz mexe com uma parte desconhecida dentro de mim. — Você
foi o primeiro a perceber. Achei justo que fosse o primeiro a saber o sexo — suspira e,
camuflado em sua postura alegre, sinto um discreto pesar naquela afirmação.
Céus! Não consigo falar e pensar ao mesmo tempo com meu coração dando socos
dentro do peito.
— Prefere outra bebida? — ela olha para as xícaras de chocolate quente à nossa frente.
— Se quiser, eu posso pedir...
— Não! — solto alarmado. Não devo conversar com a humana. — Eu não, eu...
— Está tudo bem — ela tenta me acalmar. — Tenho fé em Deus que vai ficar tudo bem
— diz de forma gentil e, como se não bastasse tudo que foi capaz de gerar em mim mesmo à
distância, a humana me faz congelar quando segura uma de minhas mãos entre as dela.
Arrepiado da cabeça aos pés, desvencilho-me de seu contato jogando meu corpo para trás.
Arrependo-me imediatamente disso, mas não volto atrás. — Qual o seu nome?
— Ismael — balbucio.
— Você já deve saber o meu, não é?
Eu confirmo com um balançar de cabeça. Ela arqueia as sobrancelhas e me estuda por
um momento.
— O que quer de nós? Ainda não entendi o que deseja, mas sei que não quer o meu mal,
o nosso mal — passa as mãos na barriga e sorri. Não sei o que há comigo, mas não consigo
resistir e, quando dou por mim, estou retribuindo seu sorriso com vontade. Vejo seus olhos
negros brilharem ainda mais quando miram a minha boca e sou varrido por uma onda de calor
e um jorro de adrenalina. Todos os poros do meu corpo resolvem suar, cada célula protestar,
meus pelos eriçar.
— Por que, entre tantos, escolheu logo alguém tão fraco como ele?
Por Tyron! De onde saiu essa pergunta que acabo de fazer?
— Eu havia acabado de sair de um relacionamento muito complicado, um namorado
violento. — Ela dá de ombros e me fita com um sorriso triste. — Então Dale apareceu em
minha vida. Ele era gentil, atencioso e... inacessível! — ela pisca. — Minha falecida mãe
costumava dizer que eu tinha uma queda para as coisas impossíveis e complicadas, e Dale...
— suspira. — Bom, ele era o fruto proibido. Havia o desafio, a magia. E o meu terrível destino.
— Quando soube que era uma receptiva?
— Desde pequena. Consigo captar os halos ao redor das pessoas — ela explica com
outro sorriso triste. — Quando eles eram subitamente impregnados por uma sombra negra,
logo em seguida as pessoas morriam. Sou filha de um relacionamento acidental,
completamente sem amor, de duas pessoas ignorantes. Tive mínimo contato com meu pai. O
halo escuro apareceu para ele no meu sétimo aniversário. Minha mãe era uma mulher severa,
extremamente rude, não acreditava em nada do que eu dizia e ainda me batia quando eu
“previa” a morte de alguém. Então parei de contar e apenas fui tocando a vida, até que eu vi o
halo negro surgir para ela. Nada disse, apenas esperei. Não sofri a perda deles. Nunca me
amaram.
— Então você sabia que seus dias já estavam contados?
— Sim. Em uma manhã, há quase dois anos, acordei com o maldito halo negro me
envolvendo. Chorei muito. Sabia que a morte chegaria em breve, minha sina intransferível. Sou
jovem e tenho saúde de ferro, então concluí que morreria em um acidente. Até o dia em que
Dale apareceu na minha vida. Só podia existir uma explicação plausível para, dia após dia,
aquele homem bonito e com ausência de halo começar a me seguir e observar avidamente: ele
era a minha morte! Como não sou de ficar remoendo minhas dores, aquela espera estava
começando a me angustiar e aí fui eu quem se aproximou dele — ela dá de ombros. — Aos
poucos fui me afeiçoando por aquela morte tão necessitada de mim. Dale era tão carente de
afeto, tão...
— Pena?! Entregou-se a ele por pena? — pergunto com um misto de raiva e alívio. Fico
alarmado com minha reação. — Deveria ter ódio dele! Veja o que ele lhe fez!
— Não é nada disso! — ela rebate na defensiva e sua força vacila. Ela não percebe, mas
sua reação acalorada gera uma nova descarga de energia sobre meu corpo. Seguro-me como
posso. Quero berrar que Dale é um fraco, que ela se deixou levar por ele porque o cretino
estava possuído por algum tipo de magia negra do demônio, mas me calo. Não me acho no
direito de deixá-la triste ou nervosa. — Além do mais, ele me transformou em uma mulher rica
da noite para o dia. Eu sabia que ia morrer e, então, sem mais nem menos, começo a gerar
uma vida! — diz sorridente e passa novamente as mãos na barriga. Flagro-me admirando a
perfeição de seu pescoço, a pulsação tentadora das veias azuis em sua pele morena clara.
Sinto minha boca secar e engulo em seco. — Não posso ter raiva dele.
— Ele quer a criança — murmuro.
— E você? O que quer? — ela indaga e perco a fala porque, sem sucesso, também já
havia me feito aquela mesma pergunta centenas, milhares de vezes. Era difícil demais me
reconhecer diante dela. Aquela mulher era uma terra desconhecida e tentadora demais. Pisco
algumas vezes. Uma voz interna me adverte do perigo iminente. Sei que preciso parar de
encará-la senão morrerei sufocado. Nunca poderia imaginar, entretanto, que ficaria tão
fascinado, tão irremediavelmente satisfeito com esse tipo de partida.
— Você ainda tem bons sentimentos por ele? — pergunto e ela solta uma gargalhada
alta, dessas que faz a terra tremer. Ou será apenas a trepidação do meu coração? Não
consigo mais distinguir. Sinto um prazer inenarrável ao ouvir sua risada alegre, como se não
precisasse de mais nada em minha vida, como se ela fosse o ar a manter meus pulmões em
funcionamento. Levo as mãos à cabeça. Estou perdido.
— “Bons sentimentos”? — repete e solta nova gargalhada. Uma energia maravilhosa
desprende-se dela e explode no ar como centelhas de bem-estar. Lavas de um vulcão de
eletricidade e alegria. Meu corpo entra em chamas e, quanto mais as labaredas de seu fogo
me lambem a alma, mais eu percebo que desejo me queimar. Sinto-me maravilhosamente bem
em fazê-la rir. — Você é muito engraçado!
Negativo. Tinha certeza de que era algo que eu nunca fui.
— Se já notou que Dale não é mais capaz de senti-la, por que não desaparece daqui de
uma vez por todas? — desconverso.
Porque ele não vai nos fazer mal algum e porque...
— Por quê...?
— Porque agora tenho você!
Meu coração vem à boca e só não sai e se espatifa no chão porque meus dentes o
aprisionam bem a tempo. Se já não tinha voz, agora perco a razão. Minhas reações são
intensas e contraditórias. Estou nervoso, excitado ao extremo. Se possível fosse para um
zirquiniano, diria que estou apaixonado.
— A mim?! — engasgo.
— Sim. Agora tenho certeza. Tudo isso aconteceu porque eu tinha que conhecer você,
Ismael. Uma voz me diz que não preciso ficar preocupada se você está por perto. Ela afirma
que você é o meu anjo protetor.
— Você está louca, eu sou um zirquiniano igual a Dale!
— Não é não.
— Como pode dizer isso se mal me conhece?
— Eu sinto isso. Desde o nosso beijo. — Ela me encara. — Penso em você noite e dia
desde o momento que o vi. Nunca senti por ninguém o que você gerou em mim — ela sorri
com vontade, torna a segurar minhas mãos e as leva em direção ao seu ventre. A criança
dentro dela se movimenta no instante em que eu a toco. O que sinto em meu coração
ultrapassa todas as fronteiras. Vértice, Plano, Terra, Zyrk... Nada mais faz sentido. Estou
derretendo de emoção. Sinto minha alma explodir no peito, ir à lua, deixar a galáxia, e voltar
ainda mais energizada.
— Vai dar tudo certo, ok? Você vai ficar bem. A criança vai ficar bem — digo com uma
candura na voz que jamais imaginei que pudesse possuir. Acho que digo as palavras certas
porque ela torna a olhar para mim com intensidade. Seus olhos negros e fulgurantes me
desorientam. Sinto novo calafrio. Tenho certeza de que ela não apenas me olha. Tenho
absoluta convicção de que ela é capaz de enxergar através da minha essência. Sinto um medo
horroroso que ela descubra que sou uma farsa, que me aproximei com a pior das intenções,
que há alguns meses eu desejava matá-la. Sinto vergonha de mim. Repulsa de ser o que sou.
— Além de mim, você é a única pessoa a quem ela responde. O bebê também o ama,
Ismael — finaliza.
“Também”?
Há um terremoto, um furacão, um vulcão em erupção, tudo acontecendo ao mesmo
tempo dentro de mim. Meus alicerces estão irremediavelmente abalados. Estou desmoronando
e sendo reconstruído, pedaço por pedaço. Levo um susto ao perceber que minhas mãos têm
vontade própria e apertam as dela com desejo avassalador. Mais alucinante ainda é a
sensação que aquele toque gera em meu corpo. Tenho a impressão de que a cada novo
contato essa sensação aumenta de intensidade. Quando dou por mim, não é ela quem procura
por mim agora, mas sou eu, desesperado, febril, que a puxo para mim e sufoco sua boca com
um beijo meu.
Finalmente a certeza: estou apaixonado.
Irremediavelmente e para 


Oração do dia 6 Palavras para afirmar-se como dono da própria vida.


Oração do dia 6
Palavras para afirmar-se como dono da própria vida.
Minha natureza verdadeira se identifica com Deus. Deus é o todo de tudo e, sendo assim, nada além de Deus existe de verdade. Deus é o todo de tudo. Por conseguinte, se existo neste mundo, é porque sou um com Deus. Eu existo; logo sou um com Deus. E, por ser um com Deus, dele recebo tudo que é de bom, tudo que é inerente à natureza divina. Tenho tudo que Deus tem. Meu coração vibra de alegria. Minha alma está repleta de júbilo sagrado. Deus é onipotente; portanto, também tenho capacidade infinita. Sou guiado pela onisciência de Deus; por isso tenho sabedoria ilimitada. Deus nunca se cansa, nunca se entedia; portanto eu também nunca me canso, nunca fracasso. Tenho a convicção de que Deus renova constantemente as minhas forças. Coloco-me inteiramente nas mãos de Deus. Por isso, minha mente é inabalável como uma rocha.
Sou completamente livre. Sou livre de discriminações, críticas, imposição de velhos costumes. Procedo de acordo com meu discernimento, pois tenho meu próprio critério. Sou um ser humano, e todo ser humano é filho de Deus; portanto, sou dono da minha própria vida. Não digo aos outros como deve ser a conduta do ser humano. Demonstro-a através do meu modo de viver. Estou exultante, pois alcancei total liberdade. Haverá alegria maior do que a proveniente da conscientização de que somos dotados de atributos divinos? Sou eterno. Na essência, sou vida; sou sabedoria. Minha imagem verdadeira é perfeita, pois espelha a perfeição de Deus. Por isso, manifesto perfeição todos os dias. Sou filho de Deus, pleno de vida. Agradeço a Deus por me despertar para esta verdade. 

Meditação diária (cecp) dia 06

Em cada ato meu, sinto Deus agir através de mim 

sábado, 5 de maio de 2018

65 - Temor a Deus: Quando você precisa se lembrar de que existe um sistema, e de como operá-lo - BET MEM DALET


65 - Temor a Deus: Quando você precisa se lembrar de que existe um sistema, e de como operá-lo - BET MEM DALET
Temor a Deus não significa uma noção religioso de um Criador que castiga e recompensa. 
A Luz do Criador é uma força totalmente positiva, uma energia espiritual infinita cujos únicos atributos são compartilhar e amar infinitos.

REFLEXÂO:
A expressão temor a Deus se refere a uma compreensão interior da forma como funciona o nosso universo.
Tratar mal outra pessoa, por exemplo, é o mesmo que colocar o dedo numa tomada.
É uma causa que produz um efeito definido e doloroso. 
O que deve ser temido, entretanto, não é a energia elétrica, e sim a ação que nos coloca num contato perigoso com ela.
Temera Deus significa ver as conseqüências futuras de nossas ações presentes. 
Por exemplo, se pudéssemos antever as conseqüências negativas ligadas ao comportamento desrespeitoso, nossa visão de longo prazo faria com que nos detivéssemos.
Nossa decisão não teria sido motivada pela moralidade ou pelo temor religioso.
Ter-se-ia baseado em algo bem mais persuasivo: nosso próprio benefício.
Este poder de observação aguçado vem a nós por intermédio deste Nome.
AÇÂO:
A percepção da centelha divina dentro de cada pessoa é despertada em seu coração. 
Você se torna mais sábio no que diz respeito às coisas da vida. 
Você percebe as repercussões ligadas a cada uma de suas palavras e ações, e sabe que atos como compartilha a em prol dos outros sempre lhe trazem beneficio.

MEDITE NESTAS LETRAS E VOCALIZE: Demáv
AÇÃO: No dia de conexão com este anjo, sempre que se sentir dominado por pensamentos desconexos, experimente repetir a frase: “Este pensamento é apenas uma ilusão.” 

Minutos de Sabedoria 188

Minutos de Sabedoria
188
Não confunda cultura com sabedoria. A cultura vem de fora para dentro, penetra pelos olhos e ouvidos e pode fixar-se ou não em nosso cérebro. A sabedoria, ao contrário, nasce de dentro de nós, e se exterioriza; surge no coração e só pode ser adquirida por meio da meditação. Até os analfabetos podem conquistar a sabedoria, se souberem meditar em seus corações sobre as grandes verdades.

Carlos Torres Pastorino

5º Dia do Mês

5º Dia do Mês1. Neste dia concentre-se nos elementos da realidade que se apresentam como
resultado de seu trabalho em conjunto com outros elementos da realidade
. Vou explicar
o que isso significa: Quando você direcionar sua atenção para qualquer objeto em
particular, você coloca sua consciência sobre este elemento da realidade. Através
dessa conexão com você, o objeto obtém acesso, até certo ponto, da sua
concentração e certa quantidade de seu conhecimento. Uma parte da informação que
foi recebida de você e algo de sua condição, sua energia, então são repassadas por
este objeto para outros elementos da realidade. Este é o mesmo que quando a luz do sol
brilha sobre vários objetos e é parcialmente refletido, assim iluminando outros objetos.
Então, quando você se concentrou em algum objeto, este objeto já terá dado algo de si
mesmo para seus arredores após a interação com você. Sua tarefa consiste em
contemplar isso e descobrir o que é que cada elemento da realidade está passando
para seus arredores. Pode, é claro, ficar com apenas um objeto. Concentre-se no objeto
ao mesmo tempo imaginando seu objetivo desejado, Este é o método.
O que há de especial neste método é que, a concentração sobre o elemento
secundário que você está visualizando, leva para a realização do objetivo desejado.

Assim, com a ajuda do pensamento lógico, com a clarividência ou qualquer outra
técnica mental, você descobre exatamente que, o elemento que escolheu, passa para
a realidade externa, a alteração adquirida após interação com você. Pela
contemplação sobre este elemento secundário da realidade enquanto,
simultaneamente visualiza a meta desejada, você consegue a sua realização.


2.
Dígitos para Concentração*Concentre-se intensamente na sequência de sete números: 1084321*Concentre-se intensamente na sequência de nove números: 194321054


3. Quando você olhar para o céu, você sabe que a Terra existe. Quando você olha para
a terra, você pode imaginar que o céu existe acima dele. Quando você está debaixo
da terra, você pode imaginar que o céu existe acima da terra. Estas verdades simples
são a fonte do eterno mundo. Conecte o céu com a terra e você vai ver que tudo o que
é debaixo da terra também pode estar acima dela. Levante-se para seu espírito e
encontre os ressuscitados onde eles se encontram.
Se você trouxer o infinito para a verdade do mundo, você vai ver que o mundo é
infinito. Quando você entende isso, você encontrar o verdadeiro Criador - aquele que
deu o que você tem e você vai criar como que ele criou. Ele está muito perto de
você. Ele é seu amigo, ele te ama. Você só precisa estender seus braços para dentro
dele e criar como ele faz. Esta é a sua criação e você é o próprio Criador. Apenas um
Criador pode criar Criadores. Esteja em harmonia com o Criador. Esteja aberto para ele
e assim você será permanente em todas as suas manifestações e criações
próprias. Você pode sempre corrigir o que você deseja alterar.
Tudo o que você deseja criar, você pode criar aí onde você está - e no momento em
que você deseja. Você tem a eternidade para realizar a perfeição. O Criador lhe dará
várias eternidades para suas ações. Você é o único que O viu em você, que ele criou
em você.
Mas você também é o que quer que o Criador seja incorporado para sempre em suas
criações, em que você se vê. O Criador que está presente em você é o mesmo Criador
que funciona através de você em cada uma de suas ações. Vire-se para ele e a
harmonia virá até você.

100 - Louise Hay


100- “O passado ficou para trás, não tem nenhum poder agora. Os pensamentos deste momento criam o meu futuro.

CAPÍTULO 8 - Não Fuja


CAPÍTULO 8
Faz uma semana desde que tudo aconteceu. Após muita meditação, estou mais calmo e
focado. A euforia enlouquecedora finalmente abrandada, mas permaneço atordoado comigo e
com tudo. Até agora me pergunto se aquela noite realmente aconteceu ou se foi apenas um
sonho, uma peça que meu subconsciente me pregou. Por mais que lute contra, não paro de
pensar nas consequências daquele beijo. Como posso ter sentido todas aquelas emoções?
Como fiz a loucura de interferir no livre-arbítrio de Tyron e matar dois humanos para salvar
outra humana?
Estremeço ao ser acordado por novo golpe em meus sentidos. Sinto a aproximação
rápida de um resgatador. Pior: pela forma como ele se aproxima, sei que ele a está
rastreando! Será o mesmo covarde da vez anterior? Corro até o edifício em que ela trabalha
e fico à espreita. Sinto o resgatador por perto, mas não o vejo. Talvez esteja no modo
invisível... Começo a checar as auras das pessoas ao redor e ver se ele poderá se utilizar de
algum infeliz com suas horas contadas, e, como ocorreu da vez anterior, utilizar-se de uma
morte indireta. Estou ainda analisando o entorno quando eu a vejo e enrijeço no lugar. Ainda na
calçada do lado de fora do prédio, a humana olha o céu gentil de primavera e começa sua
caminhada. Está ainda mais bonita que da vez anterior. Todas as sensações enlouquecedoras
que tive naquela noite avançam sobre meu corpo de uma única vez e quase me derrubam.
Sufoco-as a todo custo e tento respirar profundamente. Está dificílimo manter qualquer
constância com meu pulso completamente desgovernado. Fico em alerta máximo quando
percebo que sua força parece ter triplicado de tamanho. Isso não é normal. Isso não é bom.
Estou suando frio e minhas pernas tremem. Algo vai acontecer e devo manter minha mente
tranquila e focada.
A humana é rápida. Mantendo sempre uma distância segura, vejo que ela caminha em
direção a um ponto verdejante e florido e que destoa da selva de prédios ao nosso redor. Está
entardecendo e os fracos raios solares laranja-avermelhados incidem no verde-claro vivo das
copas das árvores corpulentas. Uma brisa agradável abranda o calor que avança em minha
pele. O número de pessoas diminui e sei que terei que ser discreto agora. Não estou em
condições de arriscar ficar no modo invisível. Não posso me dar a esse luxo se planejo
enfrentar uma força de tal magnitude. Observo a humana caminhar pelos estreitos caminhos
de terra batida e tenho vontade de xingar alto quando percebo meu erro imbecil. Fico tão
hipnotizado com a sua força extraordinária, com a sua magnética presença, que não notei para
onde ela ia. Por Tyron! Ela caminha em direção ao resgatador! E está bem mais perto dele
do que de mim! Desato a correr feito um louco, pulo gramados, empurro pessoas pelo
caminho e então travo quando escuto a voz satisfeita dela. Estou camuflado atrás de uma
árvore, a alguns metros de distância.
— Cheguei! — ela solta agitada. — Dale? Você está aí?
“Dale”?!
Novo tremor toma conta do meu corpo ao escutar aquele nome. Não pode ser!
Você está atrasada — responde a voz. O homem que surge atrás dela não é humano.
Ele é um zirquiniano. O sujeito de traços bem feitos, pele clara e cabelos alourados que surge
no meu campo de visão é Dale, filho de Wangor, o líder de Windston.
— Eu sei. Desculpe.
— Você está diferente — afirma ele, aproximando-se lentamente.
— Diferente como? — A voz dela vacila.
— Estava menos abatida na última vez que a vi.
— Devem ser minhas olheiras e...
— Já disse que não precisaria trabalhar se não quisesse.
— Não é isso!
— O que é então?
— Você não consegue sentir? — ela leva as mãos ao abdômen e vejo sua testa franzir.
— Eu não, eu... — Dale a observa de maneira estranha. De repente ele arregala os
olhos. — Você carrega uma cria?
Ela confirma com a cabeça e sorri.
— Estou grávida de um filho seu, Dale!
Meu coração para de bater. Meu ar acaba. Meu cérebro entra em combustão com
aquela afirmação impensável. Estou cego, surdo e mudo, dentro de um mundo de espanto,
raiva e encantamento. Mal acompanho a reação de Dale. Estou completamente atordoado,
desorientado. Não consigo entender as emoções que se embaralham em meu peito, muito
menos compreender o que se passa à minha frente. Perguntas umas atrás das outras se
atropelam em minha mente: Como eles conseguiram ter um contato mais íntimo sem que ele a
matasse? Por que Dale parece tão insensível com a notícia? E, principalmente, por que sinto
cólera e impotência dentro do peito? Por que tenho raiva por ela o ter desejado? Por que sinto
um ódio quase irrefreável por ele? Por que tenho vontade de matar os dois? Faço força
descomunal para respirar e o oxigênio clareia meus pensamentos e faz as pistas daquela
charada se encaixarem com perfeição... O porquê da força crescendo dentro dela: existe um
bebê em seu ventre! O filho inconcebível de duas espécies que jamais poderiam se fundir. O
fruto de um amor impossível e inimaginável. A redenção dos pecados da minha espécie. A
salvação de Zyrk. Ali, dentro daquela pequena humana. Ali, batendo no coraçãozinho daquele
ser em formação.
Então volto a mim e surpreendo-me com um Dale sem reação, pensativo e apático
demais para uma notícia daquela magnitude. Como assim? Por que ele não está assustado?
Ou maravilhado? Ou agitado?
— Eu sei que foi rápido demais... Eu também não entendo... Eu tomei o remédio
corretamente e... — Ela para e capta a nuance de pavor na face de Dale. Não é a reação
para quem acaba de receber uma graça. Para o único zirquiniano na história que recebeu o
dom do amor. Vejo quando ela engole em seco e retém as lágrimas que se formam em seus
olhos negros. — Você não está feliz com a notícia?
— Estou sim — diz ele, mas sua expressão é taciturna e quase aérea. Por um instante
cheguei a pensar que talvez estivesse em choque. — É para quando?
— Ainda vai demorar. Estou no terceiro mês.
— Certo — ele diz e parece ainda mais ausente.
Ela se afasta, abaixa a cabeça e vejo que tem dificuldade de respirar. Sua emoção vacila
e sua energia positiva perde espaço enquanto um halo negro avança por sua aura. Estremeço.
O que está havendo com ela?
— Dale, eu não sei o que fazer... eu também não esperava... essa criança... — ela
começa com a voz rouca e o halo negro expande-se ainda mais. Tenho a sensação de que ela
precisa sentir a reação dele, a aprovação dele.
— A gente pode se livrar dela assim que nascer.
Sou nocauteado. A resposta instantânea dele arranca o chão sob os meus pés. Não devo
estar nada bem. Não posso ter ouvido corretamente. Tenho vontade de arrancar sua língua
com minhas próprias mãos. Como ele pode ter dito algo assim? Chacoalho a cabeça, mais
zonzo do que antes. Devo estar enlouquecendo...
— É o que você quer? — ela indaga com os lábios cerrados em uma linha fina, a testa
tão lotada de vincos quanto a minha.
— Acho que é o melhor para nós.
— Você acha? — a voz dela fica subitamente irônica, o negro dos seus olhos ainda mais
escuros e impenetráveis.
— Você mesmo disse que foi cedo demais, que também não queria, e...
— Eu não disse que não queria! — ela rosna e vejo Dale se encolher. Ele tem o
semblante estranho, parece com medo. Medo dela?
— Stela, eu não queria que fosse assim, as coisas fugiram do meu controle, meu pai não
vai acreditar em nós, não vai aceitar essa criança, eu não sei o que fazer!
— Foi você que me fez acreditar que era possível algo entre nós, que um milagre poderia
acontecer...
— E aconteceu! — ele solta exasperado.
— Essa droga que está acontecendo aqui e agora é um milagre? — ela ruge. — Um pai
dizer que vai esperar seu filho nascer para se livrar dele?
Dale anda de um lado para o outro.
— Pois bem! — ela pisa firme. — Vou acabar com essa loucura agora mesmo!
— O que você pretende fazer?
— Acabou, Dale.
— O que você está dizendo?
— Aquilo que você é covarde demais para propor.
— Mas eu ainda quero você — ele solta de maneira fraca.
— Mas não quer o que está dentro de mim — ela retruca com sarcasmo.
— Você não pode se afastar de mim. Sua partida já foi decretada. Preciso vigiá-la. Logo
outros resgatadores virão atrás de você.
— Sei me proteger.
— Só porque sua percepção é aguçada? Não conte demais com isso — rebate ele.
— Talvez nem todos os zirquinianos sejam ruins.
Quero sufocar a emoção que me toma, mas sinto meu coração acelerar ao escutar
aquela frase.
— Hã? O que quer dizer com isso? — Dale parece acordar do transe.
— Que acabou tudo entre nós.
— E a criança? O que fará com ela?
— Agora está preocupado com ela? Fique tranquilo. Vou dar um jeito.
— “Um jeito”? Você vai matá-la ainda no seu ventre?
— Que diferença faz me livrar dela agora ou daqui a seis meses? — rebate nervosa.
— Faz toda a diferença do mundo!
— Você enlouqueceu? — ela indaga visivelmente espantada.
— Dê-me a criança assim que ela nascer! — Dale solta essa frase com uma energia tão
grande, que posso afirmar que é o que ele realmente queria dizer desde o início daquela
conversa.
— Como é que é?! — Stela dá um pulo para trás e, como reflexo, leva as mãos à
barriga. Vejo quando ela sorri ao se dar conta de que acaba de proteger seu filho pela
primeira vez, assim como as humanas têm o hábito de fazer. Imediatamente vejo o halo escuro
ao seu redor perder a intensidade. — Nunca!
Apesar de completamente distintos dos do meu povo, devo me recordar dos padrões
humanos. Enquanto na minha dimensão as mulheres nada mais são do que procriadoras que
se sentem aliviadas quando podem se ver livres do fardo em suas entranhas, as mulheres
humanas prenhas desenvolvem um sentimento descomunal por suas crias. Elas chegam ao
extremo de doarem suas vidas para protegê-las e têm necessidade de que as pequenas
criaturas sejam aceitas por todos, em especial pelo seu procriador. Os machos humanos
diferem-se barbaramente. Enquanto alguns são tão afeiçoados pelos filhos quanto suas
procriadoras, outros parecem completamente indiferentes a eles e, nesse caso, tão
semelhantes a nós, zirquinianos.
— Não enxerga que essa criança só trará desgraça para as nossas vidas? É
amaldiçoada!
— Jesus Cristo! Você pirou?
— Temos que nos livrar dessa criança, Stela!
— Nunca! Vai ter que me matar para conseguir colocar as mãos nela.
— É só questão de tempo, você sabe.
— Não!
— Por favor, não deixe as coisas desse jeito. Eu gosto de você. A gente pode tentar
outra vez, tentar outra criança, e...
— Outra criança? Por que diz isso se já temos essa? — Stela tem o semblante feroz
enquanto coloca a bolsa debaixo do braço. Pretende sair dali. — Ou você está louco ou me
acha muito estúpida para cair numa conversa dessa, Dale.
— Stela, quer me ouvir? Essa criança foi um erro. Ela é amaldiçoada! Não pode ficar
aqui e...
— Cale a sua boca, seu cretino! Essa criança é seu filho!
— Não é!
— Idiota! — Stela não consegue mais segurar as lágrimas e se afasta, chorando
compulsivamente. Tenho uma vontade louca de ir atrás dela, abraçá-la e confortá-la. Mas não
o faço e fico ali. Algo me impulsiona a entender o que acabara de acontecer.
#
Fico dividido entre vigiar os passos de Dale ou continuar minha análise sobre a humana
que abalou com as minhas estruturas. Agora entendo o porquê da sua força em expansão: ela
carrega mais que o filho de um zirquiniano em seu ventre, ela carrega um milagre.
Não posso matá-la.
Pergunto-me como Dale não foi capaz de perceber aquela energia pulsante dentro dela
há mais tempo. Indago-me sem compreender sua reação e respostas sem cabimento. Por que
disse que a criança é amaldiçoada se a lenda é tão clara, tão límpida em dizer que um filho
entre as duas raças só poderia ser gerado se houvesse amor envolvido. Como um zirquiniano
como Dale, pertencente a uma espécie vil e insensível como a nossa, vivenciou relações
carnais com uma humana sem matá-la, gerou um filho e o tachou de amaldiçoado? Como teve
a coragem de pronunciar blasfêmia desse porte e ainda sugerir que poderia fazer outros filhos
nela? Por Tyron! Existe algo muito errado em andamento. Posso sentir, mas não sei o que é.
Sinto-me completamente cego e perdido.
Opto por ir atrás dele.
Peço a Tyron que tome conta da humana e, invisível, sigo durante três dias os passos de
um Dale de expressão sombria e andar cambaleante. Sua energia vacila ininterruptamente e
ele está tão desorientado que mal consegue captar a minha presença no ar. Acompanho-o
quando ele retorna a Zyrk. Fico mais confuso ainda quando ele passa longe do seu clã,
Windston, e, caminhando em uma espécie de transe, contorna as Dunas de Vento e sobe as
colinas escarpadas do Grande Conselho, único caminho viável em direção a Chawmin, o portal
pentagonal.
Ainda é dia, mas o céu na região onde fica o portal é escuro, mais negro que o de Thron,
meu antigo clã. Estremeço ao escutar trovões de advertência rasgando o ar. Não há nuvens e
ainda assim os relâmpagos são tantos que traçam uma teia gigantesca ao nosso redor. Os
uivos do vento machucam meus tímpanos. Tenho que forçar meus pés no chão para não
perder o equilíbrio. Vejo Dale se aproximar de Chawmin e hesitar por um instante.
Por Tyron! Ele ia se suicidar? Ia se condenar ao Vértice?
Quero berrar seu nome e alertá-lo sobre a estupidez que está prestes a cometer. Quero
acordá-lo daquele estranho estado de torpor, mas algo dentro de mim adverte para me manter
em silêncio. Sei que se ele entrar ali, nunca mais retornará. Ninguém nunca retornou do
Vértice.
A não ser que...
A parte inferior do portal se abre, mas Dale não faz menção em caminhar. Fica parado e
de cabeça baixa. De onde estou não consigo enxergar ou ouvir com clareza. Então dou mais
uns passos em sua direção.
— Congratulações, Dale! Você conseguiu o que nenhum outro foi capaz. Quando a
criança híbrida vai nascer? — Uma voz grave faz todos os pelos do meu corpo eriçarem.
Não podia ser! Aquela voz era de...? Ele estava conversando com Malazar, o
demônio?!
— Dentro de seis meses.
— Perfeito. Quero meu filho comigo assim que completar um ano de idade e puder
atravessar o portal.
Filho dele?!
— Mantenha qualquer zirquiniano afastado da humana prenha.
— Deixei dois homens vigiando-a enquanto estou em missão — responde Dale com
desânimo. — Assim que a criança nascer, eu mesmo me encarregarei deles.
— Bom. Poderá adiar a partida da humana até essa data. Enquanto isso, deleite-se com
as sensações que tanto sonhou experimentar.
— Mas é que...
— O que foi?
— Ela não me quer mais e... eu não pensei que seria assim, e...
Escuto uma gargalhada sinistra.
— Não queria ser um humano? — indaga a voz da besta com sarcasmo. — Agora
aguente lidar com as confusões emocionais dessa raça infeliz pela qual Tyron, meu adorado
pai, tanto se afeiçoou.
— Mas, eu não poderei usufruir de seu corpo, e...
— Tenho ciência de que já aproveitou o suficiente — escuto nova risada gutural.
— Foi por muito pouco tempo e...
— Cale-se! O pacto já foi selado. Cumpra o que lhe foi determinado, zirquiniano. Tragame meu filho híbrido! — troveja Malazar e observo, catatônico, Chawmin se fechar com
violência.
Caio de joelhos.
A força em ascensão no ventre daquela mulher era o filho do demônio!
CAPÍ

Oração do dia 5 Palavras para sintonizar com o Bem.


Oração do dia 5
Palavras para sintonizar com o Bem.
Neste momento, tenho a real sensação de estar perfeitamente sintonizado com o próprio bem. Já não me sinto apartado de bem. Estou repleto de alegria, pois tomei consciência de meus direitos como filho de Deus que habita a casa do pai. Despertei do pesadelo e dirijo-me para junto do pai. Agora estou perfeitamente consciente da Vida, do amor e da sabedoria de Deus que habita dentro de mim. Estou consciente de que minha situação e meu destino nada mais são que reflexos de meus próprios pensamentos. Por isso, penso somente no que existe de melhor, mais puro e mais verdadeiro. Sou capaz de descobrir, entre uma infinidade de coisas, o que é bom e o que desejo obter. Sinto-me preenchido de sabedoria e força de Deus. Estou exultante, sentindo-me um com a vida do Universo. Tudo que desejo se concretiza, com certeza. Agradeço a Deus por esta benção. 

Seicho-No-Ie do Brasil - Mensagem Diária PARA PROPORCIONAR ALEGRIA AOS OUTROS, É PRE

sexta-feira, 4 de maio de 2018

maratona espritual

Porque tudo aquilo que é gerado por DEUS, vence o mundo, e essa é a vitória que vence o mundo: a nossa Fé. (S.Paulo).

4º Dia do Mês - exercicio de concentrção gg

4º Dia do Mês
1. Neste dia concentrar-se em cristais ou pedras. Você pode até ter apenas um grão de
areia para esse foco. Digamos que você tenha selecionado uma pedra particular. Agora
imagine uma esfera em torno dela, enquanto você está se concentrando nela. Esta é a
esfera de informação. Mentalmente veja todos os eventos que você deseja aparecerem
nessa esfera. Basta colocar os eventos que você deseja dentro desta esfera. Desta forma
você está dando uma direção para seus eventos, concentrando-se sobre eles.
2. Dígitos para Concentração

*Concentre-se intensamente na sequência de sete números: 5194726
*Concentre-se intensamente na sequência de nove números: 715043769

3. Criar o mundo, harmônico e eterno, como se cada movimento deste mundo estivesse
correlacionado com você como uma personalidade única. Quando você chegar à
união com o mundo - que estes métodos concretos para a orientação de eventos
fornecem -, seu mundo existirá em todos os lugares e você vai entrar nele. Você o terá
em suas mãos e suas mãos se tornarão o mundo que contém o mundo. E você vai ver
que você vai sair do reino do tempo, você vai tocar o mundo de mundos e vai ser uma e
a mesma para todos. Você vai ter escolhido a fonte comum, assim como todos os
outros. Criar este mundo de modo que é um mundo ideal para você e para todos os
outros. Este ideal não necessita de ser isolado. Segure o ideal de todas as pessoas - e de
si mesmo em seu mundo unificado, da mesma forma como existe na unidade do
universo.
Observe a perspectiva de que esses métodos oferecem, eles precisam ser harmoniosos.
Um exercício deve seguir para o outro, tal como o segundo passo seguinte do
primeiro. Quando você está andando por uma rua, você vê que cada passo seguinte
decorre da anterior. Você pode se levantar de uma posição sentada e ver que há
múltiplas possibilidades para cada movimento. Eles se desenvolvem a partir de um
movimento anterior e pode se tornar o próximo movimento anterior.
99 - Louise Hay

CAPÍTULO 7 - Não Fuja

CAPÍTULO 7
Os minutos passam e, de repente, sinto seu cheiro impregnar minhas narinas. Ela está de
saída! Não há ninguém por perto de onde estou e então posso entrar no modo invisível. Ela
olha ao redor, certificando-se do ambiente à sua volta, enrola a echarpe no pescoço e começa
sua caminhada acelerada pela cidade deserta. Vou acompanhando seus passos e gosto de
ver que ela é rápida para uma humana de estatura tão pequena. Ela continua sua caminhada
veloz e me pego andando quase ao seu lado, admirando-a sofregamente. Vejo-a enrugar a
testa e fechar os olhos em alguns momentos e sua energia ficar inconstante. O que está
havendo? Ela aperta o passo. Há algo errado no ar. Posso captar. A madrugada ainda está
escura. Não há ruídos de motores de carros nem de conversas entre humanos. O silêncio é
tão forte que é possível escutar o ruído dos semáforos enquanto fazem as trocas das cores
do verde para o vermelho. Ela atravessa mais dois quarteirões e sua energia piora, vira uma
esquina e então tudo acontece muito rapidamente.
Vejo quando ela leva as mãos à barriga e força a respiração. Sua pele morena fica
repentinamente pálida como cera. Estremeço. Quero ajudá-la e sei que não posso me
materializar agora. Sinto duas novas forças crescendo em meu cérebro, que as processa
rapidamente e confirma: perigo! Identifico ao longe a silhueta de duas pessoas que, pelo porte
e odor, sei que se trata de humanos, e com propósitos mais que hostis, pressinto intenções
típicas da minha espécie. Há maldade no ar. Meu pulso dá novo salto quando capto a
presença de um resgatador por perto.
Céus! Ela foi descoberta!
Quero alertá-la, quero agarrá-la e levá-la para longe dali, mas também não posso. A
máxima que separa nossos povos: não tenho permissão para interferir no livre-arbítrio dos
humanos e, se o fizer, pagarei com a minha própria vida. Os homens a avistam e se
aproximam a passos rápidos, mas ela não percebe porque está curvada sobre o próprio
corpo. Observo os movimentos cada vez mais fortes de subir e descer do seu abdome, mas
não sai líquido algum de sua boca. Mas que droga! Ela parou para vomitar em uma hora
como essa? Sinto uma aflição enlouquecedora esquentar minhas veias. Tenho raiva de mim
mesmo por ter me permitido entrar em uma situação como essa e, ao mesmo tempo, ódio
avassalador por não poder retirá-la dali. Os homens se aproximam ainda mais. Ela finalmente
percebe e levanta a cabeça.
— Olá, princesa! Sozinha nessas bandas uma hora dessas? — começa um deles. O
outro a contorna lentamente. Estão fechando o cerco.
Identifico a energia assassina que os move, meus pulsos se fecham instintivamente e
enrijeço no lugar. Conheço-a de cor e salteado. Ela corre em minhas veias... Os homens
pretendem matá-la. Não eles, pobres marionetes com suas horas contadas, mas sim o
zirquiniano por detrás daquela ação em andamento. Covarde! Uma morte indireta para
aniquilar uma humana daquele tamanho? Gargalharia se minha ira não atingisse proporções
assustadoras. Nunca senti isso antes, mas poderia jurar que seria capaz de matar uma besta
com meus próprios dentes.
A humana não responde e vejo quando seus olhos vivos fazem uma rápida varredura do
lugar e estudam as possibilidades. Ela avista o portão semiaberto de um prédio situado alguns
metros à sua frente. Sua energia dá um pico. Ela é corajosa e ainda pretende lutar contra os
dois. Pela sua vida. Pelo milagre da existência abençoada que os humanos dão tão pouco
valor. Admirei-a profundamente naquela fração de segundo.
O sujeito que avança por trás a segura com violência. Sei que devo me manter alheio ao
que se desenrola à minha frente senão serei considerado cúmplice da ação. Não posso
interferir. Sou proibido de me materializar na frente dos humanos. Se desobedecer, sei que
não passarei incólume à varredura que o Grande Conselho fará no cérebro dos humanos
envolvidos. Pena de morte dolorosa e imediata. Pior: meu nome será gravado na pedra da
desgraça e humilhação. Não vou me envolver, murmuro repetidamente esse mantra que não é
bem aceito pelo meu cérebro desgovernado. Tenho ciência de que preciso sair dali e ir em
busca do resgatador que está por detrás daquela covardia em andamento, mas, se eu o fizer,
terei que deixá-la a sós com esses humanos em transe de morte, e quando voltar será tarde
demais. Para ela. Para a emoção que ela gera em mim. Não suportarei ver a cor viva de sua
face ser substituída pelo opaco esquálido, a assinatura cruel da minha espécie.
Dane-se! Eu vou ajudá-la! Tenho que arrumar um meio!
Minha força cai absurdamente em modo invisível, mas, ainda assim, manejo acertar um
golpe no braço do sujeito que a imobilizou. Ele leva um susto, puxa o braço para si e a solta
por um momento. Quando uso minha energia para defendê-la e o ataco, sei que quebro
momentaneamente a corrente magnética que o une ao seu orientador. Acabo de acionar o
resgatador causador. Ele agora tem ciência da minha presença. Maldição!
— O portão — sussurro em seu delicado ouvido e sou bombardeado pelo seu perfume
em minhas narinas e mente. Perco o equilíbrio. — Corra para o portão — reitero, mas no
fundo sei que não precisava repetir, pois já era isso o que ela tinha em mente.
Minha pequena humana não hesita e, mais rápida do que eu poderia imaginar, se esquiva
do algoz e está correndo em direção ao prédio. Ele fica para trás por um segundo, mas, no
instante seguinte, a sombra mortal dos dois cresce sobre ela. As pernas compridas deles
conferindo-lhes passadas muito maiores que as dela. Um deles joga seus braços no ar e tenta
agarrá-la, mas, ainda invisível, coloco um pé no seu caminho e ele se espatifa no chão. Escuto
quando pragueja alto, mas mal lhe dou atenção, estou focado no queixo do outro homem,
tentando unir todas as minhas débeis forças invisíveis para acertar-lhe um soco em cheio.
Consigo meu objetivo e intercepto seu avanço selvagem sobre ela. O estado de transe do
infeliz é tão forte que tenho a impressão de que seu corpo está possuído por um alucinógeno
potente. Mas sei que não está. Farejo sangue límpido correndo em seu organismo. Ainda
estou zonzo com a situação. O ataque deles é tão imediato, tão sem meio-termo, que chego a
me assustar. Em geral as mortes indiretas costumam ser lentas, para deleite, puro
divertimento do zirquiniano que a produz. Mas não é o caso aqui. O resgatador que os enviou
não pensa em perder tempo com diversões, a quer morta e ponto final. Pergunto-me por que
ele mesmo não veio eliminá-la? Seria tão fácil...
Fico tão desorientado com o que acontece bem diante dos meus olhos que perco um
instante crucial da luta. Quando dou por mim, escuto um berro e vejo a humana se contorcer
pela grade do portão de ferro vazado. Foi tudo rápido demais. Ela conseguiu chegar ao prédio,
mas um dos homens alcançou sua echarpe e, por entre as grades de ferro do portão,
começou a sufocá-la, espremendo seu delicado pescoço com força absurda. Os berros da
coitada se transformam em gemidos de dor. Ela engasga, mas ainda luta, tentando rasgar o
pano com as próprias unhas, procurando se livrar dele de todas as formas. Sua energia está
em rápido declínio. Atordoado, coloco-me atrás do sujeito, socando-o repetidamente, mas
pouca diferença faz. O homem está tão concentrado que meus fracos golpes invisíveis não lhe
causam qualquer desconforto. Entro em pânico quando o comparsa vem em seu auxílio e
agora os dois estão unindo forças, retorcendo a echarpe e a estrangulando sem compaixão.
Vejo as pequeninas mãos da humana perdendo a luta. Vejo-a perdendo o ar e noto quando
seu delicado rosto adquire um aspecto arroxeado e seus lábios se ressecam. Sua energia
começa a falhar. Se eu não agir agora, vou perdê-la para sempre. Sei que ela não vai suportar
muito mais.
Meu cérebro está a mil por hora. Em uma fração de segundo vejo o meu mundo, as
minhas crenças e a minha existência desmoronarem como um castelo de areia lambido por
uma onda do mar. Frágeis. Falsos. Aperto os olhos e os dias de glória como resgatador e os
sete anos de aprofundamento espiritual desintegram bem à minha frente. Tudo sem propósito.
Pela primeira vez em minha existência, tenho vergonha de ser o que sou e de estar invisível.
Acho-me verdadeiramente um espectro assombrado e questiono minhas verdades. Minhas
certezas nada mais são do que grandes farsas maquiadas.
— NÃO! — trovejo e, em seguida, quebro a última regra: materializo-me na frente dos
três. Sem perder tempo, seguro a cabeça de um deles e a bato com violência contra a grade
de ferro. Assusto-me com a minha ira desmedida. O golpe é tão forte que o sujeito desmaia
instantaneamente. O segundo homem hesita. Parece decidir entre continuar o assassinato ou
defender a própria vida. Abro um sorriso mortal quando noto que ele opta por continuar sua
ação. O resgatador que o comanda está realmente desesperado em aniquilar aquela humana.
Parto como um animal selvagem para cima dele e o atinjo com uma sequência de socos.
Escuto o corpo da humana cair do outro lado das grades. Escuto sua respiração asmática e
sinto sua energia tornar a crescer. Sou tomado por uma sensação de alívio que nunca antes
tive a oportunidade de experimentar. Graças a Tyron! Ela está bem! Torno a olhar para o
infeliz à minha frente, mas estou cego e não enxergo nada a não ser ira. Continuo esmurrando
o humano sem parar. Vejo seu sangue escorrendo entre meus dedos e seu rosto começar a
deformar sob a ação dos meus golpes.
— Apareça, covarde! — grito para o ar gelado da madrugada. Minha voz ecoa na rua
deserta. Quero que o resgatador responsável por aquilo mostre a cara, mas é covarde demais
para tanto. Ele sabe que eu me ferrei, que logo o Grande Conselho vai ler a mente dos
humanos envolvidos e descobrir o que eu fiz. A não ser que...
— Acabe logo com eles! É só questão de tempo! — ouço a voz dela. Está rouca e
assustada.
Ela diz em voz alta o que eu já havia cogitado, mas que não quis admitir para mim
mesmo: ambos têm a marca negra em sua aura, a confirmação de que seus dias estão
contados e que morrerão em breve. Assim como ela...
— Rápido! Antes que apareça alguém — torna ela a comandar e, apesar de saber que é
o mais lógico a fazer no momento, hesito. Há sete anos não mato nenhum humano. Se quero
permanecer vivo, não tenho outra opção. Inspiro profundamente e então eu o faço com
maestria: elimino os dois com um simples quebrar de pescoço. Tento refrear o prazer que
sinto na ação, como se fosse um viciado que acredita estar curado até o momento em que
coloca a droga novamente em suas mãos.
— Como você...? — começo a perguntar, mas não tenho tempo de ir adiante. Ela segura
meu braço e me puxa para uma corrida. Eu a acompanho ainda mais satisfeito e encantado.
Ela é uma receptiva! E das boas!
Corremos mais três quarteirões de mãos dadas e, mesmo sem dizer uma palavra
sequer, nunca me senti tão vivo, tão em sincronia com o universo, como se já a conhecesse há
anos, como se tudo aquilo fizesse parte de um plano perfeito, irretocável. Ela para em frente a
um prédio antigo e olha para mim.
— Foi ele quem te enviou para me proteger? — e antes que eu pudesse perguntar a
quem se referia, ela se adiantou: — Você se materializou para me salvar?
— E-eu, eu... — a voz custa a sair e, quando o faz, novamente está estranha e fraca.
Céus! Por que fico tão atordoado perto dela?
Ela balança a cabeça positivamente e, em seguida, expõe um sorriso repleto de malícia.
— Vem cá — ela gesticula com o indicador e comanda com candura. Não contesto. Sou
um metro e noventa de puro atordoamento e emoção. Sinto-me patético, mas absurdamente
satisfeito com aquele pedido. Não sei que sentimento é esse, mas estou pegando fogo, mais
acordado do que quando massageiam a minha vaidade. Aproximo-me lentamente. Deveria ter
medo dela? Ela está planejando algum golpe?, indaga minha consciência sempre atenta e,
por via das dúvidas, deixo minhas mãos em estado de alerta ao lado do corpo. — Mais perto
— pede ela com voz melosa. Então nossos rostos ficam frente a frente e seus olhos negros e
impenetráveis estudam os meus receosos olhos azuis.
— O que você quer? — pergunto finalmente e minha voz sai mais abafada e rouca do
que de costume. Sinto o perigo à espreita. Estou ficando agoniado demais e sei que cada
segundo olhando para ela me afasta do meu caminho de volta. Estou irremediavelmente
perdido.
— Agradecer — responde e, antes que eu diga qualquer coisa, ela joga seus braços ao
redor do meu pescoço e encosta sua boca na minha. Paro de respirar e arregalo os olhos. Um
beijo! Eu estava recebendo um beijo humano! Minha reação inicial é jogar meu corpo para
trás, mas é tarde demais. Quando sua língua afasta meus lábios sem resistência e encontra a
minha, sinto meu corpo estremecer no lugar. A velocidade com que a minha língua a aceita e o
prazer com aquele toque é tão arrebatador que acho que vou explodir ali mesmo. Sinto meu
coração dar socos violentos na caixa torácica e outras partes do meu corpo acordar. Perco
todo o oxigênio dos pulmões. Vou sufocar de uma sensação maravilhosa, mas não quero que
acabe. Ela se afasta e ri de meu estado catatônico antes de desaparecer, fechando o portão
do seu prédio e me deixando em estado de torpor do lado de fora. Percebo que é a segunda
vez que ela faz isso comigo em uma mesma noite. Checo ao redor e não capto a essência do
resgatador. O covarde deve ter se mandado. Aliviado, afasto-me dali. Preciso pensar, mas no
lugar dos meus neurônios encontro apenas pó.
Só sei de uma coisa: estou ferrado.