domingo, 6 de dezembro de 2020

Devocional dia e noite dia 06

 Manhã "(…) e, qual o celestial, tais também os
celestiais" (1Co 15:48) A cabeça e os membros são
de uma mesma natureza, e não como a imagem
monstruosa que Nabucodonosor viu em seu sonho;
a cabeça era de ouro fino, mas o ventre e os quadris
eram de bronze, as pernas de ferro, e os pés, em
parte de ferro e em parte de barro (Dn 2:31-33). No
corpo sobrenatural de Cristo não há combinações
absurdas de opostos. Os membros eram mortais e,
por isso, Jesus morreu. A Cabeça glorificada é
imortal, logo o corpo também é imortal. Por isso
está assim registrado: "Porque Eu vivo, vós também
vivereis" (Jo 14:19). Assim como a Cabeça é
amada, tal é o corpo e cada membro em particular.
Uma Cabeça escolhida, membros escolhidos; uma
Cabeça aceita, membros aceitos; uma Cabeça viva,
membros vivos. Se a Cabeça é de ouro puro, todas
as partes do corpo também são de ouro puro.
Assim, há uma dupla união de naturezas que serve
de fundamento para uma comunhão perfeita.
Detenha-se aqui, devoto leitor, e veja se podes não
estar absorvido em êxtase e assombro,
contemplando a infinita complacência do Filho de
Deus, e exaltando a tua miséria, na abençoada união
com a glória do Senhor. Tu és tão vil que, em
memória da tua mortalidade, poderás dizer à
corrupção: "Tu és o meu pai"; e ao verme: "Tu és a
minha irmã" (Jó 17:14). Contudo, em Cristo, tu és
tão honrado que podeis dizer ao Todo-Poderoso:
"Aba, Pai"; e ao Deus Encarnado: "Tu és o meu
Irmão e meu Marido". Se os parentescos entre
famílias antigas e nobres fazem os homens pensarem
muito de si mesmos, nós temos do que nos gloriar
acima de todos eles. Que o crente mais pobre e
desprezado lance mão desse privilégio. Que
nenhuma apatia sem sentido o faça negligente em
reconhecer sua linhagem. Que ele não permita que
qualquer apego tolo às presentes vaidades ocupem
seus pensamentos, a fim de exclui-lo dessa gloriosa,
dessa honra celeste que é a união com Cristo.


Noite "(…) e cingido pelos peitos com um cinto de
ouro" (Ap 1:13) "Um semelhante ao Filho do
homem" apareceu a João, em Patmos, e o discípulo
amado registrou que Ele usava um cinto de ouro.
Jesus nunca foi cingido no tempo em que esteve
sobre a Terra. Ao contrário, Ele sempre esteve de
pé, pronto para trabalhar. Agora, diante do trono
eterno, Ele não está mais no sagrado ministério
terreno, mas como um sacerdote, cingido com o
"cinto de obra esmerada do seu éfode" (Ex 28:8).
Apesar disso, Ele não deixou de realizar Seus ofícios
de amor por nós, uma vez que Ele é o nosso
Escolhido Salvaguarda, que vive sempre a fazer
intercessões por nós. Jesus nunca é ocioso. Suas
vestes nunca estão relaxadas como se Suas
atividades estivessem terminadas. Ele continua a
cuidar diligentemente da causa do Seu povo. Um
cinto de ouro, para manifestar a superioridade de
Seu serviço, a realeza de Sua pessoa, a dignidade de
Seu estado, a glória de Sua recompensa. Ele já não
clama do pó, mas pleiteia com autoridade, um Rei
assim como um Sacerdote. Muito bem guardada
está a nossa causa nas mãos de nosso entronizado
Melquisedeque.
Nosso Senhor apresenta-Se a todo o Seu povo
como um exemplo. Nunca devemos desatar nossas
cinturas. Este não é o momento de deitar-se à
vontade. Este é o período de serviço e guerra.
Precisamos ligar o cinto da verdade cada vez mais
firme em torno de nossos lombos. É um cinto de
ouro, e assim será o nosso mais valioso ornamento;
nós precisamos muito dele, pois o coração que não
está bem apertado com a verdade que está em Jesus,
e com a fidelidade que é forjada pelo Espírito, será
facilmente envolvido pelas coisas desta vida, e
tropeçará nos laços da tentação. É em vão que
tenhamos as Escrituras se não a ligarmos ao nosso
redor como um cinto, em torno de toda a nossa
natureza, mantendo cada parte do nosso caráter em
boa disposição, e dando consistência a todo nosso
ser. Se, no céu, Jesus não desata o cinto, nós
tampouco podemos fazê-lo sobre a Terra. Estai,
pois, com os vossos lombos cingidos com a verdade
(Ef 6:14).

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