A Significância das Iniciações
Ao empreendermos a consideração da iniciação seguinte, vocês verão que três fatores emergirão em uma nova luz em sua consciência. Que eles são fatores relacionados a experiências passadas, e contudo referem-se a experiências que estão muito à frente de vocês no Caminho, também será deduzido daquilo que digo. Esses fatores - que talvez escapem à sua compreensão - são:
O fator da Cegueira, levando à revelação.
O fator da Vontade, produzindo a síntese.
O fator do Propósito, exteriorizando-se através do Plano.
O fator da Vontade, produzindo a síntese.
O fator do Propósito, exteriorizando-se através do Plano.
Estes fatores estão todos implícitos nesta nova experiência iniciatória, porém, é preciso que sejam abordados com o máximo de intuição que vocês possam empregar; seu esforço terá que ser o de empenhar-se para pensar como se já tivessem recebido as iniciações superiores. É preciso ter em mente que cada iniciação capacita o iniciado a "ver adiante" um pouco mais, pois a revelação é sempre um fator constante na experiência humana. A vida toda é revelação; o processo evolutivo é, em relação à consciência, um processo de tirar os cegos das áreas escuras da consciência para uma luz maior e, portanto, para uma visão mais vasta.
Como sabem, esta iniciação tem sido chamada de "Ressurreição" pelo mundo cristão, enfatizando aquele aspecto na experiência do iniciado que conduz à revelação, isto é, o "erguer-se do oceano de matéria para a clara luz do dia". A ideia de revelação também pode ser vista no ensinamento cristão sobre a "Ascensão" - uma iniciação que não tem existência factual e que não deve ser chamada uma iniciação. Temos, portanto, a seguinte sequência relacionada com a quarta e quinta iniciações:
1 - Renúncia, produzindo crucificação e levando à
2 - Ascensão, ou um completo "erguer-se para fora de" ou "subida para o mais alto", conduzindo à
3 - Revelação, dando visão, a recompensa das duas etapas acima.
2 - Ascensão, ou um completo "erguer-se para fora de" ou "subida para o mais alto", conduzindo à
3 - Revelação, dando visão, a recompensa das duas etapas acima.
Os teólogos cristãos fizeram destes três episódios distintos duas iniciações, porém (como o iniciado do Oriente logo aprende), isto não tem a menor importância; ele agora sabe que a série completa das iniciações, com suas causas, seus efeitos e suas resultantes intenções são apenas uma sequência de processos, conduzindo de uma para a outra. Uma sequência correspondente pode ser vista no desdobramento da consciência do ser humano da infância à plena maturidade; cada desdobramento é parte de uma série de revelações, à medida que sua visão da vida e sua capacidade para vivenciar se desenvolvem. Isto aplica-se a todos os homens, do mais primitivo ao iniciado avançado, a diferença consistindo naquilo que cada um traz para a experiência como resultado do esforço passado, seu ponto na consciência e a qualidade dos veículos através dos quais essa consciência está desenvolvendo-se: este é também o caso com o discípulo-iniciado; ele entra conscientemente em cada experiência, pois cada uma é parte integral de sua intenção.
Tendo renunciado aos três mundos, e tendo retornado - de volta de um contato de grande importância e interesse - para aqueles três mundos e com tudo que neles é familiar, o iniciado subitamente compreende que ele foi realmente libertado, que ele está de fato livre, que ele foi elevado para fora da escuridão e está agora livre em um novo mundo de experiências. Ele sabe que subiu para o topo da montanha, ou "ascendeu" ao plano búdico, a partir de onde ele tem de trabalhar permanentemente, e não apenas ocasionalmente, como fora o método até então.
Ele pode trabalhar por meio de um corpo físico com seus revestimentos mais sutis ou não, segundo ele achar conveniente. Ele compreende que, como indivíduo, não mais necessita de um corpo físico ou de uma consciência astral, e que a mente é apenas um instrumento de serviço. O corpo no qual ele agora funciona é um corpo de luz que tem seu próprio tipo de substância. O Mestre, porém, pode construir um corpo através do qual Ele pode aproximar-se dos discípulos entrantes e daqueles que não receberam as iniciações superiores. Ele normalmente construirá Seu corpo à semelhança da forma humana, fazendo isto instantaneamente e por um ato da vontade, quando necessário. A maioria dos Mestres que estão definidamente trabalhando com a humanidade ou preservam o antigo corpo em que receberam a quinta iniciação ou constroem o "mayavirupa", ou corpo de maya, de substância física. Este corpo aparecerá na forma original em que Eles receberam a iniciação. Eu, pessoalmente, usei o método de preservar o corpo em que recebi a iniciação. O Mestre K. H. usou o segundo método, e criou um corpo semelhante àquele em que recebeu a quinta iniciação.
Pode interessar-lhes saber que o Cristo ainda não decidiu que tipo de veiculo físico Ele empregará quando tomar a forma física e trabalhar definidamente no plano físico. Ele aguarda para ver qual nação, ou grupo de nações, que realizarão o trabalho mais convincente em preparação para o Seu reaparecimento. Ele não tomará um corpo judeu, como fez antes, porque os judeus perderam esse privilégio. O Messias pelo qual eles esperam será um dos discípulos mais antigos do Cristo, mas não será - como se pretendia antes - o Cristo. Simbolicamente, e sob o ponto de vista da Hierarquia, os judeus representam aquilo do qual todos os Mestres de Sabedoria e Senhores da Compaixão emergem: materialismo, crueldade e conservadorismo espiritual, de modo que hoje eles vivem como nos tempos do Velho Testamento, e estão sob o domínio da separatista e egoísta mente concreta inferior.
Sua oportunidade virá novamente, e eles poderão mudar tudo isto quando os fogos do sofrimento finalmente conseguirem purificá-los e destruir sua antiga cristalização, libertando-os a tal ponto que eles possam reconhecer seu Messias, Que não será, porém, o Messias mundial. Os judeus precisam de humildade mais do que qualquer outra nação. Pela humildade, eles poderão aprender algo de valor, assim como um necessário senso de proporção. Eles são caros ao coração do Cristo, pois - ao executar Seu maior trabalho - Ele escolheu um corpo judeu, porém seu materialismo e repúdio da oportunidade espiritual negam-lhes o direito de ver o Cristo usar novamente seu tipo racial. A probabilidade é que o Mestre Jesus, sob instrução do Cristo, assumirá o papel do Messias.
O Mestre, encontrando-se simbolicamente no Monte da Ascensão, é equipado com a plena compreensão do passado, com uma clara apreciação daquilo que Ele tem a oferecer ao serviço da humanidade, e com um senso de expectativa. Durante os precedentes ciclos de vidas de serviço iniciatório à humanidade, Ele, várias vezes, ouviu "a Voz do Pai". Esta é uma expressão simbólica, indicando contato com aquele aspecto de si mesmo que foi responsável pelo aparecimento da alma e por seu longuíssimo ciclo de encarnação: a Mônada, o Espírito, o Uno, a Vida, o Pai. Cada vez que aquela Voz falou, ela lhe deu reconhecimento. Ela é, na realidade, a voz do Iniciador em Quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. Todas as visões anteriores do Mestre conduziram-No a este elevado ponto de expectativa. Ele agora sabe onde está Seu campo de serviço - dentro da Hierarquia, trabalhando em prol de todos os seres viventes. Ele também sabe que Ele Próprio ainda tem de progredir, avançar, e que O espera a grande Iniciação da Decisão, a sexta, para a qual Ele precisa preparar-se. Ele sabe que isto implica na escolha correta, mas que essa escolha correta depende do correto entendimento, da percepção correta, da correta disposição e correta visão ou revelação. Assim, mais uma vez Ele se encontra no topo da montanha, mais uma vez aguardando a Presença. Ele compreende que algo mais é necessário se Ele quiser servir corretamente e, simultaneamente, progredir, Ele Próprio, espiritualmente.
Não me é possível aqui indicar a natureza da revelação que é concedida ao iniciado da quinta iniciação. Ela está estreitamente relacionada a Shamballa, e eu mesmo nada mais fiz nesta vida do que alcançar a quinta iniciação e subir o Monte da Ascensão. A revelação, para mim, ainda não está completa e - de qualquer modo - meus lábios estão selados. Posso, porém, abordar dois pontos que talvez tornem mais clara a sua visão. Quero lembrar-lhes, novamente, que o que estou escrevendo é destinado a discípulos e iniciados. Discípulos verão alguns dos significados por trás do simbolismo, e farão suas interpretações de acordo com o ponto que alcançaram no Caminho. É preciso que se lembrem que o mundo dos homens hoje está cheio daqueles que já fizeram uma outra das iniciações e que há grandes discípulos de todos os raios, trabalhando no plano físico como trabalhadores graduados pela humanidade, sob a Hierarquia. Haverá muitos mais durante os próximos cem anos (Escrito em 1949). Alguns deles não conhecem seu particular status hierárquico em seu cérebro físico, tendo deliberadamente abandonado este conhecimento com o fim de executarem determinado trabalho. O que escrevo aqui está destinado - durante os próximos quarenta anos - a chegar às mãos deles com o deliberado propósito de trazer à superfície de sua consciência cerebral quem e o quê eles são na verdade. Esta é uma parte do programa planejado pela Hierarquia, antecedendo a exteriorização dos Ashrams. Os Mestres sentem que estes discípulos e iniciados mais antigos (estando no lugar marcado) devem logo começar a trabalhar com mais autoridade. Isto não significa que eles farão valer sua identidade espiritual e reivindicarão o status de iniciado. Eles não poderiam fazer isso devido ao ponto em que estão na escada da evolução espiritual. Porém - sabendo quem eles são sob o ângulo da Hierarquia e o que se espera deles - eles fortalecerão seu trabalho, introduzirão mais energia e indicarão o caminho com maior clareza. Sua sabedoria será reconhecida assim como sua compaixão, porém eles mesmos recuarão para o segundo plano; poderão até parecer menos ativos externamente e serem julgados injustamente, porém sua influência espiritual estará crescendo; eles não se importam com o que os outros pensem a seu respeito. Eles também reconhecem a visão errada de todas as modernas religiões a respeito do Cristo; alguns poderão até ser perseguidos em suas casas ou por aqueles a quem eles procuram ajudar. Nada disto terá importância para eles. Seu caminho é claro e seu tempo de serviço lhes é conhecido.
Os dois pontos de que tratarei agora são os seguintes:
1. O papel que a energia representa ao induzir a revelação.
2. O lugar que a Vontade representa na sequência revelatória:
2. O lugar que a Vontade representa na sequência revelatória:
Revelação. Interpretação. Intenção. Vontade.
É preciso que isto seja considerado sob o ângulo do discipulado e não pelo seu valor aparente ou de modo comum. É preciso abordá-los sob o ângulo do significado e, se possível, a partir do mundo das significâncias; não sendo assim, o ensinamento será tão exotérico que sua natureza oculta não aparecerá.
O Papel representado pela Energia na indução da Revelação.
Vocês terão uma ideia do que eu tenho a dizer se procurarem uma declaração feita anteriormente . (Mostrar a declaração)
Lá encontrarão a inferência de que três energias são necessárias para o iniciado aplicar, se ele procura a revelação; não importa qual seja a revelação, ou o status do discípulo, ou iniciação que ele esteja enfrentando, as mesmas três energias entrarão em atividade: a. A energia gerada pelo discípulo.
b. A energia vinda da Tríade Espiritual.
c. A energia do Ashram ao qual ele está afiliado.
b. A energia vinda da Tríade Espiritual.
c. A energia do Ashram ao qual ele está afiliado.
Essas são as três energias essenciais e sem sua síntese na mente do discípulo ou em um dos três centros superiores, não poderá haver qualquer revelação verdadeira de ordem superior ou relacionada com os processos de iniciação.
Em conexão com a energia gerada pelo discípulo, será óbvio que esta incluirá a energia do raio da alma, até à quinta iniciação, quando será substituída pela energia da Mônada. Esta o alcançará, primeiro que tudo, como a energia da Tríade Espiritual, e mais tarde, essa, por sua vez, será substituída pela energia direta da própria Mônada. O iniciado, então, saberá de modo prático, e não apenas teórico, a quê o Cristo Se referia quando disse, "Eu e o Pai somos um".
Nas etapas iniciais do Caminho do Discipulado, o discípulo trabalha com o tanto de energia do raio de sua alma ao qual ele é receptivo, somado ao tanto de energia do raio da personalidade que responde à energia da alma. Ao fazer isto, uma grande discriminação pode ser desenvolvida, e é um dos primeiros lugares onde o valor da injunção "Conhece-te a ti mesmo" pode ser visto. A natureza do raio da alma neste ponto determina a natureza da revelação; a natureza da personalidade e seu raio é, nesse ponto, ao mesmo tempo, uma ajuda ou um empecilho.
Às energias que ele gerou dentro de si mesmo o discípulo aprende a somar a energia do grupo ao qual tem tentado servir com amor e compreensão. Todos os discípulos de qualquer nível reúnem ao seu redor os poucos ou muitos que eles conseguiram ajudar. A pureza da energia gerada por este grupo assim formado depende de sua ausência de egoísmo, sua independência da autoridade ou controle do discípulo, e a qualidade de sua aspiração espiritual. À medida que o discípulo ou o Mestre os ajuda a gerar esta energia, e à medida que todas serão necessariamente sincronizadas com a sua energia, ela se torna uma pura corrente de força fluindo através dele o tempo todo. Ele pode aprender a focalizar esta corrente e incorporá-la à sua própria energia, também focalizada, com o fim de preparar-se para uma visão, desde que seu motivo seja igualmente altruísta.
O segundo grupo de energias são as que chegam ao discípulo vindas da Tríade Espiritual. Elas são relativamente novas para ele e incorporam qualidades divinas desconhecidas para ele até então; mesmo teoricamente, ele pouco as conhece, e sua atitude em relação a elas tem sido grandemente especulativa. Desde que pela primeira vez ele pisou no Caminho, ele tem tentado construir o antahkarana. Mesmo isso é apenas um ato de fé, e ele prossegue, nas primeiras etapas, com o trabalho de construção, mal sabendo o que está fazendo. Cegamente, ele segue as antigas regras e tenta aceitar como fato aquilo que ainda não lhe foi provado, mas que é testemunhas por incontáveis milhares ao longo das eras. Todo o processo é como se fosse um triunfo culminante daquele inato senso da Deidade que tem impulsionado o homem desde as mais primitivas experiências e aventuras físicas até esta grande aventura de construir um caminho para si mesmo desde o denso mundo material até o espiritual. Estas energias espirituais superiores até então foram reconhecidas por ele através de seus efeitos; agora ele tem de aprender a lidar com elas, primeiro deixando que elas jorrem através dele, via o antahkarana, e depois direcionando-as para o objetivo imediato do plano divino.
Até aqui, ele tem trabalhado principalmente com o fio da consciência, o qual está ancorado na cabeça, e através dessa consciência, sua personalidade e sua alma são unidas até que ele se torne uma personalidade permeada pela alma, quando então ele atingiu a unidade com seu eu superior. Através da construção do antahkarana, um outro fio é adicionado à personalidade permeada pela alma, e a verdadeira individualidade espiritual une-se a ela e fica sob a direção da Tríade Espiritual. Na quarta iniciação, o corpo da alma, chamado o corpo causal, desaparece, e o fio da consciência é ocultamente, cortado; o corpo da alma e o fio deixam de ser necessários e tornam-se, agora, somente símbolos de uma dualidade que deixou de existir. A alma deixou de ser o repositório do aspecto consciência, como fora até então. Tudo que o homem acumulou de conhecimento, ciência, sabedoria e experiência, durante o ciclo de vida de muitos eons de encarnação, são agora, posse exclusiva do homem espiritual.
Ele os transfere para a correspondência superior do aparelho perceptivo sensório, a natureza instintiva, nos três planos dos três mundos.
Não obstante, ele ainda possui a percepção de todos os acontecimentos passados e sabe, agora, porque ele é o que é; grande parte da informação sobre o passado ele descarta, pois já serviu ao seu propósito, deixando-lhe o resíduo da sabedoria vivenciada. Sua vida toma um novo colorido, totalmente desvinculada dos três mundos de sua experiência passada. Ele - a totalidade desse passado - enfrenta novas aventuras espirituais, e tem agora de percorrer o Caminho que o afasta da evolução humana normal e o leva ao Caminho da Evolução Superior. Esta nova experiência ele está bem equipado para enfrentar.
Três grandes energias começam a fazer impacto sobre sua mente inferior. São elas:
1. A energia impulsionadora de ideias, que, vindas da mente abstrata, chegam-lhe ao longo do antahkarana; estas ideias fazem contato com sua mente inferior agora iluminada, a qual, neste ponto, transforma-as em ideais de modo que as ideias divinas - implementando o propósito divino - possam tornar-se a herança da raça dos homens. Quanto mais treinada e melhor controlada for a mente, mais fácil será manipular este tipo de energia. É por meio desta energia impulsionadora que a Hierarquia, no plano búdico, faz a humanidade avançar.
2. A energia da intuição, que é a palavra que usamos para descrever um contato direto com a Mente de Deus em um nível relativamente elevado de experiência. O efeito desta energia sobre a personalidade permeada pela alma é dar à mente, já receptiva à energia das ideias, o luzir de uma breve revelação do propósito das ideias que subjazem a toda atividade hierárquica em prol da humanidade. A intuição está inteiramente ligada à atividade grupal; ela jamais está interessada na revelação de coisa alguma ligada à vida da personalidade ou para ela direcionada. O crescimento daquilo que podemos chamar de veículo búdico (embora seja uma designação equivocada) prepara o homem para a nona iniciação, ou iniciação final, que - de modo totalmente incompreensível para nós - capacita o iniciado a "intuir" (em uma luz brilhante) a verdadeira natureza do plano astral cósmico. Não se esqueçam que o plano búdico está estreitamente aliado ao plano astral cósmico, e que todas as intuições, quando reguladas, exigem o uso da imaginação criativa em sua elaboração, ou em sua apresentação aos pensamentos dos homens. Falando de modo geral, os Mestres intuem aquelas fases da intenção divina que são imediatas; elas constituem a "nuvem de coisas cognoscíveis". Essas "coisas cognoscíveis", Eles as transformam no Plano; então, Seus discípulos - com sua capacidade intuitiva desenvolvendo-se lenta, mas firmemente - começam eles próprios a intuir essas ideias, a apresentá-las às massas sob a forma de ideais, e assim precipitam os necessários aspectos do Plano, no plano físico.
3. A energia dinâmica da vontade vem a seguir e, à medida que o discípulo aperfeiçoa o antahkarana, ela passa rapidamente através do meio de contato para a mente da personalidade permeada pela alma e encontra seu caminho para o cérebro. É claro que me refiro aqui ao discípulo em treinamento e não aos Próprios Mestres Que trabalham no centro destas energias; a Hierarquia é um grande ponto de recepção para esses três aspectos da Tríade Espiritual - a vontade espiritual, a intuição ou razão pura, e a mente abstrata.
2. A energia da intuição, que é a palavra que usamos para descrever um contato direto com a Mente de Deus em um nível relativamente elevado de experiência. O efeito desta energia sobre a personalidade permeada pela alma é dar à mente, já receptiva à energia das ideias, o luzir de uma breve revelação do propósito das ideias que subjazem a toda atividade hierárquica em prol da humanidade. A intuição está inteiramente ligada à atividade grupal; ela jamais está interessada na revelação de coisa alguma ligada à vida da personalidade ou para ela direcionada. O crescimento daquilo que podemos chamar de veículo búdico (embora seja uma designação equivocada) prepara o homem para a nona iniciação, ou iniciação final, que - de modo totalmente incompreensível para nós - capacita o iniciado a "intuir" (em uma luz brilhante) a verdadeira natureza do plano astral cósmico. Não se esqueçam que o plano búdico está estreitamente aliado ao plano astral cósmico, e que todas as intuições, quando reguladas, exigem o uso da imaginação criativa em sua elaboração, ou em sua apresentação aos pensamentos dos homens. Falando de modo geral, os Mestres intuem aquelas fases da intenção divina que são imediatas; elas constituem a "nuvem de coisas cognoscíveis". Essas "coisas cognoscíveis", Eles as transformam no Plano; então, Seus discípulos - com sua capacidade intuitiva desenvolvendo-se lenta, mas firmemente - começam eles próprios a intuir essas ideias, a apresentá-las às massas sob a forma de ideais, e assim precipitam os necessários aspectos do Plano, no plano físico.
3. A energia dinâmica da vontade vem a seguir e, à medida que o discípulo aperfeiçoa o antahkarana, ela passa rapidamente através do meio de contato para a mente da personalidade permeada pela alma e encontra seu caminho para o cérebro. É claro que me refiro aqui ao discípulo em treinamento e não aos Próprios Mestres Que trabalham no centro destas energias; a Hierarquia é um grande ponto de recepção para esses três aspectos da Tríade Espiritual - a vontade espiritual, a intuição ou razão pura, e a mente abstrata.
É nos Ashrams dos Mestres que o discípulo entra em relação direta com essas dinâmicas, reveladoras e impulsionadoras energias. Essas três energias focalizaram-se através dos três Condutores da Hierarquia - o Manu, o Cristo e o Mahachohan - e são por eles direcionadas. O Manu é o receptor e o agente da energia da vontade divina para a humanidade; o Cristo é o agente para a distribuição da energia que traz a revelação intuitiva; o Mahachohan é responsável para o influxo de ideias para a consciência do discípulo, do aspirante e da intelligentsia. Peço-lhes que se lembrem que o principal esforço da Hierarquia espiritual é em beneficio da humanidade, porque o quarto Reino da Natureza é o Macrocosmo do tríplice Microcosmo dos três reinos inferiores da natureza.
Este é um assunto vasto demais para ser desenvolvido aqui, mas alguma coisa já foi apresentada em Um Tratado Sobre o Fogo Cósmico. Muito mais do que eu poderia dar-lhes é revelado ao iniciado na quinta iniciação. Os indícios, os pensamentos, os conceitos abstratos, as velozes ideias de que o discípulo toma consciência são, nesta iniciação, tornadas certezas, e o Mestre pode agora assumir o Seu lugar como distribuidor da energia da Tríade. O principal problema à Sua frente não é a distribuição de ideias ou o uso da intuição para captar a etapa do Propósito divino a qualquer tempo dado; ele consiste no desenvolvimento da vontade espiritual, na sua compreensão e uso no serviço mundial. Assim como o discípulo tem de aprender a usar a mente de dois modos:
Como um criterioso analisador de informações de onde venha a resultar um padrão de vida e uma vida de serviço, planejadas e direcionadas, e uma percepção de relacionamentos,
Como um holofote, trazendo para a luz as ideias e intuições que são necessárias, assim também o Mestre tem de aprender os usos da vontade.
Pode ver-se uma sequência natural estreitamente relacionada à ideia da revelação.
No topo da montanha da Ascensão, seguindo-se à experiência de "ensinar os espíritos que estão na prisão", o Mestre recebe uma revelação que é Sua de direito e algo para o qual o longo ciclo anterior de iniciação O preparou. A revelação tem de ser seguida pela compreensão e reconhecimento:
1- Ele compreende que a correta interpretação da revelação é o primeiro essencial.
2 - Então, chega-lhe a compreensão de que o próprio passo para Ele é formular Sua intenção, baseada na revelação e dirigida para Seu serviço mundial.
3 - Tendo recebido e interpretado a revelação, e determinado dentro de Si Mesmo o que Ele tenciona fazer, Ele, a seguir, compreende que o fator da vontade precisa agora ser empregado para que Ele e aqueles que Ele procura ajudar se beneficiem com a revelação.
2 - Então, chega-lhe a compreensão de que o próprio passo para Ele é formular Sua intenção, baseada na revelação e dirigida para Seu serviço mundial.
3 - Tendo recebido e interpretado a revelação, e determinado dentro de Si Mesmo o que Ele tenciona fazer, Ele, a seguir, compreende que o fator da vontade precisa agora ser empregado para que Ele e aqueles que Ele procura ajudar se beneficiem com a revelação.
Isto abre por inteiro o assunto da Vontade, sua natureza e relacionarnentos que precisamos estudar um pouco, na sequência de Revelação. Interpretação. Intenção. Vontade.
O Papel desempenhado pela Vontade na indução da Revelação.
Há três palavras relacionadas a esta iniciação que são de real importância para sua correta compreensão. São elas: Emergência. Vontade. Propósito. Já tratamos do aspecto da emergência sob o termo de "elevação" ou de "transição" da escuridão da matéria para a luz do Espírito. Porém, sobre a Vontade, seus usos e sua função, nós pouco sabemos ainda. O conhecimento quanto à natureza da vontade, em seu verdadeiro sentido, só nos chega após a terceira iniciação. A partir dessa época, demonstra, paulatinamente, o primeiro aspecto divino, a Vontade, e o correto uso do Poder. Este primeiro aspecto da divindade está, necessariamente, intimamente associado com o primeiro Raio do Poder ou Vontade. Somente tratarei do aspecto do raio incidentalmente, porque desejo elucidar para vocês a natureza da vontade de forma um pouco mais clara, embora total compreensão não seja possível.
O Senhor do Mundo, segundo nos dizem, é o único repositório da vontade e do propósito da alma cósmica que sobre Ele paira. Estas duas palavras - vontade e propósito - não têm o mesmo significado. Sanat Kumara e Seu Conselho em Shamballa são os únicos Seres sobre o planeta que sabem exatamente qual é a natureza do propósito divino. É Sua função e obrigação trazer esse propósito à manifestação, e Eles o fazem pelo uso da vontade. A vontade sempre implementa o propósito. O repositório do aspecto vontade da divindade inata no homem encontra-se na base da coluna, e só pode funcionar corretamente e ser o agente da vontade divina, depois da terceira iniciação. O centro da cabeça é o depositário do propósito; o centro na base da coluna indica a vontade à medida que ela implementa o propósito. Muito lentamente, o propósito é revelado ao iniciado durante as cinco últimas iniciações, e isto é somente possível depois da Iniciação da Renúncia. Nessa hora, o iniciado diz, em uníssono com o grande Cabeça da Hierarquia, o Cristo: "Pai, faça-se a Tua vontade e não a minha". Então chega a iniciação da emergência para fora da matéria, e desse ponto em diante, o iniciado começa a vislumbrar o propósito do Logos planetário; até então, ele apenas vira o plano e estivera dedicado a servir-lhe. Também, até agora, ele procurara ser apenas um expoente do amor de Deus; agora ele tem de expressar, com crescente plenitude, a vontade de Deus.
Antes fora-nos dito que o problema com que a Hierarquia se depara, quando procura preparar os discípulos para as sucessivas iniciações, é o correto uso da vontade, não só o Seu Próprio uso da vontade em relação ao iniciado, como também o uso que o iniciado faz da sua vontade quando trabalha para o Plano, à medida que o Plano implementa o Propósito. Para produzir isto é necessária uma direta, compreensiva e poderosa expressão deste primeiro aspecto. São várias as razões porque a vontade apresenta um problema. Vamos listar algumas delas para alcançar alguma compreensão.
1. A energia da vontade é a mais potente energia em todo o esquema da existência planetária. É chamada a "Força de Shamballa", e é ela que mantém vivas todas as coisas. É, na realidade, a própria vida. Esta força de vida ou vontade divina (implementando a intenção divina) é aquela por cujo intermédio Sanat Kumara atinge Seu objetivo. Em uma pequena escala, é o uso de um dos aspectos inferiores da vontade (a vontade humana) que permite ao homem realizar seus planos e atingir seu fixo propósito - se ele o tiver. Onde faltar a vontade, o plano morre e o propósito não é alcançado. Mesmo em relação à vontade própria, ela é, realmente, a "vida do projeto". No momento em que Sanat Kumara tiver atingido Seu propósito planetário, Ele retirará esta potente energia, e com esta retirada, a destruição será instalada. A força de Shamballa é firmemente mantida sob controle para que não haja um impacto forte demais sobre os reinos da natureza ainda não preparados. Isto refere-se também ao seu impacto sobre a humanidade.
Já lhes foi dito que esta força fez pela primeira vez, durante este século, seu impacto sobre a humanidade; ela alcançou a humanidade nos três mundos depois de ter sido reduzida e modificada pela passagem através do grande centro planetário a que damos o nome de Hierarquia. Este impacto direto terá lugar novamente em 1975, e também em 2000, porém os riscos não serão tão grandes como no primeiro impacto, devido ao crescimento espiritual da humanidade. Cada vez que esta energia atinge a consciência humana, um aspecto mais amplo do plano divino aparece. É a energia que produz a síntese, que mantém todas as coisas dentro do círculo do amor divino. Desde seu impacto durante os últimos anos, o pensamento humano tem estado mais preocupado com a produção da unidade e o alcançar da síntese em todos os relacionamentos humanos do que jamais antes, e um resultado desta energia foi a formação das Nações Unidas.
2. Ficará claro para vocês, portanto, que esta energia é o agente para a revelação do propósito divino. Poderá surpreendê-los que isto seja considerado, pela Hierarquia, como um problema, porém, se este poder - impessoal e potente - vier a cair nas mãos da Loja Negra, os resultados seriam verdadeiramente desastrosos. A maioria dos membros deste centro cósmico do mal pertencem ao próprio primeiro raio, e algo do propósito divino é conhecido por alguns deles, uma vez que - em seu devido lugar e no regime iniciatório - eles também são iniciados de alto grau, porém dedicados ao egoísmo e separatividade. Sua forma particular de egoísmo é muito pior do que possam imaginar, porque eles estão completamente afastados e divorciados de qualquer contato com a energia à qual damos o nome de amor. Eles isolaram-se completamente da Hierarquia espiritual, através da Qual o amor do Logos planetário alcança as formas nos três mundos e tudo que neles está contido. Estes maléficos, porém, poderosos seres conhecem bem os usos da vontade, ainda que somente no seu aspecto destrutivo.
Falamos muito do propósito do Logos planetário. Quando uso a palavra "propósito'' estou indicando a resposta à pergunta: Por quê o Logos planetário criou este mundo e começou o criativo processo evolutivo? Por enquanto, somente uma resposta nos é permitido dar. Sanat Kumara criou este planeta e tudo que se move e vive nele com o fim de por em execução uma síntese planetária e um sistema integrado por meio do qual poderá ser vista uma tremenda revelação solar. Tendo dito isto, nós realmente não penetramos nem um pouco no significado do propósito divino; nós apenas indicamos o método através do qual ele está sendo alcançado, mas o verdadeiro objetivo permanece ainda um mistério obscuro - rigidamente guardado na Câmara do Conselho de Sanat Kumara. Este mistério e este divino "segredo" planetário são a meta de todo o trabalho sendo feito pela Loja Negra. Eles ainda não estão seguros do propósito, e todos os seus esforços são dirigidos para a descoberta da natureza do mistério. Daí, o problema hierárquico.
3. É a energia da vontade, corretamente focalizada, que permite aos Membros mais antigos da Hierarquia implementar esse propósito. Somente iniciados de certo status podem receber esta energia, focalizá-la dentro da Hierarquia, e então direcionar sua potência para certos fins que só Eles conhecem. Falando simbolicamente, a Hierarquia tem dentro de si, sob a custódia de seus mais avançados Membros, aquilo que pode ser chamado "um reservatório de intenção divina". É a correspondência superior daquilo a que Patanjali se refere como "a nuvem de coisas cognoscíveis", que paira sobre a cabeça de todos os discípulos que conseguem ver na Luz. Assim como a humanidade avançada pode precipitar a chuva de conhecimento desta nuvem de coisas cognoscíveis (as ideias divinas, formulando-se como intuições em todas as muitas áreas do pensamento humano), também os iniciados e discípulos menores dentro da Hierarquia podem começar a precipitar para as suas consciências um pouco desta "intenção divina". É este reservatório de poder que incorpora uma parte do Propósito e implementa o Plano. Um dos problemas da Hierarquia é, pois, a escolha da hora certa para a revelação da intenção divina e na direção do pensamento e planejamento feito em Seus Ashrams pelos iniciados e discípulos, seus recipientes. Mais uma vez, voltamos à mesma necessidade de correta interpretação da revelação ou da visão.
4. O problema é também aquele que cada Mestre tem de enfrentar em conexão com Seu Próprio desenvolvimento espiritual, pois esta energia é a necessária dinâmica ou potência que Lhe permite percorrer o Caminho da Evolução Superior. No caminho para a libertação e no Caminho do Discipulado e o Caminho da Iniciação, o ser humano tem de usar a dinâmica ou a potência do Amor de Deus; no Caminho da Evolução Superior, é preciso usar a dinâmica e a potência da Vontade.
Peço-lhes que reflitam, pois, sobre a distinção que existe entre:
1 - Vontade própria | 2 - Determinação |
3 - Fixidez e propósito | 4 - A vontade |
5 - Vontade espiritual | 6 - A vontade divina |
Não tentarei discutir estas palavras com vocês. Cada uma indica um certo aspecto da vontade; vocês lucrarão mais se tentarem refletir sobre elas e tentarem suas próprias definições. Tudo que posso fazer é rezar para que a vontade individual de cada um possa fundir-se à vontade divina, que vocês assimilem cada vez mais a revelação e que vocês palmilhem com crescente firmeza o Caminho da escuridão para a luz e da morte à imortalidade.