Porque tudo aquilo que é gerado por DEUS, vence o mundo, e essa é a vitória que vence o mundo: a nossa Fé. (S.Paulo).
sexta-feira, 4 de maio de 2018
4º Dia do Mês - exercicio de concentrção gg
4º Dia do Mês
1. Neste dia concentrar-se em cristais ou pedras. Você pode até ter apenas um grão de
areia para esse foco. Digamos que você tenha selecionado uma pedra particular. Agora
imagine uma esfera em torno dela, enquanto você está se concentrando nela. Esta é a
esfera de informação. Mentalmente veja todos os eventos que você deseja aparecerem
nessa esfera. Basta colocar os eventos que você deseja dentro desta esfera. Desta forma
você está dando uma direção para seus eventos, concentrando-se sobre eles.
2. Dígitos para Concentração
*Concentre-se intensamente na sequência de sete números: 5194726
*Concentre-se intensamente na sequência de nove números: 715043769
3. Criar o mundo, harmônico e eterno, como se cada movimento deste mundo estivesse
correlacionado com você como uma personalidade única. Quando você chegar à
união com o mundo - que estes métodos concretos para a orientação de eventos
fornecem -, seu mundo existirá em todos os lugares e você vai entrar nele. Você o terá
em suas mãos e suas mãos se tornarão o mundo que contém o mundo. E você vai ver
que você vai sair do reino do tempo, você vai tocar o mundo de mundos e vai ser uma e
a mesma para todos. Você vai ter escolhido a fonte comum, assim como todos os
outros. Criar este mundo de modo que é um mundo ideal para você e para todos os
outros. Este ideal não necessita de ser isolado. Segure o ideal de todas as pessoas - e de
si mesmo em seu mundo unificado, da mesma forma como existe na unidade do
universo.
Observe a perspectiva de que esses métodos oferecem, eles precisam ser harmoniosos.
Um exercício deve seguir para o outro, tal como o segundo passo seguinte do
primeiro. Quando você está andando por uma rua, você vê que cada passo seguinte
decorre da anterior. Você pode se levantar de uma posição sentada e ver que há
múltiplas possibilidades para cada movimento. Eles se desenvolvem a partir de um
movimento anterior e pode se tornar o próximo movimento anterior.
1. Neste dia concentrar-se em cristais ou pedras. Você pode até ter apenas um grão de
areia para esse foco. Digamos que você tenha selecionado uma pedra particular. Agora
imagine uma esfera em torno dela, enquanto você está se concentrando nela. Esta é a
esfera de informação. Mentalmente veja todos os eventos que você deseja aparecerem
nessa esfera. Basta colocar os eventos que você deseja dentro desta esfera. Desta forma
você está dando uma direção para seus eventos, concentrando-se sobre eles.
2. Dígitos para Concentração
*Concentre-se intensamente na sequência de sete números: 5194726
*Concentre-se intensamente na sequência de nove números: 715043769
3. Criar o mundo, harmônico e eterno, como se cada movimento deste mundo estivesse
correlacionado com você como uma personalidade única. Quando você chegar à
união com o mundo - que estes métodos concretos para a orientação de eventos
fornecem -, seu mundo existirá em todos os lugares e você vai entrar nele. Você o terá
em suas mãos e suas mãos se tornarão o mundo que contém o mundo. E você vai ver
que você vai sair do reino do tempo, você vai tocar o mundo de mundos e vai ser uma e
a mesma para todos. Você vai ter escolhido a fonte comum, assim como todos os
outros. Criar este mundo de modo que é um mundo ideal para você e para todos os
outros. Este ideal não necessita de ser isolado. Segure o ideal de todas as pessoas - e de
si mesmo em seu mundo unificado, da mesma forma como existe na unidade do
universo.
Observe a perspectiva de que esses métodos oferecem, eles precisam ser harmoniosos.
Um exercício deve seguir para o outro, tal como o segundo passo seguinte do
primeiro. Quando você está andando por uma rua, você vê que cada passo seguinte
decorre da anterior. Você pode se levantar de uma posição sentada e ver que há
múltiplas possibilidades para cada movimento. Eles se desenvolvem a partir de um
movimento anterior e pode se tornar o próximo movimento anterior.
CAPÍTULO 7 - Não Fuja
CAPÍTULO 7
Os minutos passam e, de repente, sinto seu cheiro impregnar minhas narinas. Ela está de
saída! Não há ninguém por perto de onde estou e então posso entrar no modo invisível. Ela
olha ao redor, certificando-se do ambiente à sua volta, enrola a echarpe no pescoço e começa
sua caminhada acelerada pela cidade deserta. Vou acompanhando seus passos e gosto de
ver que ela é rápida para uma humana de estatura tão pequena. Ela continua sua caminhada
veloz e me pego andando quase ao seu lado, admirando-a sofregamente. Vejo-a enrugar a
testa e fechar os olhos em alguns momentos e sua energia ficar inconstante. O que está
havendo? Ela aperta o passo. Há algo errado no ar. Posso captar. A madrugada ainda está
escura. Não há ruídos de motores de carros nem de conversas entre humanos. O silêncio é
tão forte que é possível escutar o ruído dos semáforos enquanto fazem as trocas das cores
do verde para o vermelho. Ela atravessa mais dois quarteirões e sua energia piora, vira uma
esquina e então tudo acontece muito rapidamente.
Vejo quando ela leva as mãos à barriga e força a respiração. Sua pele morena fica
repentinamente pálida como cera. Estremeço. Quero ajudá-la e sei que não posso me
materializar agora. Sinto duas novas forças crescendo em meu cérebro, que as processa
rapidamente e confirma: perigo! Identifico ao longe a silhueta de duas pessoas que, pelo porte
e odor, sei que se trata de humanos, e com propósitos mais que hostis, pressinto intenções
típicas da minha espécie. Há maldade no ar. Meu pulso dá novo salto quando capto a
presença de um resgatador por perto.
Céus! Ela foi descoberta!
Quero alertá-la, quero agarrá-la e levá-la para longe dali, mas também não posso. A
máxima que separa nossos povos: não tenho permissão para interferir no livre-arbítrio dos
humanos e, se o fizer, pagarei com a minha própria vida. Os homens a avistam e se
aproximam a passos rápidos, mas ela não percebe porque está curvada sobre o próprio
corpo. Observo os movimentos cada vez mais fortes de subir e descer do seu abdome, mas
não sai líquido algum de sua boca. Mas que droga! Ela parou para vomitar em uma hora
como essa? Sinto uma aflição enlouquecedora esquentar minhas veias. Tenho raiva de mim
mesmo por ter me permitido entrar em uma situação como essa e, ao mesmo tempo, ódio
avassalador por não poder retirá-la dali. Os homens se aproximam ainda mais. Ela finalmente
percebe e levanta a cabeça.
— Olá, princesa! Sozinha nessas bandas uma hora dessas? — começa um deles. O
outro a contorna lentamente. Estão fechando o cerco.
Identifico a energia assassina que os move, meus pulsos se fecham instintivamente e
enrijeço no lugar. Conheço-a de cor e salteado. Ela corre em minhas veias... Os homens
pretendem matá-la. Não eles, pobres marionetes com suas horas contadas, mas sim o
zirquiniano por detrás daquela ação em andamento. Covarde! Uma morte indireta para
aniquilar uma humana daquele tamanho? Gargalharia se minha ira não atingisse proporções
assustadoras. Nunca senti isso antes, mas poderia jurar que seria capaz de matar uma besta
com meus próprios dentes.
A humana não responde e vejo quando seus olhos vivos fazem uma rápida varredura do
lugar e estudam as possibilidades. Ela avista o portão semiaberto de um prédio situado alguns
metros à sua frente. Sua energia dá um pico. Ela é corajosa e ainda pretende lutar contra os
dois. Pela sua vida. Pelo milagre da existência abençoada que os humanos dão tão pouco
valor. Admirei-a profundamente naquela fração de segundo.
O sujeito que avança por trás a segura com violência. Sei que devo me manter alheio ao
que se desenrola à minha frente senão serei considerado cúmplice da ação. Não posso
interferir. Sou proibido de me materializar na frente dos humanos. Se desobedecer, sei que
não passarei incólume à varredura que o Grande Conselho fará no cérebro dos humanos
envolvidos. Pena de morte dolorosa e imediata. Pior: meu nome será gravado na pedra da
desgraça e humilhação. Não vou me envolver, murmuro repetidamente esse mantra que não é
bem aceito pelo meu cérebro desgovernado. Tenho ciência de que preciso sair dali e ir em
busca do resgatador que está por detrás daquela covardia em andamento, mas, se eu o fizer,
terei que deixá-la a sós com esses humanos em transe de morte, e quando voltar será tarde
demais. Para ela. Para a emoção que ela gera em mim. Não suportarei ver a cor viva de sua
face ser substituída pelo opaco esquálido, a assinatura cruel da minha espécie.
Dane-se! Eu vou ajudá-la! Tenho que arrumar um meio!
Minha força cai absurdamente em modo invisível, mas, ainda assim, manejo acertar um
golpe no braço do sujeito que a imobilizou. Ele leva um susto, puxa o braço para si e a solta
por um momento. Quando uso minha energia para defendê-la e o ataco, sei que quebro
momentaneamente a corrente magnética que o une ao seu orientador. Acabo de acionar o
resgatador causador. Ele agora tem ciência da minha presença. Maldição!
— O portão — sussurro em seu delicado ouvido e sou bombardeado pelo seu perfume
em minhas narinas e mente. Perco o equilíbrio. — Corra para o portão — reitero, mas no
fundo sei que não precisava repetir, pois já era isso o que ela tinha em mente.
Minha pequena humana não hesita e, mais rápida do que eu poderia imaginar, se esquiva
do algoz e está correndo em direção ao prédio. Ele fica para trás por um segundo, mas, no
instante seguinte, a sombra mortal dos dois cresce sobre ela. As pernas compridas deles
conferindo-lhes passadas muito maiores que as dela. Um deles joga seus braços no ar e tenta
agarrá-la, mas, ainda invisível, coloco um pé no seu caminho e ele se espatifa no chão. Escuto
quando pragueja alto, mas mal lhe dou atenção, estou focado no queixo do outro homem,
tentando unir todas as minhas débeis forças invisíveis para acertar-lhe um soco em cheio.
Consigo meu objetivo e intercepto seu avanço selvagem sobre ela. O estado de transe do
infeliz é tão forte que tenho a impressão de que seu corpo está possuído por um alucinógeno
potente. Mas sei que não está. Farejo sangue límpido correndo em seu organismo. Ainda
estou zonzo com a situação. O ataque deles é tão imediato, tão sem meio-termo, que chego a
me assustar. Em geral as mortes indiretas costumam ser lentas, para deleite, puro
divertimento do zirquiniano que a produz. Mas não é o caso aqui. O resgatador que os enviou
não pensa em perder tempo com diversões, a quer morta e ponto final. Pergunto-me por que
ele mesmo não veio eliminá-la? Seria tão fácil...
Fico tão desorientado com o que acontece bem diante dos meus olhos que perco um
instante crucial da luta. Quando dou por mim, escuto um berro e vejo a humana se contorcer
pela grade do portão de ferro vazado. Foi tudo rápido demais. Ela conseguiu chegar ao prédio,
mas um dos homens alcançou sua echarpe e, por entre as grades de ferro do portão,
começou a sufocá-la, espremendo seu delicado pescoço com força absurda. Os berros da
coitada se transformam em gemidos de dor. Ela engasga, mas ainda luta, tentando rasgar o
pano com as próprias unhas, procurando se livrar dele de todas as formas. Sua energia está
em rápido declínio. Atordoado, coloco-me atrás do sujeito, socando-o repetidamente, mas
pouca diferença faz. O homem está tão concentrado que meus fracos golpes invisíveis não lhe
causam qualquer desconforto. Entro em pânico quando o comparsa vem em seu auxílio e
agora os dois estão unindo forças, retorcendo a echarpe e a estrangulando sem compaixão.
Vejo as pequeninas mãos da humana perdendo a luta. Vejo-a perdendo o ar e noto quando
seu delicado rosto adquire um aspecto arroxeado e seus lábios se ressecam. Sua energia
começa a falhar. Se eu não agir agora, vou perdê-la para sempre. Sei que ela não vai suportar
muito mais.
Meu cérebro está a mil por hora. Em uma fração de segundo vejo o meu mundo, as
minhas crenças e a minha existência desmoronarem como um castelo de areia lambido por
uma onda do mar. Frágeis. Falsos. Aperto os olhos e os dias de glória como resgatador e os
sete anos de aprofundamento espiritual desintegram bem à minha frente. Tudo sem propósito.
Pela primeira vez em minha existência, tenho vergonha de ser o que sou e de estar invisível.
Acho-me verdadeiramente um espectro assombrado e questiono minhas verdades. Minhas
certezas nada mais são do que grandes farsas maquiadas.
— NÃO! — trovejo e, em seguida, quebro a última regra: materializo-me na frente dos
três. Sem perder tempo, seguro a cabeça de um deles e a bato com violência contra a grade
de ferro. Assusto-me com a minha ira desmedida. O golpe é tão forte que o sujeito desmaia
instantaneamente. O segundo homem hesita. Parece decidir entre continuar o assassinato ou
defender a própria vida. Abro um sorriso mortal quando noto que ele opta por continuar sua
ação. O resgatador que o comanda está realmente desesperado em aniquilar aquela humana.
Parto como um animal selvagem para cima dele e o atinjo com uma sequência de socos.
Escuto o corpo da humana cair do outro lado das grades. Escuto sua respiração asmática e
sinto sua energia tornar a crescer. Sou tomado por uma sensação de alívio que nunca antes
tive a oportunidade de experimentar. Graças a Tyron! Ela está bem! Torno a olhar para o
infeliz à minha frente, mas estou cego e não enxergo nada a não ser ira. Continuo esmurrando
o humano sem parar. Vejo seu sangue escorrendo entre meus dedos e seu rosto começar a
deformar sob a ação dos meus golpes.
— Apareça, covarde! — grito para o ar gelado da madrugada. Minha voz ecoa na rua
deserta. Quero que o resgatador responsável por aquilo mostre a cara, mas é covarde demais
para tanto. Ele sabe que eu me ferrei, que logo o Grande Conselho vai ler a mente dos
humanos envolvidos e descobrir o que eu fiz. A não ser que...
— Acabe logo com eles! É só questão de tempo! — ouço a voz dela. Está rouca e
assustada.
Ela diz em voz alta o que eu já havia cogitado, mas que não quis admitir para mim
mesmo: ambos têm a marca negra em sua aura, a confirmação de que seus dias estão
contados e que morrerão em breve. Assim como ela...
— Rápido! Antes que apareça alguém — torna ela a comandar e, apesar de saber que é
o mais lógico a fazer no momento, hesito. Há sete anos não mato nenhum humano. Se quero
permanecer vivo, não tenho outra opção. Inspiro profundamente e então eu o faço com
maestria: elimino os dois com um simples quebrar de pescoço. Tento refrear o prazer que
sinto na ação, como se fosse um viciado que acredita estar curado até o momento em que
coloca a droga novamente em suas mãos.
— Como você...? — começo a perguntar, mas não tenho tempo de ir adiante. Ela segura
meu braço e me puxa para uma corrida. Eu a acompanho ainda mais satisfeito e encantado.
Ela é uma receptiva! E das boas!
Corremos mais três quarteirões de mãos dadas e, mesmo sem dizer uma palavra
sequer, nunca me senti tão vivo, tão em sincronia com o universo, como se já a conhecesse há
anos, como se tudo aquilo fizesse parte de um plano perfeito, irretocável. Ela para em frente a
um prédio antigo e olha para mim.
— Foi ele quem te enviou para me proteger? — e antes que eu pudesse perguntar a
quem se referia, ela se adiantou: — Você se materializou para me salvar?
— E-eu, eu... — a voz custa a sair e, quando o faz, novamente está estranha e fraca.
Céus! Por que fico tão atordoado perto dela?
Ela balança a cabeça positivamente e, em seguida, expõe um sorriso repleto de malícia.
— Vem cá — ela gesticula com o indicador e comanda com candura. Não contesto. Sou
um metro e noventa de puro atordoamento e emoção. Sinto-me patético, mas absurdamente
satisfeito com aquele pedido. Não sei que sentimento é esse, mas estou pegando fogo, mais
acordado do que quando massageiam a minha vaidade. Aproximo-me lentamente. Deveria ter
medo dela? Ela está planejando algum golpe?, indaga minha consciência sempre atenta e,
por via das dúvidas, deixo minhas mãos em estado de alerta ao lado do corpo. — Mais perto
— pede ela com voz melosa. Então nossos rostos ficam frente a frente e seus olhos negros e
impenetráveis estudam os meus receosos olhos azuis.
— O que você quer? — pergunto finalmente e minha voz sai mais abafada e rouca do
que de costume. Sinto o perigo à espreita. Estou ficando agoniado demais e sei que cada
segundo olhando para ela me afasta do meu caminho de volta. Estou irremediavelmente
perdido.
— Agradecer — responde e, antes que eu diga qualquer coisa, ela joga seus braços ao
redor do meu pescoço e encosta sua boca na minha. Paro de respirar e arregalo os olhos. Um
beijo! Eu estava recebendo um beijo humano! Minha reação inicial é jogar meu corpo para
trás, mas é tarde demais. Quando sua língua afasta meus lábios sem resistência e encontra a
minha, sinto meu corpo estremecer no lugar. A velocidade com que a minha língua a aceita e o
prazer com aquele toque é tão arrebatador que acho que vou explodir ali mesmo. Sinto meu
coração dar socos violentos na caixa torácica e outras partes do meu corpo acordar. Perco
todo o oxigênio dos pulmões. Vou sufocar de uma sensação maravilhosa, mas não quero que
acabe. Ela se afasta e ri de meu estado catatônico antes de desaparecer, fechando o portão
do seu prédio e me deixando em estado de torpor do lado de fora. Percebo que é a segunda
vez que ela faz isso comigo em uma mesma noite. Checo ao redor e não capto a essência do
resgatador. O covarde deve ter se mandado. Aliviado, afasto-me dali. Preciso pensar, mas no
lugar dos meus neurônios encontro apenas pó.
Só sei de uma coisa: estou ferrado.
Os minutos passam e, de repente, sinto seu cheiro impregnar minhas narinas. Ela está de
saída! Não há ninguém por perto de onde estou e então posso entrar no modo invisível. Ela
olha ao redor, certificando-se do ambiente à sua volta, enrola a echarpe no pescoço e começa
sua caminhada acelerada pela cidade deserta. Vou acompanhando seus passos e gosto de
ver que ela é rápida para uma humana de estatura tão pequena. Ela continua sua caminhada
veloz e me pego andando quase ao seu lado, admirando-a sofregamente. Vejo-a enrugar a
testa e fechar os olhos em alguns momentos e sua energia ficar inconstante. O que está
havendo? Ela aperta o passo. Há algo errado no ar. Posso captar. A madrugada ainda está
escura. Não há ruídos de motores de carros nem de conversas entre humanos. O silêncio é
tão forte que é possível escutar o ruído dos semáforos enquanto fazem as trocas das cores
do verde para o vermelho. Ela atravessa mais dois quarteirões e sua energia piora, vira uma
esquina e então tudo acontece muito rapidamente.
Vejo quando ela leva as mãos à barriga e força a respiração. Sua pele morena fica
repentinamente pálida como cera. Estremeço. Quero ajudá-la e sei que não posso me
materializar agora. Sinto duas novas forças crescendo em meu cérebro, que as processa
rapidamente e confirma: perigo! Identifico ao longe a silhueta de duas pessoas que, pelo porte
e odor, sei que se trata de humanos, e com propósitos mais que hostis, pressinto intenções
típicas da minha espécie. Há maldade no ar. Meu pulso dá novo salto quando capto a
presença de um resgatador por perto.
Céus! Ela foi descoberta!
Quero alertá-la, quero agarrá-la e levá-la para longe dali, mas também não posso. A
máxima que separa nossos povos: não tenho permissão para interferir no livre-arbítrio dos
humanos e, se o fizer, pagarei com a minha própria vida. Os homens a avistam e se
aproximam a passos rápidos, mas ela não percebe porque está curvada sobre o próprio
corpo. Observo os movimentos cada vez mais fortes de subir e descer do seu abdome, mas
não sai líquido algum de sua boca. Mas que droga! Ela parou para vomitar em uma hora
como essa? Sinto uma aflição enlouquecedora esquentar minhas veias. Tenho raiva de mim
mesmo por ter me permitido entrar em uma situação como essa e, ao mesmo tempo, ódio
avassalador por não poder retirá-la dali. Os homens se aproximam ainda mais. Ela finalmente
percebe e levanta a cabeça.
— Olá, princesa! Sozinha nessas bandas uma hora dessas? — começa um deles. O
outro a contorna lentamente. Estão fechando o cerco.
Identifico a energia assassina que os move, meus pulsos se fecham instintivamente e
enrijeço no lugar. Conheço-a de cor e salteado. Ela corre em minhas veias... Os homens
pretendem matá-la. Não eles, pobres marionetes com suas horas contadas, mas sim o
zirquiniano por detrás daquela ação em andamento. Covarde! Uma morte indireta para
aniquilar uma humana daquele tamanho? Gargalharia se minha ira não atingisse proporções
assustadoras. Nunca senti isso antes, mas poderia jurar que seria capaz de matar uma besta
com meus próprios dentes.
A humana não responde e vejo quando seus olhos vivos fazem uma rápida varredura do
lugar e estudam as possibilidades. Ela avista o portão semiaberto de um prédio situado alguns
metros à sua frente. Sua energia dá um pico. Ela é corajosa e ainda pretende lutar contra os
dois. Pela sua vida. Pelo milagre da existência abençoada que os humanos dão tão pouco
valor. Admirei-a profundamente naquela fração de segundo.
O sujeito que avança por trás a segura com violência. Sei que devo me manter alheio ao
que se desenrola à minha frente senão serei considerado cúmplice da ação. Não posso
interferir. Sou proibido de me materializar na frente dos humanos. Se desobedecer, sei que
não passarei incólume à varredura que o Grande Conselho fará no cérebro dos humanos
envolvidos. Pena de morte dolorosa e imediata. Pior: meu nome será gravado na pedra da
desgraça e humilhação. Não vou me envolver, murmuro repetidamente esse mantra que não é
bem aceito pelo meu cérebro desgovernado. Tenho ciência de que preciso sair dali e ir em
busca do resgatador que está por detrás daquela covardia em andamento, mas, se eu o fizer,
terei que deixá-la a sós com esses humanos em transe de morte, e quando voltar será tarde
demais. Para ela. Para a emoção que ela gera em mim. Não suportarei ver a cor viva de sua
face ser substituída pelo opaco esquálido, a assinatura cruel da minha espécie.
Dane-se! Eu vou ajudá-la! Tenho que arrumar um meio!
Minha força cai absurdamente em modo invisível, mas, ainda assim, manejo acertar um
golpe no braço do sujeito que a imobilizou. Ele leva um susto, puxa o braço para si e a solta
por um momento. Quando uso minha energia para defendê-la e o ataco, sei que quebro
momentaneamente a corrente magnética que o une ao seu orientador. Acabo de acionar o
resgatador causador. Ele agora tem ciência da minha presença. Maldição!
— O portão — sussurro em seu delicado ouvido e sou bombardeado pelo seu perfume
em minhas narinas e mente. Perco o equilíbrio. — Corra para o portão — reitero, mas no
fundo sei que não precisava repetir, pois já era isso o que ela tinha em mente.
Minha pequena humana não hesita e, mais rápida do que eu poderia imaginar, se esquiva
do algoz e está correndo em direção ao prédio. Ele fica para trás por um segundo, mas, no
instante seguinte, a sombra mortal dos dois cresce sobre ela. As pernas compridas deles
conferindo-lhes passadas muito maiores que as dela. Um deles joga seus braços no ar e tenta
agarrá-la, mas, ainda invisível, coloco um pé no seu caminho e ele se espatifa no chão. Escuto
quando pragueja alto, mas mal lhe dou atenção, estou focado no queixo do outro homem,
tentando unir todas as minhas débeis forças invisíveis para acertar-lhe um soco em cheio.
Consigo meu objetivo e intercepto seu avanço selvagem sobre ela. O estado de transe do
infeliz é tão forte que tenho a impressão de que seu corpo está possuído por um alucinógeno
potente. Mas sei que não está. Farejo sangue límpido correndo em seu organismo. Ainda
estou zonzo com a situação. O ataque deles é tão imediato, tão sem meio-termo, que chego a
me assustar. Em geral as mortes indiretas costumam ser lentas, para deleite, puro
divertimento do zirquiniano que a produz. Mas não é o caso aqui. O resgatador que os enviou
não pensa em perder tempo com diversões, a quer morta e ponto final. Pergunto-me por que
ele mesmo não veio eliminá-la? Seria tão fácil...
Fico tão desorientado com o que acontece bem diante dos meus olhos que perco um
instante crucial da luta. Quando dou por mim, escuto um berro e vejo a humana se contorcer
pela grade do portão de ferro vazado. Foi tudo rápido demais. Ela conseguiu chegar ao prédio,
mas um dos homens alcançou sua echarpe e, por entre as grades de ferro do portão,
começou a sufocá-la, espremendo seu delicado pescoço com força absurda. Os berros da
coitada se transformam em gemidos de dor. Ela engasga, mas ainda luta, tentando rasgar o
pano com as próprias unhas, procurando se livrar dele de todas as formas. Sua energia está
em rápido declínio. Atordoado, coloco-me atrás do sujeito, socando-o repetidamente, mas
pouca diferença faz. O homem está tão concentrado que meus fracos golpes invisíveis não lhe
causam qualquer desconforto. Entro em pânico quando o comparsa vem em seu auxílio e
agora os dois estão unindo forças, retorcendo a echarpe e a estrangulando sem compaixão.
Vejo as pequeninas mãos da humana perdendo a luta. Vejo-a perdendo o ar e noto quando
seu delicado rosto adquire um aspecto arroxeado e seus lábios se ressecam. Sua energia
começa a falhar. Se eu não agir agora, vou perdê-la para sempre. Sei que ela não vai suportar
muito mais.
Meu cérebro está a mil por hora. Em uma fração de segundo vejo o meu mundo, as
minhas crenças e a minha existência desmoronarem como um castelo de areia lambido por
uma onda do mar. Frágeis. Falsos. Aperto os olhos e os dias de glória como resgatador e os
sete anos de aprofundamento espiritual desintegram bem à minha frente. Tudo sem propósito.
Pela primeira vez em minha existência, tenho vergonha de ser o que sou e de estar invisível.
Acho-me verdadeiramente um espectro assombrado e questiono minhas verdades. Minhas
certezas nada mais são do que grandes farsas maquiadas.
— NÃO! — trovejo e, em seguida, quebro a última regra: materializo-me na frente dos
três. Sem perder tempo, seguro a cabeça de um deles e a bato com violência contra a grade
de ferro. Assusto-me com a minha ira desmedida. O golpe é tão forte que o sujeito desmaia
instantaneamente. O segundo homem hesita. Parece decidir entre continuar o assassinato ou
defender a própria vida. Abro um sorriso mortal quando noto que ele opta por continuar sua
ação. O resgatador que o comanda está realmente desesperado em aniquilar aquela humana.
Parto como um animal selvagem para cima dele e o atinjo com uma sequência de socos.
Escuto o corpo da humana cair do outro lado das grades. Escuto sua respiração asmática e
sinto sua energia tornar a crescer. Sou tomado por uma sensação de alívio que nunca antes
tive a oportunidade de experimentar. Graças a Tyron! Ela está bem! Torno a olhar para o
infeliz à minha frente, mas estou cego e não enxergo nada a não ser ira. Continuo esmurrando
o humano sem parar. Vejo seu sangue escorrendo entre meus dedos e seu rosto começar a
deformar sob a ação dos meus golpes.
— Apareça, covarde! — grito para o ar gelado da madrugada. Minha voz ecoa na rua
deserta. Quero que o resgatador responsável por aquilo mostre a cara, mas é covarde demais
para tanto. Ele sabe que eu me ferrei, que logo o Grande Conselho vai ler a mente dos
humanos envolvidos e descobrir o que eu fiz. A não ser que...
— Acabe logo com eles! É só questão de tempo! — ouço a voz dela. Está rouca e
assustada.
Ela diz em voz alta o que eu já havia cogitado, mas que não quis admitir para mim
mesmo: ambos têm a marca negra em sua aura, a confirmação de que seus dias estão
contados e que morrerão em breve. Assim como ela...
— Rápido! Antes que apareça alguém — torna ela a comandar e, apesar de saber que é
o mais lógico a fazer no momento, hesito. Há sete anos não mato nenhum humano. Se quero
permanecer vivo, não tenho outra opção. Inspiro profundamente e então eu o faço com
maestria: elimino os dois com um simples quebrar de pescoço. Tento refrear o prazer que
sinto na ação, como se fosse um viciado que acredita estar curado até o momento em que
coloca a droga novamente em suas mãos.
— Como você...? — começo a perguntar, mas não tenho tempo de ir adiante. Ela segura
meu braço e me puxa para uma corrida. Eu a acompanho ainda mais satisfeito e encantado.
Ela é uma receptiva! E das boas!
Corremos mais três quarteirões de mãos dadas e, mesmo sem dizer uma palavra
sequer, nunca me senti tão vivo, tão em sincronia com o universo, como se já a conhecesse há
anos, como se tudo aquilo fizesse parte de um plano perfeito, irretocável. Ela para em frente a
um prédio antigo e olha para mim.
— Foi ele quem te enviou para me proteger? — e antes que eu pudesse perguntar a
quem se referia, ela se adiantou: — Você se materializou para me salvar?
— E-eu, eu... — a voz custa a sair e, quando o faz, novamente está estranha e fraca.
Céus! Por que fico tão atordoado perto dela?
Ela balança a cabeça positivamente e, em seguida, expõe um sorriso repleto de malícia.
— Vem cá — ela gesticula com o indicador e comanda com candura. Não contesto. Sou
um metro e noventa de puro atordoamento e emoção. Sinto-me patético, mas absurdamente
satisfeito com aquele pedido. Não sei que sentimento é esse, mas estou pegando fogo, mais
acordado do que quando massageiam a minha vaidade. Aproximo-me lentamente. Deveria ter
medo dela? Ela está planejando algum golpe?, indaga minha consciência sempre atenta e,
por via das dúvidas, deixo minhas mãos em estado de alerta ao lado do corpo. — Mais perto
— pede ela com voz melosa. Então nossos rostos ficam frente a frente e seus olhos negros e
impenetráveis estudam os meus receosos olhos azuis.
— O que você quer? — pergunto finalmente e minha voz sai mais abafada e rouca do
que de costume. Sinto o perigo à espreita. Estou ficando agoniado demais e sei que cada
segundo olhando para ela me afasta do meu caminho de volta. Estou irremediavelmente
perdido.
— Agradecer — responde e, antes que eu diga qualquer coisa, ela joga seus braços ao
redor do meu pescoço e encosta sua boca na minha. Paro de respirar e arregalo os olhos. Um
beijo! Eu estava recebendo um beijo humano! Minha reação inicial é jogar meu corpo para
trás, mas é tarde demais. Quando sua língua afasta meus lábios sem resistência e encontra a
minha, sinto meu corpo estremecer no lugar. A velocidade com que a minha língua a aceita e o
prazer com aquele toque é tão arrebatador que acho que vou explodir ali mesmo. Sinto meu
coração dar socos violentos na caixa torácica e outras partes do meu corpo acordar. Perco
todo o oxigênio dos pulmões. Vou sufocar de uma sensação maravilhosa, mas não quero que
acabe. Ela se afasta e ri de meu estado catatônico antes de desaparecer, fechando o portão
do seu prédio e me deixando em estado de torpor do lado de fora. Percebo que é a segunda
vez que ela faz isso comigo em uma mesma noite. Checo ao redor e não capto a essência do
resgatador. O covarde deve ter se mandado. Aliviado, afasto-me dali. Preciso pensar, mas no
lugar dos meus neurônios encontro apenas pó.
Só sei de uma coisa: estou ferrado.
14 - Adeus às Armas: Parando o conflito - HE BET MEM
| ||
REFLEXÂO:
O conflito e a guerra entre as nações começam com o atrito entre indivíduos.
Uma nação em guerra é simplesmente o efeito da escuridão espiritual nascida da animosidade e intolerância entre os indivíduos que compõem a nação.
Enquanto irmãos ou amigos puderem encontrar razões para entrar em conflito uns com os outros, as nações inventarão motivos para travarem batalhas sangrentas.
Fomos levados a crer que nossas ações em relação aos outros não têm impacto sobre o mundo como um todo.
Errado!
Mais do que contribuir para o atual estado das coisas, cada interação transforma total e completamente o mundo!
Mas é difícil detectar esta remodelação global porque as ações de todas as outras pessoas também transformam o planeta a cada momento.
O estado do mundo é simplesmente o somatório total da interação humana.
Quando um número suficiente de pessoas tiver feito o esforço de encontrar o bem um no outro, as nações, de forma súbita e miraculosa, descobrirão meios de alcançar uma harmonia duradoura
AÇÂO:
Assim como a luz de uma lâmpada expulso escuridão de um quarto, o conflito em qualquer nível - seja entre pessoas discutido por uma vaga no estacionamento, seja entre nações discutindo por um campo de petróleo - é trazido ao final pacífico através da Luz deste Nome.
MEDITE NESTAS LETRAS E VOCALIZE: Mabá
AÇÃO: No dia da conexão com este anjo, diga NÃO para algo que
você sabe que lhe faz mal. Que seja somente um dia. Esteja certo
de que, em algum momento, o que lhe faz mal não mais fará parte
de sua vida.
|
Minutos de Sabedoria 158
Minutos de Sabedoria
158
Você já reparou que é um herói?O trabalho diário, as conduções difíceis, a luta constante, tudo isso forma de você um herói. Então, não desanime, porque os heróis superam as dificuldades com alegria. Jamais se irrite! Olhe para todos com bons olhos, procurando distribuir a coragem e alegria que habitam em você. Você é um herói, comporte-se como um herói!
Carlos Torres Pastorino
158
Você já reparou que é um herói?O trabalho diário, as conduções difíceis, a luta constante, tudo isso forma de você um herói. Então, não desanime, porque os heróis superam as dificuldades com alegria. Jamais se irrite! Olhe para todos com bons olhos, procurando distribuir a coragem e alegria que habitam em você. Você é um herói, comporte-se como um herói!
Carlos Torres Pastorino
Seicho-No-Ie do Brasil - Mensagem Diária
Seicho-No-Ie do Brasil - Mensagem Diária
É O ESPÍRITO DE GRATIDÃO QUE NOS CONDUZ À SALVAÇÃO DE DEUS.
Cultivando-se o espírito de gratidão, ocorre a cura de doenças. Não é só isso. O espírito de gratidão conduz também à prosperidade nos negócios. Se você conseguir manifestar o espírito de gratidão não somente em relação aos clientes e às mercadorias, mas também em relação aos antepassados, à esposa (ou ao marido) e aos filhos, seus negócios prosperarão naturalmente.
Oração do dia 4 Palavras para manifestar a força infinita.
Oração do dia 4
Palavras para manifestar a força infinita.
Neste momento, abro os olhos da mente e tomo consciência da natureza divina de minha alma; conscientizo que estou em perfeita união com Deus, Pai de todos. Deus está presente em tudo e em todos, está no âmago de meu ser. Por ter despertado para esta verdade sublime, posso exigir o que é melhor para mim. Já não recorro à força dos outros, pois sei que Deus é força suprema, e conscientizo que essa imensa força está alojada em mim. Embora eu não esteja ainda manifestando essa força em todos os aspectos, sei que a possuo. Gradativamente vou manifestando a força de Deus que existe dentro de mim. Sou um com a vida infinita; sou um com a Sabedoria infinita; sou um com o amor infinito. Possuo todos os atributos de Deus-Pai. Orgulho-me por minha alma não sofrer tolhimento de espécie alguma. Tendo a convicção de que sou um com Deus-Pai, minha alma está em paz. Ao perceber que ainda existe em minha mente algum pensamento que possa romper a união com Deus-Pai, afasto de uma vez por todas tal pensamento. Sou um com aquele que é próprio Bem. Sou um com Deus-Pai. Agradeço a ele por fazer com que minha alma tenha real consciência disso.
quinta-feira, 3 de maio de 2018
3º Dia do Mês
3º Dia do Mês
1. No 3º dia concentrar-se uma planta de sua escolha. A planta pode ser física - tal como
ele existe no mundo exterior. Neste caso. durante o período de concentração você
pode apenas olhar para a planta. Ou você pode imaginar a planta mentalmente e, em
seguida, concentrar-se na forma da planta visualizada.
Este exercício de concentração emprega o método de espelhamento. Sua importância
reside no fato de que, enquanto você se concentrar na planta escolhida, você imagina
como o resultado desejado está se formando na luz da planta, que é refletida de
volta. Melhor dizendo, você vai vê-lo realmente na sua frente, você realmente vai
construí-lo à frente de si mesmo. Um evento que é construído com a ajuda deste
exercício torna-se harmonioso. O fato de que a planta já existe harmoniosamente no
mundo também é útil para este processo.
2. Dígitos para Concentração
*Concentre-se intensamente na sequência de sete números: 5142587
*Concentre-se intensamente na sequência de nove números: 421954321
3. Olhe para a realidade ao seu redor e você verá que existem muitos mundos. Escolha o
mundo que você precisa. Passe a este mundo e expanda-o. Olhe para este mundo com
os olhos do observador. Aproxime-se, coloque suas mãos sobre ele, e sinta o calor que
ele emite. Traga o mundo perto de si e olhe para o seu Criador. Ouça o que ele diz a
você e quais os conselhos que ele tem para você. Você pode comparar o
conhecimento dele com o seu conhecimento e assim ganhar a entrada no reino para
além do tempo e do espaço.
1. No 3º dia concentrar-se uma planta de sua escolha. A planta pode ser física - tal como
ele existe no mundo exterior. Neste caso. durante o período de concentração você
pode apenas olhar para a planta. Ou você pode imaginar a planta mentalmente e, em
seguida, concentrar-se na forma da planta visualizada.
Este exercício de concentração emprega o método de espelhamento. Sua importância
reside no fato de que, enquanto você se concentrar na planta escolhida, você imagina
como o resultado desejado está se formando na luz da planta, que é refletida de
volta. Melhor dizendo, você vai vê-lo realmente na sua frente, você realmente vai
construí-lo à frente de si mesmo. Um evento que é construído com a ajuda deste
exercício torna-se harmonioso. O fato de que a planta já existe harmoniosamente no
mundo também é útil para este processo.
2. Dígitos para Concentração
*Concentre-se intensamente na sequência de sete números: 5142587
*Concentre-se intensamente na sequência de nove números: 421954321
3. Olhe para a realidade ao seu redor e você verá que existem muitos mundos. Escolha o
mundo que você precisa. Passe a este mundo e expanda-o. Olhe para este mundo com
os olhos do observador. Aproxime-se, coloque suas mãos sobre ele, e sinta o calor que
ele emite. Traga o mundo perto de si e olhe para o seu Criador. Ouça o que ele diz a
você e quais os conselhos que ele tem para você. Você pode comparar o
conhecimento dele com o seu conhecimento e assim ganhar a entrada no reino para
além do tempo e do espaço.
98 *- Louise Hay afirmações
Nunca estará livre da amargura enquanto continuar a ter
pensamentos de rancor. Como é que poderá ser feliz se continuar
a escolher guardar raiva e ressentimento?
Pensamentos amargos não criam alegria. Não importa o quão possa
achar que tem razões para a mágoa, não importa a dor e o dano
que os outros lhe causaram. Se insistir em ficar preso ao
passado, nunca será livre.
Perdoar-se a si mesmo e aos outros libertá-lo-á da prisão do
passado.
Você tem o poder de fazer essa escolha. Pode escolher permanecer
prisioneiro e ressentido, ou pode fazer um favor a si mesmo
perdoando o que aconteceu no passado, desapegando-se, e passando
a criar uma vida de alegria e realizações.
Você tem a liberdade de fazer da sua vida o que quiser, porque
tem a liberdade de escolha.
98- “O meu coração abre-se para o perdão. Através do perdão
alcanço o amor.”
CAPÍTULO 6 - nao fuja
CAPÍTULO 6
Não colocava os pés na segunda dimensão havia vários anos. Um arrepio estranho
avança pelo meu corpo quando me deparo com um novo mundo à minha frente. Chacoalho a
cabeça e não dou atenção àquele primeiro sinal. Algo havia mudado de fato, mas não eram os
humanos. O novo mundo era eu! Eu me sentia diferente! Era tecnicamente a primeira vez que
entrava na segunda dimensão sem estar na pele de um resgatador de vidas e, pela primeira
vez na minha existência, minha missão era apenas observar e não matar. Tive que controlar
meus nervos e dominar meu impulso selvagem à força. Eu ainda podia sentir o guerreiro dentro
de mim vibrar alucinadamente. Ele era forte demais e ainda queria lutar, precisava matar.
Foco, Ismael!
Tornei a tragar o ar. Precisava me manter calmo e atento. Por que me sentia tão tenso
assim? Meu mestre deve ter se enganado. Talvez aquela missão não fosse para mim...
Mas ele nunca se enganou!
Sertolin disse que eu, somente eu, estaria apto a identificar a tal força poderosa e em
expansão. Mas não foi capaz de me fornecer nenhuma outra pista. Deu-me uma noção de
localização e só. Teria que fazer o trabalho de olhos fechados, procurar às cegas, baseandome
apenas no primitivo instinto que ele jurou que eu possuía.
Não imagino que droga de instinto é esse, raios! Na certa vou ficar vagando por essa
dimensão até morrer de velhice!
#
Duas semanas desde que coloquei os pés nessa estranha dimensão e sinto-me mais
perdido do que nunca. Há momentos em que tenho certeza de que estou cada vez mais
próximo da tal força poderosa, noutros duvido da minha sanidade mental. Acho que estou
enlouquecendo. Essa dimensão tem muitas facetas e todas elas são carregadas de
duplicidade. Os humanos são mais que imprevisíveis, são surpreendentes e ainda mais
complexos que o mundo em que estão aprisionados. Sinto o pilar da minha concentração, a
capa da serenidade que desenvolvi durante os anos de aprendizado entre os senhores do
Grande Conselho descascando minuto após minuto que permaneço aqui, deixando aflorar
meus velhos instintos de guerreiro. Nego-me a aceitar que esteja perdendo a batalha para
meus nervos. Estou agitado, um misto de agonia e ansiedade se desenvolve em meu peito,
como o espírito de um soldado instantes antes de entrar na batalha final. Preciso que esse
flagelo, essa tortura interna, acabe logo. Sei que não conseguirei aguentar muito tempo mais
nestas condições e não posso voltar a Zyrk sem absolutamente nada, nenhuma pista sequer.
Preciso cumprir minha missão. Não posso falhar com Sertolin novamente. Levo as mãos ao
pescoço. Minha língua gruda no palato. Sinto minha boca rachada, seca. Só então me dou
conta de que não como ou bebo nada há mais de três dias. Preciso me hidratar com urgência!
Não trago dinheiro humano comigo e resolvo ficar invisível para alcançar meu objetivo. Vejo
uma lanchonete na esquina, a uns cem metros de onde estou e, aproveitando-me de que a
porta está aberta a despeito do frio, entro e furto uma garrafa de água do balcão próximo à
entrada. Viro seu conteúdo de uma única vez, mas começo a perceber que não era sede a
sensação estranha que avançava sobre meu corpo. Por Tyron! O que está havendo comigo?
Escuto a porta bater e tenho vontade de berrar um palavrão. O murmurinho das pessoas
sentadas nas mesinhas arranham meus ouvidos, como o som de milhares de insetos
repugnantes. Claro! Como não percebi isso antes? Não sou eu que estou perdendo a razão,
são eles que estão me enlouquecendo! Quero sair dali o mais rápido possível e agora terei de
esperar. Preciso de ar. Necessito meditar em um lugar calmo e sem a presença de nenhum
humano por perto. Colocar em prática os ensinamentos de autocontrole da mente que aprendi
em Sânsalun. Tento abrandar minha pulsação. São em momentos como esse que gostaria de
ser um fantasma, atravessar aquela porta de entrada e desaparecer. Mas não posso. Como
também não posso aparecer ou desaparecer na frente dos humanos. É terminantemente
contra as normas do Grande Conselho. Os poucos zirquinianos que ousaram fazer isso
pagaram com a vida e tenho muita estima pela minha para me prestar a uma besteira desse
porte. Dessa maneira, preciso continuar respirando e aguardar o momento ideal para sair
daqui. Nunca gostei de ficar muito tempo próximo aos humanos, mas por alguma razão estou
mais aflito que o normal. Fico ao lado da maldita porta que agora resolve não abrir. Cinco
minutos de espera. Dez. Vinte. Tento me acalmar e, pelo vidro da janela, admiro o Empire
States e conto os segundos enquanto observo os flocos de neve rodopiarem no ar. A
temperatura caiu bastante. Os fracos humanos não a toleram e o número de pessoas
caminhando pela calçada é nulo. Começo a achar que terei de esperar uma eternidade quando
escuto pisadas rápidas e estaladas, típicas dos sapatos com saltos que as mulheres humanas
costumam utilizar. Alguém se aproxima em uma corrida. Escuto a respiração entrecortada do
lado de fora e vejo a maçaneta da porta girar. Ótimo! Minha chance de sair daqui! No instante
seguinte, uma bela humana empurra a porta de madeira e entra acelerada na lanchonete. Ela
não a abre totalmente, de forma que tenho que me espremer entre seu corpo e o umbral da
porta para conseguir sair. A humana de repente resolve sacudir a neve dos longos cabelos
negros e esbarra em mim.
Um toque.
Um único toque.
Um simples contato e alguma coisa muda dentro de mim naquela mínima fração de
segundo.
Tudo acontece tão rapidamente que o chão é varrido dos meus pés com velocidade
absurda e me sinto caindo em um abismo, sem ter onde me agarrar. Sei que ela não pode me
ver, mas tenho certeza de que ela conseguiu me sentir porque seus olhos negros e vívidos,
como duas jabuticabas cintilantes, elevam-se em minha direção. Seu movimento de cabeça
não deixa dúvidas. Ela é baixa e inclina o corpo para trás. Típica reação daqueles que lidam
com os meus quase um metro e noventa de altura. Por que olharia para cima se não fosse
capaz de captar minha energia? Sei que estou invisível, mas tenho a sensação de que ela
pode ver através de mim. Sinto-me nu de corpo e alma. Congelo no lugar e sei que esse foi
meu primeiro erro. Deveria ter-lhe dados as costas e ido embora imediatamente. Um bom
guerreiro sabe o momento em que precisa recuar para recuperar suas forças e tornar a atacar
em outra ocasião. Trinco os dentes. Não sou mais um bom guerreiro e a certeza disso, por
mais dolorosa que seria em qualquer outra ocasião de minha existência, afeta-me de forma
estranha agora. No lugar onde deveria haver decepção, dor e tristeza, acabo encontrando a
dúvida e a excitação. Quero continuar a olhar para ela. Seu rosto lindo, suas bochechas
rosadas pelo frio, sua aura de felicidade. Fico tão atordoado com a sua presença que não me
dou conta de que estou bloqueando a passagem e que, caso alguém resolva passar por ali,
acabaria trombando comigo. Devo seguir as normas e ser imperceptível aos humanos. É
assim que deve ser. A humana enxuga o rosto e ajeita o sobretudo bege no corpo. Há uma
graciosidade incrível em todos os seus movimentos, uma energia inexplicável a envolve.
É ela! A força poderosa e em expansão vem dela!
Levo as mãos à cabeça e saio como um foguete dali.
#
Preciso saber um pouco mais sobre essa humana, sobre essa energia que carrega e que
cresce a cada momento. Quero compreendê-la antes de aniquilá-la. Posso adiar sua partida
em um ou dois dias, não fará diferença alguma. Estudioso como é, fico imaginando a
satisfação do meu líder quando ficar a par desse caso extraordinário, das descobertas que
obtive. Sinto um bem-estar incrível com essa nova decisão e sou tomado por minha antiga
amiga: a vaidade. Fui um guerreiro vaidoso de corpo e alma no passado e, se não fossem
pelos anos de aprofundamento espiritual, se não fosse por Sertolin, ainda seria tomado pelas
amarras da arrogância e orgulho.
Estou em modo visível e, do outro lado da calçada, vejo quando ela abre as portas de
vidro do grande arranha-céu de onde homens de terno entram e saem o tempo todo. Fica
algum tempo ali, sentindo prazerosamente o vento roçar seu rosto delicado até resolver
começar sua caminhada em direção ao norte. Ela é morena clara e tem baixa estatura. Está
trajando uma blusa de seda vermelha justa com um avantajado decote no colo, uma saia preta
também justa termina acima de seus joelhos e equilibra-se com graciosidade em sapatos de
saltos altos pretos e brilhosos. Sua panturrilha bem definida chama minha atenção mais do que
o necessário. Chacoalho a cabeça e me forço a focar no objetivo que me trouxe ali: estudar a
força nela e não ela.
Uma rajada de vento. Ela parece gostar muito da sensação do vento em seu rosto,
porque estanca o passo de repente e novamente se delicia com o momento. A echarpe
escorrega sedutoramente pelos seus ombros e cai na calçada. A humana vira-se para trás.
Não tenho chance de me esconder e a possibilidade de ficar invisível com tantas pessoas por
perto é descartada de imediato. Sem opção, congelo poucos metros atrás dela. Outra lufada
de vento faz alguns fios dos seus volumosos cabelos negros dançarem no ar e pousarem em
seus lábios vermelhos como sangue. Ela nota a minha presença e eleva os olhos negros na
minha direção. Como da outra vez. Só que não estou invisível agora. Fico preso em seu olhar.
Sinto o mal presente nela, uma vibração de ondas ruins. Mas também vejo a luz ofuscante que
irradia de seus olhos, única, tão absurdamente límpida e penetrante. Diferente de tudo que já
vi ou senti na minha existência e...
Céus! Estou sendo enganado? Virei um joguete? Mas nas mãos de quem? Por quê?
Encontro-me perdido em um atordoante truque de ilusão. Não consigo mais diferenciar o bem
do mal... Tudo leva a crer que essa mulher está sob a possessão de uma força maligna
poderosíssima. Claro! Esse chamado da carne, essa atração avassaladora que sinto pelo
corpo dela só pode ser algum feitiço de Malazar. Aproximo-me ainda mais. Ela não recua. Não
posso sucumbir. Preciso matá-la!
Então cometo o erro de número dois.
Minhas mãos rompem a barreira de energia estranha que protege a humana e tocam em
seu abdômen. Apenas tocam e mais nada porque, no instante seguinte, a mulher sorri para
mim. Foi ali, naquele ínfimo segundo, que tive a certeza de que estava perdido de vez, que
entrara em um caminho sem volta. O sorriso mais lindo e hipnotizante do mundo me prendia
em uma teia sedutora e mortal. Minhas mãos tremem, hesitam e paralisam sobre seu ventre
ao mirar o cintilar do batom vermelho em seus lábios tentadores, seu rosto perfeito. Meu pulso
dá outro salto quando algo estremece dentro dela. Perco o controle do meu corpo. Acho que
vou ter uma síncope. Não é normal o coração bater tão forte assim dentro do peito.
De repente a humana morde o lábio inferior, e, sem mais nem menos, dá-me as costas e
entra em um lugar abarrotado de gente e música alta.
Merda! O que foi que eu fiz?
#
Fico ali, paralisado em meio aos borrões de pessoas que pipocam como flashes à minha
volta. Não me reconheço. Não compreendo minhas reações. Começo a duvidar de que serei
capaz de colocar o plano em ação, de que conseguirei estudá-la sem antes sucumbir e ser
hipnotizado por essa força magnética que pulsa através de sua pele. Há alguma coisa
diferente nela, posso sentir. Mas também há algo excepcional em seu organismo, bom demais
para ser destruído sem entendimento... Pressinto que é melhor esperar. Ela venceu a batalha
de hoje, mas a guerra prossegue e é só questão de me preparar melhor. Devo recuar para
tornar a contra-atacar. Tornarei a procurá-la amanhã, asseguro a mim mesmo, e tento sair
dali.
Mas minhas pernas não se mexem. Quero ir atrás dela. E agora!
Transito invisível pela multidão que se aglomera na porta de entrada. Empurro pessoas
no meu caminho até o banheiro (o lugar onde pretendo me materializar) e ninguém reclama dos
meus empurrões tamanha a confusão de pessoas dançando, rindo e berrando para conseguir
se fazer entender em meio àquela música que martela os tímpanos com violência. Que povo
estranho! Como os humanos sentem prazer nisso?
Saio do banheiro poucos segundos depois e agora a situação é bem diferente. Tento
refrear o prazer demoníaco que me toma quando quase todos os rostos femininos giram na
minha direção. Os anos de reclusão me fizeram esquecer esta agradável sensação que
somente o poder é capaz de gerar. A vaidade me envolve em seus braços e me deixo embalar
por ela. Gosto dela. Chacoalho a cabeça, arrependido de tal pensamento. Sertolin ficaria
decepcionadíssimo comigo se soubesse. Apesar de negar veementemente, sei que ele
sempre teve medo desta minha faceta sombria. Respiro fundo e concentro minhas forças.
Preciso me manter humilde. Tenho de me manter focado.
Localizo a morena sentada junto com as amigas em um sofá mais ao fundo daquele lugar
claustrofóbico. A nuvem de fumaça produzida pela queima do tabaco e as luzes coloridas que
piscam incessantemente fazem meus olhos arder. A quantidade de pessoas dançando e se
esbarrando naquele ínfimo ambiente é absurda. Podia jurar que um clã inteiro encontra-se
dentro do cubículo escuro que os humanos chamam de pub-danceteria, ou coisa parecida. No
passado achava esse tipo de lugar perfeito para realizar minhas buscas. Os humanos adoram
encher a cara de bebidas alcoólicas assim que colocam os pés nesses locais. O álcool...
Sempre esse maldito desde os primórdios... Nunca o experimentei e ainda assim tenho
repulsa por uma bebida que seja capaz de arruinar o discernimento de um guerreiro, alterar a
racionalidade de quem ousar enfrentá-lo. Vejo quão sábia foi a decisão do Grande Conselho
em proibi-lo na minha dimensão. Fico enojado com a forma vulgar que as mulheres em seu
poder se comportam, como me olham ou vêm falar comigo. Sinto asco em acompanhar o veloz
declínio moral dos humanos que o consomem, e diria que tenho até prazer em acabar com a
vida de uma pessoa que não foi capaz de dar valor aos seus preciosos reflexos e,
principalmente, ao seu instinto de sobrevivência, o tênue fio de energia que os une a essa
dimensão. Facílimo de entrar em suas psiques, mais fácil ainda eliminá-los com um simples
sopro...
Pisco e torno a olhar para ela. A morena está com uma bebida nas mãos, mas não a vejo
beber em momento algum. Suas amigas continuam conversando muito, gargalhando e, para
variar, sorrindo para outros homens. A pequena humana de cabelos negros parece
incomodada com alguma coisa. Com frequência ela gira o rosto em várias direções, como se
procurasse por algo ou alguém... Seria ela capaz de me sentir ali? Seria um caso raro de
percepção de que tanto ouço falar? Ela era uma receptiva?
Mesmo à distância é impossível não ficar hipnotizado por sua energia pulsante, pelo odor
distinto que exala de sua pele, tão inebriante e diferente de todos que já me deparei, seus
trejeitos ao falar, a forma como mexe os lábios grossos e arruma os cabelos, seu colo
desnudo... Céus, Ismael! O que está havendo contigo, homem?
Alguns machos se aproximam da mesa onde ela está com as amigas, e em geral é para
ela que direcionam sua testosterona envolta em uma capa daquele odor forte que aprendi a
reconhecer como feromônio. Eles oferecem ou pedem alguma coisa, não sei dizer o que, mas
saem de lá com apenas um mero cumprimento de cabeça. Não compreendo minha reação,
mas fico satisfeito com a recusa dela, realmente satisfeito. Isso não está certo, não mesmo. A
forma como sou sugado para seu campo gravitacional, a forma como ela me seduz, essa
energia não é normal, ela não pode ser humana... Preciso ir embora! Amanhã continuarei
meus estudos e...
Sinto uma alteração em sua energia. Vejo quando ela aceita o convite de um humano e
se dirige para a pista de dança abarrotada de gente. Travo no lugar. Simplesmente travo. Uma
cola potente me adere ao chão e não consigo sair de onde estou. Nenhuma parte do meu
corpo responde ao chamado acalorado de minha mente. Meu pescoço movimenta-se por
conta própria e guia meus olhos mais abertos do que nunca. Eles vigiam cada movimento dela
com avidez doentia. Vá embora daqui, Ismael!, grita a voz em meu crânio, a companheira e
sensata voz que sempre me guiou durante minha existência. Não a obedeço. Estou
hipnotizado. A humana move-se com graciosidade, seus cabelos negros, como a crina de um
corcel, fazem todos os pelos da minha pele eriçar e minha boca secar. Céus! O que está
acontecendo comigo? Preciso sair dali e procurar ar fresco. Pressinto que vou asfixiar a
qualquer instante. Começo a suar em abundância e, atordoado, avanço como um louco sobre
a bandeja de um garçom, pego os dois copos que se encontram sobre ela e despejo seu
conteúdo boca adentro. A bebida tem cheiro bom, mas é amarga e queima a garganta.
Arrependo-me de imediato e xingo alto. Ninguém me ouve. Mas, para minha surpresa, após
algumas piscadas, sinto uma melhora quase que imediata em minha estranha sede. Torno a
procurar por ela na pista de dança e a vejo sorrindo para o humano que a acompanha, as
mãos do sujeito passeando pelas costas dela no ritmo daquela música enlouquecedora.
Instantaneamente sou tomado por uma sensação ruim. Não a reconheço. Há uma camada de
cólera sobre ela, mas não se trata de uma cólera habitual, não se trata de nenhum dos
habituais vis sentimentos zirquinianos, como raiva, inveja, cobiça, entre outros. Simplesmente
não consigo identificar o que é. Nunca o experimentei em meus treinamentos com Sertolin, mas
tenho uma vontade insana de estrangular o pescoço daquele humano, como se fosse o meu
mais antigo inimigo. Num piscar de olhos o pobre coitado acordaria no Vértice. Rio da minha
piada macabra.
Honro meu passado glorioso e não seria agora que faria uso de uma morte indireta para
aniquilar o pobre infeliz. Rio sarcasticamente de mim mesmo porque sei que, se eliminasse
algum humano fora da hora da sua partida, seria eu a ir diretamente para o Vértice. Torno a
respirar fundo quando percebo uma confusão se formar próximo aos dois. Uma habitual briga
entre humanos bêbados. Sete anos atrás eu teria gostado de presenciá-la. Divertia-me
verdadeiramente quando, no passado, eu os fazia de marionetes e os colocava para brigar
antes de resolver eliminá-los. Conferir alguma graça em sua despedida. Odiava partidas
monótonas. Mas a situação no momento não me gera qualquer contentamento. Sei que não há
perigo de morte no lugar. Não farejo nenhum dos meus por perto. Mas ainda assim estou
incomodado com o fato de que a humana possa acabar se ferindo. Não quero que a
distribuição de socos e pontapés a atinja de alguma forma. Está muito perto dela. Entorno
mais um copo cheio de outra bebida que se encontra sem dono no balcão às minhas costas.
Continua amarga e desagradável, mas não desce queimando como da vez anterior. Não posso
me envolver. Não vou me envolver. Ela que se cuide. Não escolheu ficar com aquele
paquiderme humano? Pois que ele a proteja. Preciso ir embora.
Pisco, mas meu piscar sai lento. Há um formigamento gostoso em minha pele e meus
pensamentos estão ligeiramente embaralhados. Então me dou conta: o álcool! Que raios!
Essa bebida macabra, essa praga está fazendo ninho em mim. Não posso permitir.
— Não! — Alguém berra.
Pisco novamente e escuto um estrondo, outros berros, e o grito histérico de uma mulher.
As cenas parecem em câmera lenta. Vejo um homem discutir aos brados e socar o adversário.
Este último está tão bêbado que, ao tentar revidar, seu golpe sai desengonçado e ele passa
direto, tropeça em uma mesa, derrubando-a e levando ao chão as pessoas e os copos de
vidro. Em seu impulso feroz e desorientado, avança sobre o acompanhante da minha humana,
que apenas pensa em livrar a própria pele e covardemente sai da linha de risco, deixando-a de
frente com o ataque do homem bêbado.
Asas surgem em minhas pernas porque estou praticamente voando no instante seguinte.
Em minha corrida meteórica em direção a ela, desvencilho-me de qualquer obstáculo no
caminho, empurrando cadeiras e pessoas com força descomunal. Percebo a energia encolher
abruptamente dentro dela e o medo expandir em sua essência. Vejo o homem bêbado
tropeçar nas próprias pernas e cair. Vejo a garrafa na mão do infeliz rodopiar no ar. Droga!
Estou quase lá, mas não vou conseguir chegar e... Atônito e sem parar de correr, observo
com satisfação quando a morena usa seu reflexo e joga seu lindo corpo para trás e se desvia
da garrafa que bate no chão ao seu lado e explode em milhares de pedaços. Por um
centésimo de segundo, fico orgulhoso em ver que ela tem reflexos rápidos para uma humana,
mas, no instante seguinte, vejo-a escorregar ao pisar em um caco de vidro, o traiçoeiro salto
do seu sapato torcer em um ângulo agudo e a humana desequilibrar, caindo de encontro às
lâminas de vidro. Dou um último impulso e, de qualquer jeito, jogo-me bem a tempo de segurar
seu corpo ainda no ar, a poucos centímetros do chão. Apavorada, ela finca as unhas em minha
pele e se agarra em mim como pode. No instante seguinte eu a coloco de pé e sua pequena
cabeça afunda em meu peitoral, a respiração rápida demais. Sua energia torna a expandir. Ela
se afasta para me olhar. Sinto-me bem ao perceber sua expressão de alívio e felicidade em
estar ali comigo. Sinto-me mais do que bem quando vejo o brilho da admiração refletir em seus
profundos olhos negros. Sou acordado do transe pelos aplausos efusivos das pessoas ao
redor. Nova onda de satisfação. Jamais poderia esperar uma atitude assim vinda da parte
deles. Meu peito estufa. Gosto de ser ovacionado. Sacudo novamente a cabeça. O que foi
que eu fiz? Eu devia ser invisível para eles e não ter virado um super-herói.
Ainda estou zonzo quando volto a mim. A bela humana está em meus braços e
desvencilho-me dela com rapidez. Apesar de não perceber qualquer alteração em suas
vibrações, não sei até que nível do meu contato ela suportaria antes que sua energia vital
começasse a ser drenada por mim. Sinto um calafrio na coluna quando me dou conta de que
sou a personificação da morte e acabo de salvar a vida de uma humana.
— Você está bem? — pergunto com uma preocupação que sei que é desnecessária,
mas, por alguma razão, preciso ouvir a resposta de sua boca.
— Sim. Graças a você — diz ela com a voz mais suave que já tive a oportunidade de me
deparar na vida. Todos os sons ao redor desaparecem.
— Bom — respondo e me calo. Perco o raciocínio. Faço papel de idiota. Estou tremendo
e amaldiçoo o álcool por me deixar naquele estado.
— Hmm — ela faz esse som com a boca quando fico em silêncio e não dou o menor sinal
de que falarei novamente. Não tenho controle sobre a minha voz também. — Nunca o vi por
aqui — ela se adianta. — É novo na cidade? Trabalha com o quê?
Por Tyron! De onde saiu aquela enxurrada de perguntas? Começo a tremer.
— Preciso ir — digo finalmente. Ela percebe o tremor em minhas mãos. O que não
imagina (e o que me nego a acreditar!) é que estou tremendo por estar ali com ela e não pela
situação que acabei de passar. Enfio minhas mãos no bolso, faço um gesto de despedida com
a cabeça e dou dois passos em direção à saída.
— Ei? — Sua delicada mão segura meu braço. Eu giro a cabeça sobre o ombro e a vejo
logo atrás de mim, uma expressão vívida e desejável em seu rosto lindo. — Posso ao menos
saber o nome do meu salvador?
“Salvador”? Ao ouvir essa palavra, reprimo um sorriso sarcástico. Meneio a cabeça
negativamente. Ela repuxa os lábios, não sei se está segurando um sorriso também, mas não
parece estar chateada com a minha reação. Ela me encara. Ela é forte. A atração que sinto
por ela dobra de tamanho. Sou um guerreiro e amo sangue guerreiro.
— O que você faz na vida? — pergunta com atrevimento. Pressinto que se não lhe
fornecer uma resposta qualquer, ela não vai me deixar em paz. Eu mato humanos! É o que
simplesmente tenho vontade de dizer, mas me calo. Coloco meu cérebro para funcionar e
tento pensar o mais rápido que posso. O álcool não ajuda muito.
— Eu... — titubeio. Não sou um medroso que se esconde atrás de mentiras. Não vou
mentir. — Trabalho com resgates... — Deixo as palavras soltas no ar, esperando que ela
acreditasse que eu era funcionário de banco ou que trabalhava na bolsa de ações.
— Entendi — ela pisca para mim e solta meu braço, como que me dando permissão para
sair. Quase rio da situação. Quase. — Resgates, né? Então você é o meu resgatador! —
afirma com alegria e me dá as costas.
Quase engasgo com suas palavras e fico plantado como um tonto no meio da pista
enquanto vejo sua cabecinha se afastar e desaparecer no meio de tantas outras.
44 - Amenizando o Julgamento: Desviando-se do bumerangue que você lançou - parar o julgamento contra você - HE LAMED YOD
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REFLEXÂO:
Apesar de não estarmos conscientes disto, qualquer comportamento negativo, mesmo se parecer pouco importante, coloca em ação forças destrutivas.
Toda vez que falamos de modo grosseiro ou rude, toda vez que enganamos, mentimos, roubamos, insultamos ou magoamos outras pessoas - Pop!- criamos uma força de julgamento.
Estas forças negativas são a causa invisível por trás de todas as coisas que simplesmente "calham" de dar errado em nossas vidas.
Pode levar minutos, meses ou mesmo anos, mas em algum ponto somos obrigados a enfrentar as conseqüências de nossas ações reativas.
Neste instante, enfrentamos obstáculos em nossas vidas por causa da força chamada julgamento.
Ela sobrevém a nós no mesmo nível em que impomos julgamento a outras pessoas.
A Cabala ensina, todavia, que nossas próprias palavras não podem ser usadas como acusações contra nós mesmos.
Não podemos fazer um julgamento sobre nós mesmos.
Por esta razão, a vida é organizada de forma inteligente, de modo que constantemente encontramos e fazemos amizade com pessoas que cometem erros e pecados semelhantes aos nossos.
Quando julgamos essas pessoas, neste mesmo instante, nosso próprio destino é selado.
Mas suponha que pudéssemos refrear o julgamento contra amigos, familiares e inimigos inocentes.
Se isto fosse possível, nunca se poderiam manifestar julgamentos contra nós.
AÇÂO:
Pela meditação sobre este Nome, e com a verdadeira contrição em seu coração, você diminui ou ate revoga julgamentos emitidos contra você.
Passe mais tempo oferecendo clemência e compaixão para as outras pessoas, para que, na mesma medida, estas qualidades misericordiosas retornem a você.
MEDITE NESTAS LETRAS E VOCALIZE: Iêlah
AÇÃO: No dia de conexão com este anjo evite julgar a você ou
qualquer outra pessoa. Sempre que uma crítica lhe vier a mente
permaneça em silêncio e não a expresse, de maneira nenhuma.
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Minutos de Sabedoria 31
Minutos de Sabedoria
31
Veja, na criança, o futuro da humanidade. Mantenha-se, por isso, solidário com os trabalhos que visem a beneficiá-las. Lembre-se de que cada criança poderia ser um filho querido de seu coração. Colabore na recuperação das crianças desajustadas, sobretudo mediante seu exemplo dignificante e nobre.
Carlos Torres Pastorino
Seicho-No-Ie do Brasil - Mensagem Diária
Seicho-No-Ie do Brasil - Mensagem Diária
O SER HUMANO É ESSENCIALMENTE PERFEITO, PLENO DE HARMONIA.
No mundo criado por Deus, não existem doenças nem sofrimentos. Na verdade, o ser humano é perfeito, pleno de harmonia, mas a sua perfeição ainda não está manifestada no plano físico. E a ação de “tentar manifestar a perfeição também no plano fenomênico” é que constitui a ocorrência de dores ou de sofrimentos.
Oração do dia 3 Mentalização para captar a admirável sabedoria de Kannon, a Deusa da Misericórdia.
Oração do dia 3
Mentalização para captar a admirável sabedoria de Kannon, a Deusa da Misericórdia.
Neste momento, contemplo este mundo em que vivo como sendo manifestação da admirável sabedoria de Kannon, a Deusa da misericórdia. As estrelas que cintilam no céu são os olhos da Deusa da misericórdia, que zela por mim. O vento que sussurra entre as copas das árvores, o murmúrio das águas dos riachos, esses e outros sons da natureza são palavras que a Deusa da Misericórdia usa para se comunicar comigo. Todas as forças da natureza manifestam-se para me vivificar. O mundo em que vivo não é um mundo desconhecido para mim. Eu compreendo este mundo, e ele me compreende. Por isso, nada tenho a temer. Neste momento, abasteço-me na fonte da força imanente no Universo. Estou em perfeita sintonia com todas as forças do Universo, e sigo por caminhos tranqüilos, orientado pelo amor e pela sabedoria do próprio Universo. Na Sutra Kannon está assim escrito: “Mesmo quando fores cercado por malfeitores prestes a te atacar brandindo as espadas, se mentalizares os poderes da Deusa da Misericórdia , brotará misericórdia no coração deles; mesmo que alguém tente envenenar-te, se mentalizares os poderes da Deusa da Misericórdia, o veneno se voltará contra essa pessoa; mesmo que sejas acuado por uma fera e te vires na iminência de ser atacado por suas terríveis garras, se mentalizares os poderes da Deusa da Misericórdia, a fera se afastará e rapidamente tomará outro rumo”. Deusa da Misericórdia é a sabedoria que purifica o Universo, e é a grande Misericórdia que protege todas as coisas do Universo. Como sigo ao lado dela, não deparo com nenhuma força que se oponha a mim. Com sua grande misericórdia, ela me ama, me orienta e me preenche com nova força vital. A sua admirável sabedoria está presente em todos os seres e em todos os seres e em todas as coisas. Por isso, tudo e todos neste mundo estão em perfeita harmonia. Agradeço a Deusa da Misericórdia.
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