Chesvan, um Mês sem Tons de Cinza

Chesvan, um Mês sem Tons de Cinza
Hoje, ao pôr-do-sol (segundo o calendário lunar) inicia-se o primeiro dia de Chesvan, regido por Marte e pela constelação de Escorpião.
Akrav, o Escorpião
O Sêfer Ietsirá, do patriarca Abraão, é considerado o mais antigo livro de Cabalá, e serve de referência para toda a literatura cabalista posterior. Ele nos revela que o mês de Cheshvan é Escorpião (Akrav em hebraico – Áin, Kuf, Resh, Beth). Rav Berg comenta esse fato, e fala sobre a energia interna dessa criatura.
Ele nos explica que o escorpião fica dividido no meio; isso ocorre pelas duas letras centrais, Kuf e Resh, que formam a palavra Kar (significando ‘frio’) e também ‘sem vida’ no sentido de estar congelado. Isso indica que existe um aspecto sem vida no escorpião. Por isso ele é a única criatura que mata a si mesma. Ele não chega a se dar conta de que possui vida. Todas as criaturas procuram preservar sua vida, a não ser o escorpião, conhecido por picar a si mesmo, como se não levassem em conta o presente da vida
Isso torna Escorpião um signo denso e frio, e por isso as pessoas de Escorpião, não importa o quanto tenham de sofrer com um ação determinada, estão sempre preparados para ir até o final. Isso não significa que sejam egoístas, apenas não valorizam a própria vida.
Um Mundo em Branco & Preto
Essa particularidade de Escorpião é responsável pela aparente frieza, arrogância e apego à verdade, o que gera um mundo sem meios tons, em branco & preto e contrastes radicais. Um mundo no qual não há mentiras, pois costumam ser ‘brutalmente sinceros’. Apesar disso, são generosos e leais.
As letras do mês, Dalet e Nun, formam a palavra ‘Din’ que significa ‘Julgamento’ em hebraico, o que no caso de Escorpião, geralmente é um Julgamento duro e com ausência de sentimentos, porém, se for combinado com a Misericórdia, possui grande potencial de cura. Por isso naturais de Escorpião se sentem confortáveis quando estão no controle. Altamente intuitivos, conseguem perceber sentimentos internos dos outros, incluindo as fraquezas.
Não foi por acaso que o Dilúvio ocorreu no mês de Escorpião, uma ocasião de julgamento sobre a humanidade; Chesvan é um signo de água, mas paradoxalmente também ligados ao fogo (julgamento), e por isso aprendemos que a inundação que purificou a terra foi com águas ferventes.
Nesse mês de Chesvan, os sentimentos envolvidos são instintivos, viscerais, e não racionais, como ocorre em Câncer. É um período em que nossas características negativas e qualidades egocêntricas afloram. Por isso precisamos ser aplicados às ferramentas cabalistas, para nos manter acima do poder primitivo dos impulsos.
Quando fazemos isso, acessamos o enorme potencial de cura desse mês, desde que possamos manter o equilíbrio.
Chodesh Tov!