sábado, 12 de maio de 2018

CAPÍTULO 15 - Não Fuja

CAPÍTULO 15
Ainda estava completamente atordoada e sem compreender o que acabara de
acontecer: Shakur havia me salvado!
— Você está ferida? — perguntou acelerado o líder de negro.
— Estou bem. Esse sangue não é meu — respondi hesitante.
— Acalme-se e concentre sua energia na amarra — ordenou Shakur segurando minhas
mãos com cuidado. Estremeci com seu contato e, mesmo sem entender o que ele queria dizer,
obedeci e foquei minha atenção na corda. Imediatamente o brilho começou a diminuir até ficar
fosco. Aproveitando-se do momento, Shakur a cortou rapidamente com um punhal. Encarei-o
com assombro e gratidão e identifiquei um brilho diferente em sua fisionomia, como se
estivesse viva pela primeira vez. Algo se mexeu dentro de mim.
Fomos trazidos de volta à realidade pelos uivos e pancadas frenéticas da fera no lado de
fora da bolha de energia. O bicho ainda estava desesperado em nos alcançar. Shakur
chacoalhou a cabeça e, de repente, seus olhos se estreitaram. Dando-me as costas e, com a
arma em punho, ele partiu como um bicho ensandecido para cima de Richard. Congelei e só
então me dei conta de que era a primeira vez que os dois se encontravam desde que Rick o
havia traído. Finalmente o líder Thron teria a sua tão aguardada chance de acabar com o
guerreiro que tinha matado Collin, seu filho. Mais do que isso, Richard havia aniquilado a
admiração e confiança que ele havia lhe depositado.
Cristo! Ele ia matá-lo!
Richard não se moveu e parecia tão assombrado com a aparição do líder de negro
quanto eu.
— Não! — corri em direção aos dois e, com os olhos quase pulando das órbitas, paralisei
com a cena inimaginável: Shakur acabava de prender a arma à cintura, fechou os punhos e
desatou a dar murros fortes em Richard.
— Idiota! — o líder rugia enquanto o socava sem parar. Rick não assumiu posição de
defesa e não mexeu um músculo sequer. Para minha absoluta surpresa, ele permaneceu de
cabeça baixa e, submisso, aceitou a sequência de golpes do líder. Shakur não pegava leve.
Chutou-o inúmeras vezes, esbravejou palavras incompreensíveis e, com violência, o empurrou
no chão. Richard continuava sem reagir e um filete de sangue escorria da ferida que tinha
acabado de abrir em seu supercílio direito. O peitoral do líder de Thron, assim como o de
Richard, subia e descia muito rapidamente por debaixo da armadura negra. A respiração
entrecortada de um refletia na do outro, confirmando que ambos estavam tensos ao extremo.
Shakur estava decepcionado, furioso, mas nunca desejou matar Richard!
Regozijei no lugar ao perceber que era um momento íntimo entre dois parceiros que
colocavam as cartas da desavença sobre a mesa para tornarem a se entender e ficarem ainda
mais unidos do que antes. Como dois amigos, como dois irmãos, como pai e filho...
Um ruído fino. Shakur interrompeu o ataque e, instantaneamente, empertigou o corpo e
sacou a adaga do cinto. Só deu tempo para piscar porque no instante seguinte ele arqueava
as costas e a lançava com força incrível acima da cabeça de Richard. A arma rasgou o ar e
acertou em cheio o peito de um soldado de branco que vinha correndo em nossa direção.
— Não acabamos por aqui... — avisou Shakur com a voz rouca para Rick.
Sem hesitar, Richard se colocou de pé, a expressão felina restaurada, os punhos
cerrados ao lado do corpo. Ele se preparava para o confronto.
— Não terá como lutar contra todos. Não aqui — Shakur checava as possibilidades.
— Acho bem melhor do que do lado de fora — Richard o respondeu com seu típico
sarcasmo e, com um olhar sombrio, apontou para a garra nervosa da besta que não desistia
em alargar o orifício da grande bolha.
— Talvez não — respondeu o líder de negro enigmaticamente.
— O que quer dizer com isso?
— Que tenho meios de retirá-los daqui.
— Meios? — Richard estava desorientado.
— Eu fico, mas darei cobertura para vocês dois — adiantou-se Shakur.
— Negativo! Não vou te deixar sozinho com esse bando de magos sádicos. A gente vai
lutar — meu guerreiro rosnou determinado e acho que vi o lampejo de um sorriso surgir na
hemiface do sombrio líder.
— Nada vai me acontecer, Richard. Tenho meus truques.
Havia uma pitada de satisfação disfarçada na voz grave de Shakur?
— Mas...
— Rápido! Logo eles aparecerão! — Ele segurou o braço de Richard, virou-se
rapidamente para me checar e deu o comando olhando bem dentro das pedras azuis-turquesa
de seu pupilo. — Fará isso por mim, Rick. Não é uma ordem, mas um pedido. Você deverá
prometer que fará o que vou lhe pedir, que não vai me trair e decepcionar novamente.
Uma trégua.
— Dou-lhe a minha palavra. Peça o que quiser — disse Richard com a voz vibrante e o
semblante restaurado. Ele abriu um sorriso verdadeiro e, mesmo com os lábios sujos de
sangue, foi lindo de se ver. Ele estava realmente feliz em receber o perdão do líder que tanto
admirava.
— Leve a híbrida para onde ela desejar. Obedeça-a.
Alguém precisava me cutucar. Eu tinha ouvido direito? Shakur ordenara Richard a me
obedecer? Não consegui segurar o sorriso de contentamento, a grata surpresa estampada em
minha face.
Richard soltou uma gargalhada nervosa e então, como era de se prever, explodiu como
um bicho raivoso.
— Como é que é?!
— Você escutou muito bem.
— Ela quer ir para Marmon, Shakur!
— Pois então a leve para Marmon.
— Mas que porra é essa que está acontecendo aqui? Estão todos perdendo o juízo ou
sou eu que estou enlouquecendo? — Os olhos de Rick ficaram imensos, seu rosto vermelhopúrpura.
— Você não pode estar me pedindo uma coisa dessas! — Havia, entretanto,
apreensão no seu timbre de voz. Ele estava em conflito por rejeitar o pedido de seu antigo
líder. — Shakur, isso é loucura! Von der Hess...
— Eu sei quem é Von der Hess, rapaz!
— Não acredito nisso! — Richard retrucou alto, balançando a cabeça de um lado para o
outro.
— Você vai obedecê-la ou não? — O líder o imprensava.
— Não! — berrou. — Não vou compactuar com essa insanidade!
— O que pode temer se já é um homem condenado ao Vértice, Richard?
— Eu não temo nada, merda! — soltou descontrolado. Suas pupilas vibravam.
— Teme sim — Shakur rebateu e apertou os lábios. — Pois então faça pelo meu perdão
e pela minha benção. — O líder de negro colocou a mão sobre o ombro de Rick que travou no
lugar e tornou a perder a cor. O coitado estava completamente desorientado.
— Eu não entendo... Para que a salvou se está me pedindo para levá-la para a morte?
— Você entenderá no futuro, mas agora terá apenas que confiar em mim, Richard.
— Eu não tenho um futuro!
— Mas muitos poderão ter. E dependerão dela para isso. Mas ela depende de você, por
enquanto... — apontou o líder para mim. — Você é o único que tem condições de protegê-la
até chegar o momento.
— Que momento?
Shakur negou com um rápido movimento de cabeça.
— Por que me pede isso? — Rick insistia.
— Responderei se aceitar esse pedido.
Richard olhou de relance para mim, sua testa se encheu de vincos e então seus ombros
tombaram.
— Pelo seu perdão e sua benção? — questionou hesitante.
— Sim.
Richard inspirou profundamente.
— Farei conforme me pede.
— Ótimo! — O líder apertou a mão de Richard, satisfeito, e assentiu com a cabeça. —
Peço-lhe isso porque, da mesma forma que você agora, eu também tenho uma promessa de
longa data para pagar.
Que promessa? O que ele queria dizer com aquilo?
Fui acordada pelos berros de Kevin ao longe. O cretino alertava o Grande Conselho
sobre a nossa fuga. A luz da grande tenda mudava de cor, o som estridente de uma corneta
alertou a todos dentro da bolha e o chão vibrou. Estremeci ao detectar berros ao longe e as
luzes ganhando força total. Droga! O exército de branco corria em nossa direção.
— Rápido! Venham para cá! — ordenou Shakur.
— O que vai fazer? — perguntei sem entender o porquê de o líder querer nos envolver.
— Rápido! Tome conta dela e não me decepcione novamente, Rick — advertiu o líder.
Minha cabeça entrara num torvelinho e rodava a mil por hora. Shakur encobriu meu corpo
com sua capa negra e puxou Richard para perto. No instante seguinte, o líder de Thron abria
os braços, fechava os olhos e a parte visível de sua testa contraía-se violentamente. Escutei
os berros dos homens se aproximando e me peguei ainda mais zonza do que antes.
Estávamos cercados! Por dentro e por fora! Não havia saída! Os olhos de Richard se
arregalaram e, hesitante, ele segurou meu braço e me puxou para perto de si. Em seguida
uma bola de energia começou a crescer entre as mãos enluvadas de Shakur, que se curvou
sobre o próprio corpo e pronunciou palavras estranhas. Richard entrou em posição de defesa,
colocando seu corpo na frente do meu. A bola de energia se transformou em um redemoinho
de eletricidade e vento. Os berros dos soldados alarmados aumentavam de volume. Shakur
assoprava com força e o redemoinho começou a cintilar, ganhando forma, expandindo-se
ainda mais e envolvendo a mim e a Richard. Os homens de branco avançavam com
velocidade.
— Que Tyron tenha piedade de todos nós! — escutei o bramido do líder atrás de nós e
por cima dos ombros me deparei com sua expressão intensa sobre mim e Richard.
Então tudo desapareceu.

Oração do dia 12 Palavras para concretizar o amor e a prosperidade.


Oração do dia 12
Palavras para concretizar o amor e a prosperidade.
As leis que regem a minha vida são as leis do amor, da fé, da prosperidade, da verdade. Consigo visualizar com nitidez o meu futuro, sem qualquer erro ou distorção, pois planto hoje boas sementes para ter boa safra. Prevejo excelente colheita. Por isso, minha vida é serena, plena de paz e de fé. Confio tudo nas mãos de Deus. A lei de Deus é o amor. Sou verdadeiramente grato a Deus. 

meditação diária (cecp) dia 12

Minha vida expressa a abundante vida de Deus 

sexta-feira, 11 de maio de 2018

11 - Expulsando os Resíduos do Mal: Purificando os lugares. - KAF ALEF LAMED

11 - Expulsando os Resíduos do Mal: Purificando os lugares. - KAF ALEF LAMED
Se você sente sua pele se arrepiar, os cabelos em sua nuca ficarem de pé ou um desassossego quando entra num lugar, isto geralmente é resultado de forças negativas em seu meio.
Este Nome neutraliza essas forças.
REFLEXÂO:Quando nos mudamos para uma casa nova ou para um novo local de trabalho, somos afetados por qualquer tipo de atividade negativa de parte dos ocupantes anteriores daquele espaço.
O mal e a negatividade deixam um resíduo.
Estas sobras negras causam um impacto dramático em nossas vidas quando estamos em sua presença.
Podemos até senti-las numa mesa de restaurante, caso os clientes anteriores tenham sido pessoas extremamente desagradáveis.
Quando tudo está dando errado em casa ou no trabalho, o resíduo do mal freqüentemente é o culpado oculto.
A vida já é suficientemente caótica e nervosa.
Não precisamos de ainda mais poderes demoníacos para arruinar nossos esforços diários.
Este Nome purifica lugares e espaços onde o mal, a perversidade e a escuridão espiritual estão presentes.
AÇÂO:  Todas as forças negativas são expulsas dos lugares que você habita.
A luz deste Nome desativa a energia negativa e purifica seu meu ambiente.

MEDITE NESTAS LETRAS E VOCALIZE: Laav
AÇÃO: Experimente passar um dia sem falar mal dos outros, sem se lamentar e sem ouvir maledicência alheia. Apenas um dia, muito concentrado nisto, desde o primeiro minuto ao acordar até a noite. Isto é transformador.

Seicho-No-Ie do Brasil - Mensagem Diária

A BUSCA DA SAÚDE É INERENTE AO SER HUMANO, PORQUE ELE É ORIGINARIAMENTE ETERNO.
 
Não devemos pensar que é insensatez desejarmos a vida eterna. Esse desejo é natural e inerente a todas as pessoas. Se a morte e a doença fossem fatos condizentes com a natureza verdadeira do ser humano, se fosse natural a sua ocorrência, as pessoas seriam capazes de acolher de bom grado a morte e a doença.

Minutos de Sabedoria

JAMAIS use palavras que façam seu
companheiro desanimar no caminho do
bem!
Não lance aos outros o veneno que lhe
haja penetrado na alma.
Se você tiver tido uma decepção, avise-o
de que poderá vir a sofrer, mas conforte
sua alma.
O desalento é um veneno.
Não envenene seus amigos!
Transmita alegria, que é o melhor remédio
que o céu fornece aos homens, capaz
de curar todas as chagas.

106 - Louise Hay

106- “Estou pronto para ser curado. Estou disposto a perdoar.Tudo está bem.”

CAPÍTULO 14 - Não Fuja

CAPÍTULO 14
Quando a luz branca tomou conta do ambiente, voei como um raio para cima de Ferfelin
e lancei minhas mãos em seu rosto. Ele não conseguiu impedir meu ataque inesperado. O
mago começou a gemer e se contorcer de dor antes de cair desacordado aos meus pés. Por
um instante, fiquei assustada com a força em minhas mãos. Não hesitei e, antes que os
soldados magos se lançassem sobre mim, avancei sobre eles da mesma forma que havia feito
com Ferfelin e o resultado se repetiu. Eles apagaram aos meus pés. Atingi a parede de
energia do pequeno casulo, concentrei todas as minhas forças e ela se desmanchou ao toque
dos meus dedos. Olhei para trás uma última vez e vi a expressão de assombro no rosto de
Richard. Visivelmente em choque, ele não saiu do lugar, mas balançou mais uma vez a cabeça,
implorando agora para eu não ir. Ele tinha feito sua opção. Eu também. Senti meu coração
comprimir dentro do peito e, de repente, mãos gorduchas agarrarem meu braço.
— Sinto muito, Sra. Brit — empurrei-a para o lado. A Sra. Brit caiu, mas de alguma forma
conseguiu segurar as minhas pernas.
— Não faça isso, Nina! — ela implorava em pânico. — Você vai morrer do lado de fora!
As bestas irão matá-la assim que sair do campo de força principal!
— Veremos — respondi. Ela gritou e levou as mãos à frente, protegendo seu rosto do
meu ataque. Tentei não usar força exagerada, mas ainda assim ela desacordou em meus
braços. — Desculpe por isso. Mas acabei de salvar a sua vida, Sra. Brit — disse e saí
acelerada.
Corri como um raio e, sem olhar para os lados, passei pelos casulos de energia de
Shakur e Kevin, pela grande tenda azul dos magos e cheguei à grande parede de energia que
nos protegia da noite de Zyrk. Não existiam soldados vigiando o lugar. O Grande Conselho
confiava plenamente em sua poderosa magia. Minha pele arrepiou e meu corpo estremeceu
com o silêncio esmagador. A quietude começou a me afligir. Existiriam feras do lado de fora?
Senti minha energia titubear por um instante. Tornei a me concentrar, mas minhas mãos não
reagiram como antes. Apavorada, comecei a socar a grande muralha. Ela não me repeliu, mas
também não permitiu passagem. Desatei a bater com mais força. Não. Não. Não. Deus! Eu
estava enfraquecendo ou esse campo de força era muito mais potente que os demais?
Passos acelerados me despertaram.
Três soldados de branco corriam em minha direção. Ferfelin vinha logo atrás.
— Não façam barulho ou utilizem magia. Serão seriamente punidos caso usem seus
poderes. A força está nas mãos da híbrida. Segurem-na, mas não a deixem tocar em vocês!
— comandou ele.
Pelo visto, o mago não desejava receber uma repreensão do Grande Conselho por ter
me deixado escapar.
— Não se aproximem! — avisei com uma mão apontada para eles e a outra encostada
no campo energético.
As pontas dos meus dedos tornaram a esquentar e, inesperadamente, o campo de
energia cedeu sob meu contato e começou a vibrar. Precisaria da outra mão para rompê-lo,
mas não podia virar as costas para os soldados. Se o fizesse, eles iriam me imobilizar
utilizando-se de força bruta e eu não teria como enfrentá-los.
— Não quero machucá-los. Estou avisando! — ameacei quando os homens começaram a
me cercar de maneira lenta e silenciosa. A situação em que me encontrava era decisiva e
sabia que, caso eles conseguissem me aprisionar novamente, eu não teria outra chance.
Eles riram entre si e, indiferentes, estreitaram a distância entre nós. Nervosa, consegui
aumentar minha concentração e o campo de força se rompeu em um pequeno ponto do
tamanho de uma moeda. Uma lufada de um vento quente entrou rasgando através do orifício
que havia acabado de criar e lambeu meu rosto. Fechei os olhos em reflexo. No instante
seguinte, senti minha perna desequilibrar com um chute violento e fui de boca no chão. Rolei
para o lado quando a sombra de outro deles cresceu sobre mim. Consegui me livrar dele
também, mas Ferfelin e um terceiro soldado me surpreenderam, puxando-me pelos pés e
arrastando minhas costas pelo terreno acidentado. Tentei fincar as unhas no chão e me
agarrar do jeito que era possível, mas a força dos dois era bem maior que a minha e só
consegui esfolar os braços na tentativa. Respirei fundo e, sem que eles pudessem esperar, dei
um impulso, flexionando o corpo para a frente, e segurei a panturrilha de Ferfelin.
— Bruxa! — Abismado, ele emitiu um ganido rouco e me soltou para checar os danos em
sua perna. — Segure-a e não a deixe tocar em você! — ordenou ao soldado que ainda me
mantinha presa.
— Me solta! — esbravejei com fúria, contorcendo-me feito uma louca. Meu vestido se
enroscou em uma pedra e impediu que o sujeito continuasse a me puxar. Forcei uma das
pontas do tecido, rasgando-o, e, quando estava quase conseguindo escapar, fui atingida por
um golpe na cabeça. A dor lancinante fez o mundo rodar e meus músculos afrouxarem. Depois
de um momento, a terra voltou a estabilizar, mas era tarde demais. Os três homens de branco
estavam sobre mim e amarravam minhas mãos com uma corda larga, resistente como nylon, e
que emitia um brilho azul esverdeado. Astutos, eles haviam deixado as palmas unidas uma
contra a outra. — Covardes!
Com a visão ainda turva, custei a compreender as maldosas intenções de Ferfelin. Ele
segurava uma vara de metal e, com um sorriso demoníaco no rosto, caminhava em minha
direção. Meu corpo estremeceu em resposta. Os três soldados me seguraram com mais
força. Um deles cobriu minha boca. Tentei me mover, mas estava presa, imobilizada por todas
as partes. O mago crescia à minha frente, suas pupilas assumindo a posição vertical enquanto
esfregava a arma nas mãos. Ele estudava como ia me espancar. Mais do que isso, pretendia
me torturar. Quis berrar. Entrei em desespero quando seu braço se levantou para tomar
impulso. Trinquei os dentes e abaixei a cabeça ao ver a vara se aproximar com violência do
meu rosto. De repente, escutei dois urros: um de dor e outro de cólera extrema. Reabri os
olhos e vi Richard surrando Ferfelin com a própria vara de metal.
— Ninguém! Toca! Nela! — Richard rugia, destacando cada palavra como o ganido de
um bicho enfurecido enquanto lhe acertava golpes atrás de golpes e o fazia desfalecer. O
rosto vermelho e deformado de raiva confirmava sua fúria. Num piscar de olhos, Richard já
havia partido para cima do sujeito que cobria a minha boca, puxando-o bruscamente pelo
pescoço enquanto o esmurrava com força e velocidade assustadoras. Um dos soldados de
branco me largou e correu em auxílio do companheiro que estava sendo surrado por Richard,
mas meu salvador tinha um reflexo incrível e sua força física era absurdamente maior que a
dos adversários. Em questão de segundos, Rick o eliminava com a precisão dos seus golpes.
Vê-lo lutar era algo realmente extraordinário. Eu achava que sua capacidade estava no manejo
de uma espada, mas Richard era habilidoso em todos os quesitos, um guerreiro fenomenal.
Seus golpes não tinham apenas força, mas eram rápidos e eficientes. Trajando apenas a calça
cinza, suas cicatrizes se destacavam sobre seus músculos que pareciam ter dobrado de
tamanho devido à força que empregava e ele ficava ainda mais viril e assustador. Em toda a
minha vida, nunca fiquei tão satisfeita em ver sangue jorrar para todos os lados.
De repente um uivo, um estrondo colossal e um grito de dor excruciante. Um solavanco
violento. Senti meu corpo ser arremessado para a frente antes de ser tragado de volta no ar.
Meus ouvidos estouraram e meu berro sufocou pelo sangue quente que explodiu em minha
face. Não senti dor.
— Não! — Ainda zonza, escutei o bramido altíssimo de Richard. Ele corria como um
louco em minha direção. Suas pupilas verticais denunciavam o perigo iminente. Meu corpo
arrepiou por inteiro e finalmente compreendi o que acabava de acontecer: a besta da noite
havia conseguido alargar o orifício que eu havia feito no campo energético e enfiar uma garra
através dele, encravando-a nas costas do soldado que me segurava por trás e agora o puxava
de volta. Quase tive uma síncope nervosa ao compreender a terrível situação em que me
encontrava: eu tinha as mãos amarradas por uma corda que, para a minha infelicidade, havia
se enroscado na perna do soldado quando seu corpo sem vida foi bruscamente lançado no ar.
A fera me tragava juntamente com ele.
— Rick! Socorro! — berrei descontrolada e comecei a me debater quando o cadáver do
homem se chocou contra o campo de força. No instante seguinte escutei outro uivo da besta e,
por sobre os ombros, vi a cabeça do soldado ser arrancada de seu pescoço e desaparecer
pela abertura atrás de mim. A fera conseguira dilatar o pequeno buraco que eu mesma havia
criado! — Jesus! Rick!
— Merda! — Richard xingou alto, não conseguindo ocultar o pavor que o tomava
enquanto enfiava os dentes no nó da corda que me unia ao corpo decapitado. Seria fácil se ele
tivesse uma espada ou punhal, mas rasgá-la apenas com os dentes se transformara em uma
missão impossível. A besta continuava a ganir e tragar o corpo sem vida do soldado pelo
orifício. Como o infeliz tinha a estrutura larga, escutei seus ossos sendo quebrados enquanto o
monstro o puxava com força assombrosa. — Eu não consigo, porra! Essa corda está
enfeitiçada! — berrou tentando, de qualquer maneira, enfiar as unhas no nó apertado.
Claro! Por isso o brilho anormal da maldita corda!
Novos estalidos altos. Fiz a asneira de olhar por cima do ombro. Blocos de ácido sulfúrico
derreteram dentro de mim, fazendo meu estômago queimar em agonia. Formigamento
generalizado. Pane cerebral ao visualizar o tórax e os braços do soldado sendo triturados e
desaparecendo às minhas costas. As cenas chocantes se atropelavam, rápidas demais para
processar. Richard bradava alto e mordia a maldita corda. Vislumbrei comovida a força
absurda que o coitado empreendia. Havia sangue escorrendo pelas palmas de suas mãos e
pela sua boca.
— Não! — ele berrou nervoso quando se deu conta de que o restante do corpo
esfacelado e sem resistência do soldado começava a passar pelo buraco, agora um pouco
maior. A garra parecia brilhar ainda mais sob a ação dos nossos berros de pavor, sua lâmina
impiedosa dilacerando o corpo inerte e, prazerosamente, reduzindo-o a tristes migalhas. Em
alguns segundos ela concluiria o serviço e partiria para cima de mim.
— Corte as minhas mãos, Rick! — ordenei com firmeza assustadora. Não acreditei no
que acabava de dizer e sabia que não podia voltar atrás. Eram elas ou a minha vida. E eu não
podia morrer. Não naquele momento.
— Hã? — Richard congelou no lugar e me encarou desorientado. O sangue que escorria
de sua boca fez um trajeto sinuoso em seus lábios trêmulos. Ele também não acreditava no
que tinha acabado de escutar, mas era um guerreiro e havia compreendido: não havia saída
para mim. A corda era enfeitiçada e ele não tinha armas contra ela.
— Use a garra afiada da besta para isso! — tornei a ordenar quando meu corpo
começou a ser comprimido contra a parede de energia. Não havia mais tempo e nós dois
sabíamos que essa era minha única chance de sair viva.
— Não, porra! Não posso fazer isso! Nina, eu não... — A face de Richard perdeu
completamente a cor. Suas pupilas ultraverticais confirmavam seu desespero.
— Pode sim! Coloque meus braços na direção da garra! — soltei um grito de pavor no
momento em que um novo solavanco me lançou no ar e me puxou de encontro ao campo
magnético. A besta me chocava violentamente contra a bolha, querendo de qualquer maneira
fazer meu corpo passar pelo buraco. Fisgadas horrorosas alastraram por minhas costas e
minha cabeça começou a latejar. Compreendi o que havia acabado de acontecer: ela
finalmente conseguiu tragar o corpo do soldado. Eu seria a próxima!
Meu tempo acabara.
— Rick! — pedi num misto de certeza e horror. — Corte-as!
— Não! Por Tyron! — atordoado e tremendo como nunca, Richard encarava minhas
mãos sem nada conseguir fazer. A besta tornou a atacar, lançando a garra pelo orifício.
Richard ainda conseguiu se jogar entre mim e o animal, protegendo-me com a vara metálica de
Ferfelin. A garra de mais de um metro de comprimento do animal revidou o golpe, lançando-o
no ar com violência. Richard caiu de costas e sua cabeça foi de encontro ao chão, fazendo-o
fechar os olhos e franzir a testa. Ele se esforçou para se levantar, mas seu corpo não
respondeu. A pancada deve ter sido forte demais. A garra voltou a desaparecer pelo orifício. A
pressão em minhas mãos diminuiu repentinamente. Custei a entender que o animal havia
acabado de devorar o pobre soldado e, no processo, tinha cortado a corda que me unia ao
infeliz. Apesar de ter as mãos amarradas, meu corpo estava livre pela primeira vez! Sem
acreditar na minha sorte, levantei-me o mais rápido que pude e, quando desatei a correr e me
afastar da bolha maldita, fui nocauteada por um novo golpe. Desequilibrei-me e, sem as mãos
para me amparar, bati de boca no chão. Completamente zonza, girei e tentei arrastar meu
corpo para trás, mas o maldito bicho conseguiu enfiar sua garra no tecido esvoaçante do meu
vestido e me puxava com fúria e rapidez em direção ao orifício. O pavor se agigantou dentro
do meu espírito quando uma lufada de ar quente lambeu meu rosto com calor e odor
insuportáveis. O orifício crescia em meu campo de visão e não havia onde me segurar. Em
seguida, escutei um estrondoso ranger de dentes. Deus! Era o fim! Eu seria devorada assim
que saísse por aquele buraco! Em desespero máximo, levei as mãos presas à face,
encobrindo-a. Escutei o berro de pavor de Richard ficando para trás, detectei um vulto negro
bramindo e xingando alto e ainda captei uivos estarrecedores da besta. Em seguida senti novo
solavanco e meu corpo era puxado às pressas dali.
— Você?!

Oração do dia 11 Palavras para concretizar o bem e a saúde.


Oração do dia 11
Palavras para concretizar o bem e a saúde.
Busco somente o bem e o que é bom. Percebo que em todas as pessoas e coisas está latente o bem que Deus é. Por isso, ele me proporciona o que busco, o que está em conformidade com o meu pensamento. Reconheço Deus como pai amoroso, salvador misericordioso. Percebo a harmonia de Deus que está presente em todas as coisas e o seu amor que preenche o Universo. Deus é o pai de todos. Portanto, considero todos como meus irmãos e companheiros. Não existe no mundo pessoa alguma que me hostilize, e eu também não hostilizo ninguém.
Todos os habitantes deste mundo são meus irmãos, e eu sou amigo de todos. Neste momento, conscientizo-me de que, segundo a lei que rege a humanidade e o Universo, o mundo reflete os meus pensamentos. Por isso, tenho somente pensamentos bons e elevados. Sinto-me repleto de alegria e de radiosa fé.
Compreendo que o mal é originalmente destituído de força. A força do mal não é outra coisa se não a que nós mesmos atribuímos a ele. Neste momento, deixo de atribuir força ao mal. Abandono, de vez, o pensamento de que o mal existe. Por isso, neste instante, o mal volta a ser nada. E eu volto a manifestar a harmonia e a perfeição de filho de Deus. Concebo somente idéias saudáveis e harmoniosas. Por isso, recebo do universo tudo que é saudável e harmonioso. A mente do universo está criando para mim o que condiz com meus pensamentos, os quais são perfeitamente harmoniosos. Minha fé é inabalável. Considero-me perfeitamente sadio. Já estou curado. Agradeço a Deus, que sempre atende a meus pedidos. Converso sempre com Deus,caminho sempre com ele. Por isso, acredito sempre em mim mesmo, em tudo e em todos. 

meditação diárria (cecp) dia 11

Vejo Deus em tudo o que existe 

quinta-feira, 10 de maio de 2018

meditação diária (cecp) dia 10

Desejo aos outros que desejo para mim

10º dia do mês

10º dia do mês
1. Neste dia o foco é o seguinte: concentrar-se sobre todos os objetos de sua realidade
exterior que você possa apreender, ao mesmo tempo durante um único ato de
percepção desses objetos. Você se preparar para receber em um único momento de
todos os objetos que estão disponíveis para a sua percepção. O resultado deste ato
momentâneo de percepção seria a sensibilização de todos estes objetos externos.
Claro que, quando você acabou de começar a praticar este exercício, a percepção de
todas as informações sobre todos os objetos só podem ser parcialmente realizado. Isso
não precisa incomodar. O objetivo final do seu trabalho é a consciência completa de
todos os objetos. Com o tempo essa habilidade virá mais e mais sob seu controle. Mesmo
quando você começar a trabalhar com este exercício sobre a percepção momentânea
de objetos ao redor, você reúne pouquinho de informação de cada objeto, por
exemplo, uma premonição de que um determinado objeto está localizado em algum
lugar, que ela existe. Para receber informações sobre um objeto, você basicamente só
precisa encontrar o lugar certo para se concentrar e para sintonizar-se para a tarefa.
Você será capaz de perceber qualquer objeto em particular e ter acesso a todos os
níveis de influência. E porque esta técnica de concentração ensina você a ter
consciência de um grande número de objetos, tudo ao mesmo tempo, essa prática
permite que você imediatamente regule uma grande quantidade de informações. Aqui
é um exemplo dos resultados desta técnica: vamos supor que há um computador na sua
frente. Assim que você lançar um olhar sobre sua aparência externa, você
imediatamente sabe como usar este computador e o que se pode esperar para realizar
através de seu uso.
A técnica de concentração dada aqui permite que você acesse informações de
qualquer objeto em particular. Da mesma maneira, com a ajuda desta técnica. você
aprende a usar as informações do objeto. O acesso ao uso da informação pode ser
lógico ou ilógico (intuitivo).

2. Dígitos para Concentração
*Concentre-se intensamente na sequência de sete números: 1854312
*Concentre-se intensamente na sequência de nove números: 894153210

3. A união de dois números, o número 1 e o novo número, 0, levou você em primeiro
lugar a ver o mundo como se o número 0 estivesse contido dentro do número 1. Ao
considerar o número 1 e ampliando-o, por meio da adição, o número 0, ele torna-se 10,
é completar uma atividade.
Ao fazê-lo em suas ações deve, de acordo com este princípio, ser harmonioso. Você
deve perceber que em cada ação você pode expandir as suas manifestações de forma
significativa, tanto em quantidade e qualidade. Você é o manifestador do
mundo. Harmonize com o que você vê. Preste atenção a si mesmo e aos seus
pensamentos.
Você deve estar onde você está. Você deve ser onde você não é. Você deve estar em
toda parte, pois é você o modelador e movimentador de todas as coisas. E sua
harmonia o deve levar para a eternidade. A ressurreição é um elemento da
eternidade. Imortalidade é também um elemento de eternidade. Você deve encontrar
por si mesmo a eternidade verdadeira onde imortalidade e ressurreição são apenas
casos especiais de toda a eternidade. Você deve ser o criador de cada coisa. Você
precisa entender e formar uma imagem precisa das implicações da ressurreição e da
imortalidade, da verdadeira imortalidade. A verdadeira imortalidade dá à luz para o
próximo nível da eternidade, o próximo nível do mundo e ao próximo nível da
personalidade. Você deve estar preparado para isso e lembre-se sempre que as novas
tarefas, as tarefas da eternidade que nasceram antes de você e que você definiu para si
mesmo, dar à luz a novos mundos que você estabelece na sua consciência.
E este mundo, assim como 1 e 0 é igual a 10, este mundo é o que você sempre terá
quando você se torna eterno, porque você já é eterno. Sua imortalidade está contido
dentro de você. Você é eterno e imortal. É suficiente apenas para se tornar consciente
disso. Se neste nível você atravessar o caminho da ação acessível e compreensível, um
caminho semelhante ao de conexão de 1 e 0, você vai alcançar a imortalidade em
todas as suas ações, em todas as manifestações e em cada passo que você dá.

105 - Louise Hay

105- “À medida que mudo os meus pensamentos, o mundo à minha
volta muda também.”

CAPÍTULO 13 - Não Fuja

CAPÍTULO 13
— O que está acontecendo aqui? — A voz de Sertolin rompeu o silêncio e quase me
matou de susto. Uma luz branca e ofuscante clareava a bolha onde estávamos, como se
tivessem acendido uma centena de lâmpadas fluorescentes superpotentes ao mesmo tempo.
A Sra. Brit já estava ao meu lado e segurava meu braço.
— Como a híbrida veio parar aqui? Vocês a trouxeram? — indagou furioso o tal do
Napoleon.
— Claro que não! — rebateu a Sra. Brit com indignação, mas senti seus dedos tremendo
em minha pele. Mesmo pequenina ela o enfrentava. — Existe magia suficiente ao nosso redor
para saber que tudo é possível por aqui!
Sertolin nos estudava, a expressão de desconfiança esculpida nas rugas de sua face.
— Nós finalmente conseguimos acordá-lo, caro Sertolin — respondeu Guimlel, mudando
o curso da conversa.
— Tem certeza sobre o que está falando, Guimlel? — questionou desconfiado.
— Sim, milorde. Richard estava se recuperando, ele... — Guimlel empalideceu e engoliu
em seco ao ver que Rick desacordara novamente. Todos pararam para observar Richard e
minhas mãos começaram a suar frio. Hesitei por um instante. Sem movimentar as pálpebras,
ele respirava lenta e ritmadamente. Se eu não soubesse da nossa farsa, também acreditaria
que ele havia desfalecido.
— Como ele respondeu na checagem, Ferfelin? — interrompeu o líder.
— Sem resposta a qualquer tipo de estímulo — respondeu um conselheiro que até então
se mantinha calado. Ele era louro e de cabelos encaracolados.
— Eu lhe dou a minha palavra, Sertolin! Ele havia acordado — bradou Guimlel.
— Sei — murmurou Napoleon sarcástico.
— É possível sim, seu ignorante! — retrucou a Sra. Brit. — A híbrida o acordou!
— Cale-se, Labrítia! — advertiu Guimlel.
— Eles iam descobrir de qualquer maneira — retrucou ela para as faces assustadas de
todos os conselheiros.
— A híbrida o acordou? — questionou Sertolin com um brilho enigmático no olhar. Seria
receio? Euforia?
— Eu disse que manter essa garota viva era um perigo, Sertolin — soltou Trytarus. —
Temos que eliminá-la o quanto antes.
— Temos que aguardar a resposta dos mensageiros interplanos, isso sim! — ralhou
Sertolin. — Não podemos arcar com uma decisão de tal magnitude. A repercussão seria
perigosa demais.
O que eles estavam querendo dizer?
— Vá checar, Ferfelin — comandou o líder e os dedos da Sra. Brit afundaram em minha
pele. Olhei para ela, que me encarou por um breve instante antes de fechar a cara e
acompanhar os passos do tal de Ferfelin. Naquele instante não sabia quem estava mais
nervosa, ela ou eu.
O homem passou por nós e removeu parte do lençol que cobria o abdome de Richard.
Concentrado e de olhos fechados, o mago mantinha as palmas das mãos elevadas e a uma
pequena distância do corpo imóvel de Rick.
— A energia está recuperada! — soltou num assombro e Guimlel liberou um suspiro de
alívio. — Vou tentar acordá-lo.
Cristo! O que ele ia fazer com Rick?
Ferfelin então sacou uma pedra branca do bolso de sua manta verde esmeralda e a
pressionou contra a jugular de Richard que abriu os olhos no mesmo instante. Escutei o
murmurinho de espanto liberado pelos conselheiros.
— Acredita agora, Sertolin? — Guimlel não conseguia ocultar seu sorriso de satisfação.
— Sente-se bem, rapaz? — indagou o líder do Grande Conselho.
Richard pousou o olhar aéreo sobre todos os presentes e confirmou com a cabeça.
— Bom. Levante-se e caminhe pelo lugar.
Rick, não! Não!
Aparentando estar sob uma espécie de transe, Richard lentamente conseguiu se sentar
na cama, mas, assim que colocou os pés no chão, arregalou os olhos e caiu de boca no chão.
— Não! — berrou a Sra. Brit, soltando meu braço e ameaçando ir em socorro do filho
adotivo, mas conseguiu se segurar a tempo. Na certa não a deixariam cuidar de Richard caso
deixasse transparecer o quanto gostava dele. — Como pôde cometer um erro deste porte,
Sertolin! — ralhou ela e o líder arqueou as sobrancelhas. — Não vê que a força dele ainda não
é suficiente? Essa energia que Ferfelin constatou serviria para suprir o corpo franzino de um
dos seus, mas não o dele. Richard é fisicamente mais forte do que todos vocês juntos,
consequentemente necessita de muito mais, ora!
Boa jogada, Sra. Brit! Agora era a minha vez.
— Eu poderia ajudá-lo — balbuciei e as atenções se voltaram para mim. — Se eu
estivesse melhor, acho que conseguiria aumentar a energia dele.
— É claro! Como não pensei nisso antes! — vibrou a Sra. Brit ao abrir um largo sorriso.
— Richard se abasteceu da força da híbrida. Não foi suficiente porque ela está ferida. Temos
que tratá-la para que possamos recuperá-lo! É isso!
Guimlel andava de um lado para o outro e tinha a fisionomia ilegível, os demais estavam
agitados. Sertolin era o semblante da dúvida.
— Acho isso muito arriscado, Mon Senhor — comentou Napoleon.
— Temos pouco tempo até o acasalamento — imprensou Guimlel.
— Eles têm razão, milorde — adiantou-se Ferfelin. — Em condições normais a
recuperação dele seria muito lenta e acabaríamos perdendo a data da procriação.
— E Zyrk perderia a chance de gerar o maior guerreiro da sua história — acrescentou a
Sra. Brit.
Um momento de silêncio. Um a um, Sertolin estudava os rostos dos presentes.
— Está bem — assentiu o líder. — Cuide dela, Ferfelin.
Ah, não!
— Ele conseguirá ser tão rápido quanto a Sra. Brit?
Não queria, mas senti que minha pergunta saiu transbordando atrevimento. O peitoral
gorducho da Sra. Brit estufou de satisfação. Ela adorava um elogio. Napoleon, por sua vez,
lançou-me uma advertência nada polida por estar me dirigindo diretamente ao líder deles. Não
recuei. Encarei Sertolin com firmeza enquanto ele observava as feridas em meu corpo.
— Tem uma hora para curar a híbrida, Labrítia. Depois disso Ferfelin a levará para a
grande tenda. Não vou arriscar colocá-la em seu domo individual. Não depois do que acabou
de acontecer.
Droga! Minhas chances de fuga estavam indo para o ralo!
— Sim, milorde.
— Guimlel, você vem comigo. Preciso que me explique como rompeu o feitiço que
permitiu liberar a híbrida.
— Mas, Sertolin, não fui eu, e não...
— Eu sei que foi você. Não adianta querer me enganar — interrompeu intolerante. —
Cuide dos dois, Labrítia. Ferfelin vigiará o lugar.
— Agora mesmo, meu senhor. Mas preciso de paz e silêncio absoluto para realizar
minhas curas. Prefiro ficar a sós com os doentes.
— Ferfelin ficará e será responsável pelo casulo — determinou intransigente. — Ferfelin,
cuidado e atenção ao máximo. O Conselho estará em reunião emergencial até o amanhecer.
Não deveremos ser incomodados enquanto estivermos trabalhando com energias de tal
magnitude — advertiu Sertolin enquanto olhava para o filete de sangue que escorria pelos
lábios de um Richard desacordado. Parecia pressentir algo errado no ar. — Não faça nenhuma
idiotice, Labrítia. Tenho grande estima por você, mas os tempos são outros... Qualquer
sentença por desobediência será severa.
— Eu sei, milorde — ela balbuciou sem encará-lo enquanto apertava os dedos
gorduchos.
— Bom — finalizou ele, esfregando a testa lotada de vincos. — Vamos.
A luz branca se expandiu, deixando-nos quase cegos. Acordei sobre uma cama não sei
quanto tempo depois. Um ruído fino arranhava meus tímpanos, como de uma colher raspando
o fundo de um prato de cerâmica com força.
— Ei! — respondeu a Sra. Brit assim que me viu abrir os olhos. Tentou colocar ânimo em
suas palavras, mas sua face preocupada a traiu. — Não se mexa — sussurrou e, fazendo um
discreto gesto com as mãos, lançou-me um olhar de advertência. Eu assenti. Naquele instante
me dei conta de que as fisgadas no braço direito haviam desaparecido completamente. As
feridas na perna do mesmo lado tinham sua cicatrização bem avançada também. Ela veio até
mim segurando uma vasilha de vidro. Dentro da tigela havia uma compressa embebida em uma
papa esverdeada e uma colher dourada de metal que julguei ser de ouro. Ela se sentou ao
meu lado e, após colocar a compressa na ferida, começou a fazer ruídos altos e
incomodativos com a colher, chocando-a contra a vasilha de vidro.
— Tire as mãos do ouvido — ordenou ela em outro sussurro. Obedeci. Seus lábios
permaneciam imóveis e ela falava comigo como se fosse um ventríloquo. Que estúpida eu era!
Ela estava aproveitando a ausência momentânea de Ferfelin e camuflava nossa conversa
com um ruído de fundo. — O que quer que você esteja planejando, Nina, desista. Não há
como fugir daqui.
Ela era esperta.
— Há sim — respondi entredentes. — Eu saí daquele casulo, não saí?
— Como você fez aquilo?
Eu meneei a cabeça e não respondi. Ela se adiantou:
— Sinto muito, mas não conte comigo para outra fuga.
— Como ele está?
— Foi a mesma pergunta que ele me fez. Por que Tyron está fazendo isso conosco? —
soltou pesarosa.
— Não precisa ser assim.
— Infelizmente, precisa sim. Por que acha que os conselheiros aceitaram as condições
de Guimlel? — indagou com severidade. — O filho de Richard será o melhor exemplar
zirquiniano de todos os tempos. Não posso negar isso a Guimlel e muito menos a Zyrk. Sinto
muito, minha querida. Do fundo do meu coração eu gostaria que as coisas fossem diferentes...
— Mas, Sra. Brit... Eu e Rick... Nós podemos conseguir!
— Não tenho mais tanta certeza, meu amor. Se você sobreviver não será para ficar junto
dele.
— Hã?
Cristo Deus! O que havia acontecido para ela mudar tão drasticamente de opinião?
— John de Storm tem sentimentos fortes por você.
— Eu amo o Richard! — retruquei.
— É o que você pensa. Os humanos são meio complicados nessa questão e, Rick...
Bem, ele... — ela perdeu a fala. Havia decepção em seu semblante.
— Ele o quê? — indaguei tentando não parecer sobressaltada.
— Ele fez burrada, Nina. E das grandes! Ele...
Um uivo alto rompia do lado de fora, como um grito de advertência. A bruxa estremeceu,
interrompeu o assunto e olhou através da bolha de energia. Estava transparente agora e não
mais leitosa como antes, mas, ainda assim, não consegui ver nada, a não ser um mar de
escuridão. Era noite em Zyrk e meus sentimentos ameaçavam ir pelo mesmo caminho
sombrio. Não permiti. Não suportava mais tanta gente dizendo o que eu devia fazer com minha
vida, sobre os meus sentimentos e os de Rick. Foi por ter dado ouvido demais a elas que
acabei duvidando dele e nos metendo nessa situação horrorosa.
— Estou desacordada há quanto tempo?
— Pouco mais de uma hora — murmurou e, em seguida, acrescentou em alto e
proposital tom de voz: — Amanhã estará praticamente curada, híbrida.
Negativo! Não esperaria até o dia seguinte e não podia deixar que o tal do Ferfelin me
levasse para a grande tenda, onde minha chance de fuga seria, provavelmente, inexistente.
Aproveitar-me-ia da ausência dos olhos de águia de Guimlel e da reunião do conselho para me
mandar dali.
— Sua energia é diferente. Facilitou a cura — finalizou ela com um sorriso frio.
— Vou checar o resgatador. A híbrida está pronta? — indagou Ferfelin, aparecendo
subitamente. A Sra. Brit deve ter sentido sua aproximação.
— Sim — respondeu ela, empertigando-se ao meu lado e me ajudando a levantar.
Ferfelin caminhou em direção à cama onde Richard permanecia deitado. Ele rompeu um
biombo de energia branca que haviam colocado para separar os nossos leitos.
— Deixe-me sentir sua energia, rapaz. Sente-se — ordenou o conselheiro ao se
aproximar dele.
Richard nada respondeu e apenas obedeceu. Ele se desfez do lençol branco e sentou-se
numa cama de vidro idêntica à que eu estava. Para minha sorte, naquele momento todos os
olhares estavam voltados para ele e, portanto, não perceberam a minha expressão de deleite,
completamente vidrada nele. Descalço e trajando apenas uma calça cinza, ele era a visão do
pecado, do meu fruto proibido. Tive de segurar o furacão de emoções que ameaçou despontar
em meu peito ao relembrar a noite em que “quase” passamos juntos. Por sorte, fui acordada
pelos sensatos pontapés da minha consciência.
— Como se sente? — perguntou Ferfelin.
— Melhor, mas ainda fraco — respondeu ele, remexendo o pescoço e esticando o
peitoral. Senti um mal-estar passageiro ao detectar suas novas cicatrizes. Marcas de perda e
sofrimento cuja causadora, mesmo que sem intenção, tinha sido eu.
— Está mesmo — conferiu Ferfelin e, encarando-me, murmurou pensativo: — Graças à
híbrida.
Não gostei da expressão perigosa que surgiu no rosto do mago. Richard fechou a cara
instantaneamente. Acho que também notou.
— Posso continuar? — adiantou-se a Sra. Brit para o mago ao perceber o clima estranho
no ar. — Ainda tenho muito serviço a fazer e o dia da procriação se aproxima. Não se esqueça
de que também terei que preparar a energia de Samantha para o acasalamento.
Samantha?! Que ótimo! Havia me esquecido completamente dela.
— Ainda estou estudando a energia dele — disse Ferfelin sem se afastar de Richard.
— Pois se quiser, venha estudá-la após o dia da procriação. Meu tempo é curto e acho
que Sertolin não gostará de saber que você resolveu fazer experiências de última hora e
acabou me atrasando.
— Não terei tempo depois. Ele será encaminhado imediatamente para a catacumba de
Malazar.
— Pois então peça ao seu líder que lhe dê mais alguns dias para estudos. Sertolin é uma
pessoa bem compreensiva.
— Eu sei que é, mas os demais não. O Conselho quer acabar com isso o mais rápido
possível.
A Sra. Brit levou as mãos à cintura e deu batidinhas no chão.
— Está bem — soltou por fim o homem. — Ele é todo seu.
A Sra. Brit tentava ocultar a emoção que a invadia e fingia tratar Richard de maneira
profissional. Ela até podia enganar o conselheiro, mas não a mim. Vez ou outra, fingindo
aplicar alguma compressa em sua testa, ela aproveitava e disfarçadamente acariciava o rosto
de Richard.
— Venha, híbrida — chamou ela e eu me aproximei. Richard levantou o rosto e me
encarou, um olhar frio, quase distante. Gelei por dentro, mas uma rápida piscadela das pedras
azuis-turquesa me resgatou do susto. Ele estava representando e havia enganado até a mim.
Uau! Richard era um ótimo ator! Em outra ocasião eu teria ficado preocupada com essa
constatação...
Ferfelin não saía de perto. Visivelmente impressionado, ele observava com atenção a
forma como a Sra. Brit manuseava os elementos do ar em sua magia entremeada a ervas e
toques. A Sra. Brit tinha a fisionomia impassível e parecia não se incomodar com a presença
do colega. Com muita calma, ela orientava onde eu deveria colocar minhas mãos sobre o
corpo de Richard e me pedia para fechar os olhos e concentrar em algo bom. O motivo de ela
fazer aquilo eu não conseguia entender, porque, se ela realmente queria que eu quisesse me
focar em algo maravilhoso, era só pedir que eu mantivesse meus olhos bem abertos. Minha
miragem estava na minha frente. Nas poucas vezes em que vacilei e reabri os olhos, deparavame
com um Richard robotizado que se limitava a ficar de olhos abertos e me olhar, olhar,
olhar.
— A energia dele está aumentando muito rapidamente — murmurou o conselheiro,
satisfeito.
Droga! Quando ele sairia de perto para que eu pudesse falar a sós com Rick?
— Mas não está constante. Tenho que preparar um extrato de base fundamental para
sua fixação — respondeu a Sra. Brit com propriedade.
— Por Tyron! Existe isso?
— Acompanhe-me — ordenou ela, abrindo um sorrisinho de superioridade.
Ferfelin quase pulou de empolgação. Sua expressão eufórica assemelhava-se à de uma
criança que havia acabado de descobrir uma despensa repleta de doces por acaso.
— Venha conosco, híbrida — comandou ele.
— Ela fica — disse a bruxa de forma severa e ele se encolheu. — Será que ainda não
aprendeu nada, homem? Nós vamos produzir um extrato para fixação dos resultados e não
para criá-los. É o poder dessa garota quem os cria. Quem nos garante que se ela sair de
perto dele nós não perderemos o que acabamos de conseguir? E se ela não for capaz de
gerar outra resposta como essa no organismo dele? São muitas variáveis, Ferfelin, e você tem
que estar atento a todas.
— E-está certo — balbuciou ele coçando a cabeça. — Fique, híbrida, e continue se
concentrando.
— Mais do que isso. — A Sra. Brit ajeitou o cabelo. — Quero que você descentralize a
força, garota. Sua energia está muito localizada. Você precisa espalhá-la pelo corpo dele.
— Como assim? — perguntei sentindo a descarga de adrenalina avançar por minha pele
e chacoalhar meu corpo por inteiro.
— Deite-se, Rick, e cubra-se até o pescoço com o lençol — ordenou ela. Richard
obedeceu sem pestanejar.
Eu poderia jurar que os olhos dele faiscaram naquele instante.
Então ela se dirigiu a mim:
— Você vai passar as mãos por todo o corpo dele, Nina. E vai começar pelos pés. Não o
descubra porque a energia não pode escapar, entendeu?
Deus! Era tudo o que eu mais desejava, mas não daquele jeito, ali e naquela hora.
Assenti, balançando a cabeça como um boneco, os olhos arregalados, o coração
fazendo uma coreografia intricada dentro do peito. Agora era eu quem havia robotizado.
Comecei timidamente, massageando seus pés por sobre o lençol. Richard tinha os dedos
longos, pés grandes e lotados de calosidades. Bem compatível com um guerreiro do seu
porte.
— Não estou sentindo — disse ele com a voz falsa e fraca enquanto checava os próprios
pés. Atordoada, parei a massagem e olhei para ele, que me encarou de volta e
disfarçadamente me lançou uma piscadela marota. Filho da mãe! Ele arrumara um jeito de
implicar comigo!
— Massageie por debaixo do lençol, Nina. Não o descubra — respondeu a Sra. Brit em
modus operandi aquecendo um líquido alaranjado dentro de uma bacia de alumínio. Ferfelin
também não nos deu atenção.
Tornei a encarar Richard e não acreditei no que vi. Mesmo em nossa péssima condição
ele ainda foi capaz de fazer uma cara sem-vergonha. Comecei a massagear suas panturrilhas
e, para minha surpresa, o tecido da sua calça comprida era uma espécie de seda fina e
escorregadia, permitindo-me sentir seu corpo com detalhes. Fui subindo a massagem, passei
pelos seus joelhos e, quando minhas mãos se aproximaram de suas coxas musculosas, parei
para respirar por um instante. Senti meu rosto corar intensamente. Tive de segurar a sensação
avassaladora que começava a dominar meu corpo, um calor que subia por minhas bochechas
e a vontade desesperadora de soltar uma gargalhada de puro nervosismo. De canto de olho, vi
que Richard mordia o lábio e segurava à força o sorrisinho malicioso que teimava em aparecer
em sua face linda e cafajeste.
Olhei para o lado e vi que a Sra. Brit encontrava-se distraída, separando algumas ervas
sob a vigilância atenta do conselheiro. Dei um pulo no lugar quando o cretino aproveitou o
momento para esfregar a perna em minhas mãos. Estreitei os olhos.
Ah, é? Eu também estou aprendendo a jogar esse jogo, Rick.
Sem a menor cerimônia, mudei a trajetória das minhas mãos e comecei a passar os
dedos na parte interna das suas coxas. Encarando-o sem parar e mordiscando o lábio inferior,
fui deixando minhas mãos subirem lentamente por suas pernas, intercalando carinhos e
apertadas mais audaciosas. Richard arregalou os olhos azuis-turquesa e o sorriso abusado foi
varrido de seus lábios. Ele agora estava tenso, a musculatura de seu peitoral subia e descia
com velocidade. Sentia a pele dele esquentando as palmas de minhas mãos enquanto meus
dedos, quase em câmera lenta, continuavam seu trajeto perturbador. Confesso que, naquele
instante, não saberia dizer se era mais para mim ou para ele, mas pouco importava. Eu estava
quase lá. Após comprimir os lábios e detectar um discreto trepidar de suas pupilas, suas
rápidas mãos paralisaram as minhas.
— Acho que é o suficiente por hoje, Sra. Brit — disse ele com a voz arranhando e se
levantando num rompante. — Sinto-me muito bem.
Tive de segurar o riso. Richard estava fugindo de mim!
— Volte a deitar, rapaz — comandou ela sem entender muito bem o que havia acabado
de acontecer. — Já estou indo.
— Vejam, eu estou muito... — ele insistia.
— Deite-se! Não escutou a ordem, resgatador? — reiterou Ferfelin. Richard fechou a
cara e obedeceu contrariado. Não estava em sua essência receber ordens.
Aproveitei a situação para cobri-lo com o lençol e me aproximar do seu rosto perfeito.
— Vamos fugir assim que derem o toque de recolher. Fique preparado —balbuciei em
seu ouvido.
— Você não vai a lugar algum, Nina! — rosnou baixo e uma veia tremeu em seu maxilar.
— É impossível agora. Esse lugar é cercado por magia e há bestas do lado de fora.
— À noite eles não irão atrás de nós. Teremos alguma margem de tempo em nossa fuga
para Marmon — disfarcei meu sussurro abaixando-me ainda mais sobre sua cabeça. Meus
cabelos se transformaram em uma cortina separando nossos rostos de Ferfelin e da Sra. Brit.
Assustado, os olhos de Richard dobraram de tamanho e, em seguida, ele fechou a cara.
— Marmon?! Você enlouqueceu de vez? Não vou ajudá-la a cometer suicídio!
— Vou atrás da minha mãe e ninguém me impedirá. Nem mesmo você, Richard.
— Pois então terá que se virar sem mim!
— Se é o que prefere — rebati com firmeza e vi as ondas de fúria surgindo no mar
revolto dos seus olhos.
— O que é que está havendo aí? O que vocês estão conversando? — bradou Ferfelin
desconfiado.
— Essa garota é completamente sem jeito! É a segunda vez que ela quase me cega! —
reclamou Richard.
Ele era mesmo um ator!
— Se afaste do rosto dele, híbrida! — ordenou a Sra. Brit, estudando-nos com atenção.
— Não preciso ficar deitado. Eu me sinto ótimo — insistia Richard, ameaçando se
levantar novamente.
— Argh! Quantas vezes eu vou ter que... — vociferou o conselheiro partindo impaciente
em direção a Richard. — Mil vezes Tyron! Ele está absurdamente lotado de energia, Labrítia!
A híbrida o recarregou completamente. Acho que não precisaremos mais das suas ervas.
— Como assim? O quê?! — questionou a Sra. Brit, que em seguida segurou o braço de
Rick com vontade. — Céus!
— Quero ver a cara de Sertolin quando souber o que aconteceu aqui — matutava o
conselheiro animadamente. — Pode descansar agora, Labrítia. Eu sei que você não dorme
desde que resolveu agir nesse caso.
Ela assentiu com a cabeça e, de costas para Ferfelin, olhou carinhosamente para
Richard. Surpreso, ele piscou várias vezes e deixou os lábios se afastarem, puxando o ar com
força. A expressão de agradecimento em sua face espelhava-se com o semblante emocionado
da bondosa bruxa. Fiz alguns ruídos na clara intenção de chamar a atenção para mim e não
deixar que o conselheiro captasse a nuvem de sentimentos que pairava no aposento. Rick
sabia que não poderia ter uma conversa mais íntima com ela e aquela era a sua forma de lhe
agradecer, de perdoá-la por ter me ajudado a fugir com John.
Escutei o zunido de energia aumentar do lado fora e uma luz azul resplandeceu ao redor
da nossa bolha: o toque de recolher! Era chegada a hora de fugir! Olhei para Richard uma
última vez na esperança de que ele tivesse mudado de ideia. Não encontrei nada a não ser
uma expressão fria, a testa lotada de vincos e a sombra de algo ruim ocultando o brilho de seu
rosto perfeito. Pisquei para ele e ainda o vi balançar a cabeça discretamente, como se
compreendendo a minha decisão e me pedindo para não ir, para não fazer aquela loucura.
Segurei a dor no peito que ameaçou me paralisar, o ar ficou pesado demais e minhas mãos
começaram a esquentar.
— Vamos embora, híbrida. Vou levá-la para a grande tenda — finalizou o conselheiro. —
Soldados! — chamou alto enquanto um filete de luz emergia de seus dedos.
Negativo! Ele não ia me levar para lugar nenhum!

21 - Erradicando a Praga: Efetuando mudanças no mundo físico - KAF LAMED NUN


21 - Erradicando a Praga: Efetuando mudanças no mundo físico - KAF LAMED NUN
Os cabalistas nos informam que o conceito de Praga tem um significado mais amplo do que os relatos bíblicos de granizo, sapos e escuridão. 
As pragas que aparecem em nossa geração são bem mais sutis e enganosas. 
Não é preciso se sentir paralisado e sem esperança - podemos remover as pragas pela raiz.

REFLEXÂO:
No dia de hoje, 4.000 adolescentes começaram a fumar.
Nos próximos três minutos, uma mulher receberá um diagnóstico de câncer de mama.
Neste momento um terço do mundo está infectado com tuberculose.
Nos próximos doze meses mais de 180.000 homens serão afetados pelo câncer de próstata.
Até terminar o colégio, uma criança americana terá visto 8.000 assassinatos na TV.
Nos próximos 60 segundos, 12.000 toneladas de dióxido de carbono serão despejados na atmosfera.
Nos próximos 60 minutos, 1.800 crianças morrerão de desnutrição e fome.
Até amanhã, 25.000 pessoas terão morrido por falta ou contaminação de água. 
Mais de 25 milhões de americanos compram produtos com nicotina.
Um em cada 1.500 estudantes universitários é HIV positivo. 
Uma em cada quatro mulheres tem algum distúrbio alimentar.
Nos próximos doze meses, aproximadamente 13 milhões de pessoas serão vítimas de algum crime.
Hoje, se uma dúzia de pessoas em uma única localidade adoecer de repente, a imprensa vai falar de epidemia. 
Porém, quando mais de 500.000 pessoas morrem de doenças ligadas ao fumo num único ano, ninguém dará a isto o nome de praga!
Isto aconteceu por duas razões: as mortes estão distribuídas pelo tempo e espaço.
Acontece-ram ao longo de um ano, e se deram em diferentes partes do mundo.
A influência do tempo e do espaço nos cega para a realidade das pragas modernas que estão à nossa espreita.
Este Nome é o antídoto e o remédio preventivo para a raiz de todas as pragas que podem afligir nosso mundo. 
AÇÂO:
Pense em fumo, câncer, AIDS, poluição, lixo nuclear, depressão, doença cardíaca ou qualquer outra praga que infecte o mundo. 
Agora evoque a Luz para extinguir estas pragas pela raiz.