140 – Francisco Cândido Xavier
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DÁDIVAS ESPIRITUAIS
“E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou,
dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem
ressuscite dentre os mortos.”
(MATEUS, 17: 9)
Se o homem necessita de grande prudência nos atos da vida comum, maior
vigilância se exige da criatura, no trato com a esfera espiritual.
É o próprio Mestre Divino quem nolo exemplifica.
Tendo conduzido Tiago, Pedro e João às maravilhosas revelações do Tabor,
onde se transfigurou ao olhar dos companheiros, junto de gloriosos emissários do
plano superior, recomenda solícito: “A ninguém conteis a visão, até que o Filho do
homem seja ressuscitado dos mortos.”
O Mestre não determinou a mentira, entretanto, aconselhou se guardasse a
verdade para ocasião oportuna.
Cada situação reclama certa cota de conhecimento.
Sabia Jesus que a narrativa prematura da sublime visão poderia despertar
incompreensões e sarcasmos nas conversações vulgares e ociosas.
Não esqueçamos que todos nós estamos marchando para Deus, salientandose, porém, que os caminhos não são os mesmos para todos.
Se guardas contigo preciosa experiência espiritual, indubitavelmente
poderás usála, todos os dias, utilizandoa em doses apropriadas, a fim de auxiliares
a cada um dos que te cercam, na posição particularizada em que se encontram; mas
não barateies o que a esfera mais alta te concedeu, entregando a dádiva às
incompreensões criminosas, porque tudo o que se conquista do Céu é realização
intransferível.