quarta-feira, 1 de junho de 2022

Devocional dia e noite dia 01/06

01 de Junho
Manhã "(…) E foi a tarde e a manhã, o dia
primeiro" (Gn 1:5) Assim foi no início? Luz e
escuridão dividiram o reinado do tempo no primeiro
dia? Então, não é motivo de admiração se minhas
circunstâncias também mudarem do sol da
prosperidade para a noite da adversidade. O
resplandecente brilho do meio-dia não será
constante nas coisas concernentes a minha alma;
devo esperar períodos para lamentar a ausência das
minhas antigas alegrias, e buscar meu Amado
durante a noite. Também não estou sozinho, pois
todos os amados do Senhor tiveram que cantar a
mesclada melodia de juízo e misericórdia, de
julgamento e libertação, de luto e deleite. É um dos
arranjos da Divina Providência que dia e noite não
cessarão na criação natural ou espiritual até
chegarmos à terra da qual está escrito: "E ali não
haverá mais noite" (Ap 22:5). Aquilo que nosso Pai
celestial ordena é sábio e bom.
O que é para ti, então, minha alma, o melhor a
fazer? Aprenda primeiro a se contentar com essa
ordem divina e a estar disposta, tal como Jó, a
receber o mal da mão do Senhor, assim como o
bem. Em seguida, examine como tornar as saídas da
manhã e da tarde em alegria (Sl 65:8). Louvado seja
o Senhor pelo sol da alegria quando ele surge e pela
escuridão da noite quando ela cai. Há beleza tanto
no nascer como no pôr do sol; louve isso e
glorifique ao Senhor. Assim como o rouxinol,
derrame tuas notas em todas as horas. Acredite que
a noite é tão útil quanto o dia. Os orvalhos da graça
caem pesadamente na noite da tristeza. As estrelas
da promessa brilham gloriosamente em meio à
escuridão da dor. Continue tua tarefa sob todas as
circunstâncias. Se a palavra de ordem no teu dia foi
trabalho, à noite, troque o turno. Cada hora tem o
seu dever; continue na tua chamada como servo do
Senhor até Ele aparecer repentinamente em Sua
glória. Minha alma, tua noite de velhice e morte se
aproxima; não temas, pois isso é parte do dia, e o
Senhor disse: "O amado do Senhor habitará seguro
com ele; todo o dia o cobrirá" (Dt 33:12).


Noite "(…) e fará o seu deserto como o Éden (…)"
(Is 51:3) Segundo me parece, imagino um deserto
semelhante ao grande e terrível deserto do Saara.
Não percebo qualquer coisa nele para aliviar meus
olhos; estou completamente cansado com a visão da
areia quente e árida, repleta de dez mil branqueados
esqueletos de miseráveis seres humanos que
expiraram em angústia, tendo perdido seu caminho
nesse cruel lugar. Que visão terrível! Quão
horrorosa! Um mar de areia sem limites, sem um
único oásis, um triste cemitério para uma miserável
raça! Contudo, contemple e admire! Subitamente,
levantando-se da areia escaldante, vejo uma
plantação de renome (Ex 34:29); à medida que
crescem os botões, um botão se expande; é uma
rosa; ao seu lado, um lírio inclina sua modesta haste;
então, milagre dos milagres! conforme o perfume
dessas flores é difundido, o deserto se transforma
em um campo fértil e tudo ao seu redor floresce
sobremaneira; a glória do Líbano lhe é dada, a
excelência do Carmelo e Sarom (Is 35:2). Não o
chame de Saara, mas de Paraíso. Não fale mais dele
como o vale da sombra da morte, onde os
esqueletos jaziam branqueados ao sol; eis que a
ressurreição é proclamada e levantam-se os mortos,
um poderoso exército cheio de vida imortal. Jesus é
essa plantação de renome e Sua presença faz nova
todas as coisas, não sendo menos maravilhosa em
cada salvação individual. Naquela direção eu vejo
você, caro leitor, lançado fora, uma criança,
desatado em faixas, sujo, contaminado com seu
próprio sangue, deixado para ser alimento por
animais de rapina. Mas, eis, uma jóia foi jogada em
seu seio por uma divina mão e, por causa dela, você
tem recebido piedade e cuidado da providência de
Deus; você foi lavado e purificado de sua impureza;
você foi adotado na família celestial, o justo selo do
amor está em sua testa e o anel de fidelidade está em
sua mão; agora, você é um príncipe diante de Deus,
embora uma vez um órfão jogado fora. Ó, apreço
excessivamente incomparável, poder e graça que
transformam desertos em jardins, e faz o coração
estéril cantar de alegria.

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