Tradição Oral – O Cajado de Safira
“Antes de deixar o Egito, onde era conselheiro do faraó, Jetro adquiriu um bastão extraordinário. Esse bastão, segundo explicou Séfora (Tsipora) a Moisés, foi plantado no jardim de Jetro, onde criou raízes e transformou-se numa árvore. A origem do bastão não é estranha a muitas tradições espirituais. Foi criado na véspera da primeira shabat e entregue à Adão. Este passou a Chenok (Enoch), cujo nome significa “iniciado”, que o entregou a Noé. Foi dado depois a Sem e passado à Abraão, que por sua vez o transferiu a Iossef. Jetro o adquiriu após a morte de Iossef, quando os egípcios pilharam sua casa.”
“O bastão, conta a tradição, era feito de safira e pesava 40 siclos, ou cerca de 5 quilos. Conta-se que ele tinha gravados os Nomes Divinos, além de outras dez letras de vários significados. Esse cajado surge em história posterior, nas mãos de Moisés e Aarão, considerado como o Pilar Direito, ou às vezes como o Bastão da Tradição, o Pilar Esquerdo. Ainda mais tarde aparece como o cetro do rei David, e quando a destruição do Templo era iminente, o rei Josias encerrou-o na Arca da Aliança, até que o Messias venha reclamá-lo. As tradições oral e a cristã encaram-no como uma parcela da própria Árvore do Conhecimento, e os muçulmanos têm por ele grande reverência, como o símbolo do conhecimento esotérico.”
“Depois de contar a Moisés a história do cajado, Séfora explicou que seu pai só concederia sua mão em casamento para o homem que conseguisse arrancar a árvore da terra. Isso Moisés conseguiu facilmente, mas ao invés de dar-lhe as boas vindas, Jetro o encerrou em uma cova, onde ele viveu vários anos, submetido às mais severas condições. Durante esse período Séfora cuidou dele, até fazer seu pai ir até a cova, onde encontrou o prisioneiro rezando. Tal fato convenceu Jetro de que Moisés realmente tinha uma missão divina. Libertou-o e entregou-lhe o bastão de safira.”
(Trecho de “Kabbalah e o Êxodo” de Z’ev ben Shimon Halevi)
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O Talmud nos revela, baseado na mesma tradição oral, que quando Moisés nasceu, filho de Amram, um levita (sexta geração a partir de Abraão) e de Iochebed (filha de Levi), a casa toda iluminou-se, e ele falou e andou no primeiro dia. Isso demonstrou que ele tinha uma consciência elevada, fora do comum. Alguns acreditam que ele tinha uma parte angélica.
Ao longo da vida, Moisés aprendeu a magia egípcia na corte do faraó, depois a africana, nos 40 anos que reinou na Etiópia, e finalmente foi iniciado por Ietro, seu sogro, em magia árabe. Foi então que mereceu seu cajado, um verdadeiro símbolo de sua iniciação completa, que o preparou para o encontro com o divino.
terça-feira, 14 de janeiro de 2025
Tradição Oral – O Cajado de Safira
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