quarta-feira, 31 de março de 2021

Devocional dia e noite dia 31/03

 Manhã
"(…) pelas suas pisaduras fomos sarados" (Is 53:5)
Pilatos entregou nosso Senhor aos lictores para ser
açoitado. O chicote romano era o mais terrível
instrumento de tortura. Ele era feito de tendões de
bois, e ossos afiados eram entrelaçados entre si e
entre os tendões, de modo que toda vez que o
chicote batia, esses pedaços de ossos infligiam uma
terrível laceração. O Salvador foi preso à pilastra e,
então, açoitado. Ele havia sido espancado antes, mas
provavelmente foram os lictores romanos a mais
grave de Suas flagelações. Minha alma, pare aqui e
chore sobre Seu pobre e ferido corpo.
Crente em Jesus, pode você olhar para Ele sem
lágrimas, tal como Ele está diante de você, o modelo
do agonizante amor? Ele é, ao mesmo tempo, justo
como o lírio de inocência e vermelho como a rosa,
com o vermelho de Seu próprio sangue. Assim
como sentimos a certeza e a abençoada cura que
Suas pisaduras fizeram em nós, tal não derreterá
nosso coração, ao mesmo tempo, com amor e dor?
Se algum dia nós amamos nosso Senhor Jesus, com
certeza sentiremos essa afeição brilhando dentro de
nosso peito.
"Veja como o paciente Jesus permanece,
Insultado no mais baixo nível!
Pecadores amarraram as mãos do Todo-Poderoso,
E cuspiram no rosto de Seu Criador.
Os espinhos Suas têmporas cortam e espetam,
Enviam rios de sangue de cada parte;
Suas costas com chicotes atados são açoitadas,
Porém agudas chicotadas rasgam Seu coração".
Nós, de bom grado, poderíamos ir para nossos
aposentos e chorar; contudo, uma vez que nossos
afazeres nos chamam, vamos primeiro orar ao nosso
Amado para imprimir a imagem de Seu flagelo nas
tábuas de nossos corações todos os dias e, ao
anoitecer, vamos voltar a comungar com Ele, e
lamentar que nosso pecado tenha Lhe custado tão
caro.



Noite
"Então Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de
cilício, e estendeu-lho sobre uma penha, desde o
princípio da sega até que a água do céu caiu sobre
eles; e não deixou as aves do céu pousar sobre eles
de dia, nem os animais do campo de noite" (2Sm
21:10)
Se o amor de uma mulher para com seus filhos
mortos pôde fazê-la prolongar sua fúnebre vigília
por um período tão longo, iremos nós enfadar-nos
de considerar os sofrimentos de nosso bendito
Senhor? Se ela afastava as aves de rapina, não
iremos nós afugentar de nossas meditações esses
pensamentos mundanos e pecaminosos que
contaminam nossas mentes e os assuntos sagrados
sobre os quais estamos ocupados? Para longe, ó
aves de asas perversas! Deixem em paz o
Sacrificado! A mulher suportou o calor do verão, o
orvalho da noite, e as chuvas, desabrigada e sozinha.
O sono perseguiu seus olhos lacrimejantes; seu
coração estava muitíssimo cheio de sono. Eis como
ela amava seus filhos! Assim suportou Rispa, e
iremos nós desistir diante do menor inconveniente
ou provação? Seremos nós tão covardes a ponto de
não podermos suportar sofrer com o nosso Senhor?
Se ela mesma afugentou as feras com rara coragem
para uma mulher, não estaremos nós prontos para
nos deparar com todos os inimigos pela causa de
Jesus? Seus filhos foram mortos por outras mãos
que não as suas e, assim, ela chorou e vigiou; o que
devemos nós fazer por Aquele que, por nossos
pecados, crucificou nosso Senhor? Nossas
obrigações são sem limites, nosso amor deve ser
fervoroso, e nosso arrependimento profundo. Vigiar
com Jesus deve ser a nossa profissão; proteger Sua
honra, a nossa ocupação; obedecer Sua cruz, o
nosso consolo. Esses apavorantes cadáveres
poderiam muito bem ter atemorizado Rispa,
especialmente durante a noite; porém, em nosso
Senhor, ao pé da cruz onde estamos sentados, não
há nada terrível, senão tudo atraente. Nenhuma
beleza foi tão encantadora como a do Salvador
morrendo. Jesus, vamos vigiar contigo por algum
tempo ainda, e Tu graciosamente irá revelar-Te a
nós; então, não sentaremos sobre sacos, mas em um
pavilhão real.

Nenhum comentário:

Postar um comentário