Zohar Vaiera 32 “O Reconhecimento da Era messiânica”
Comenta Rav Berg:
Cabalisticamente, o Messias (Mashiach) não é uma pessoa justa que irá emancipar o mundo, fazendo todo o trabalho espiritual por nós. Ao invés disso, o conceito do Messias refere-se tanto a um estado individual quanto a um acontecimento global.
A dificuldade de nosso trabalho espiritual irá produzir a paz, através de um caminho misericordioso. O caos global irá forçar a mudança sobre aqueles que rejeitam a transformação. À medida que as pessoas mudam, uma massa crítica será atingida, e o Messias global irá aparecer para anunciar um novo mundo. Um desejo proativo de autotransformação é despertado em nosso interior, de forma que nosso desenvolvimento espiritual ocorra num clima de misericórdia e positividade.
*
O Messias Interno
Segundo o Zohar, nosso trabalho é primeiro despertar nosso Messias pessoal, e isso implica em “salvar” a nós mesmos; quando um número suficiente de pessoas tiver realizado isso, o efeito é quântico e será global.
Basta um grão de gergelim para mover o prato de uma balança equilibrada ou um floco de neve que caia sobre o galho, para derrubar de uma vez toda a neve acumulada nele.
Qualquer um de nós poderá ser esse grão, esse floco, ou o cristal que precipita toda a solução no copo, e com isso provocar uma mudança global – se despertar seu Messias interno, mudando a si mesmo!
Porém se todos ficarmos esperando que a “salvação” venha de fora, continuaremos na mesma situação que estamos há quase 6000 anos.
A era messiânica nada mais é do que uma consciência de que estamos todos ligados, como as uvas de um cacho, que recebem a mesma seiva para crescer. É a percepção de que não somos, espiritualmente, entidades soltas e desligadas umas das outras.
Quando todos escolhermos, cada um por sua vontade, aceitar, respeitar e até amar nosso “próximo”, faremos isso baseados na compreensão de não sermos separados, mas que temos uma só alma nos mundos superiores.
Navegamos todos no mesmo barco, e compartilhamos todos o mesmo destino. Nos impulsiona o vento da aceitação de nossa responsabilidade, seguindo o exemplo de nosso Criador, que respeita nossas escolhas, e do qual somos um reflexo no Espelho da Existência.
Podemos ser o grão, o floco ou o cristal que traz a mudança: somos nosso próprio Messias.
Ao final do ritual da Havdalá, os cabalistas costumam umedecer os dedos no pires com o vinho derramado sobre a vela, passando-o sobre as pálpebras (para ver o Messias) e também nos lóbulos das orelhas (para ouvir o Messias). Fazendo essa conexão com a consciência certa, poderemos ver e ouvir nosso Messias interno.
Que a energia espiritual da Shabat esteja em nossa semana.
Uma boa semana a todos. Shavua Tov!
