segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Devocional dia e noite dia 16/09

16 de Setembro
Manhã "(…) participantes da natureza divina (…)"
(2Pe 1:4)
Ser participante da natureza divina não é,
logicamente, tornar-se Deus. Isso não pode
acontecer. A essência da Divindade não pode ser
participada pela criatura. Entre a criatura e o Criador
haverá sempre um abismo quanto à essência; no
entanto, tal como o primeiro homem, Adão, foi feito
à imagem de Deus, assim também nós, pela
regeneração do Espírito Santo, somos, em certo
sentido, divinos, feitos à imagem do Altíssimo e
participantes da natureza divina. Somos, pela graça,
feitos à semelhança de Deus. "Deus é amor", e nós
nos tornamos amor, pois "qualquer que ama é
nascido de Deus" (1Jo 4:9). Deus é verdade, e nós
nos tornarmos verdadeiros, e amamos Aquele que é
verdadeiro. Deus é bom, e Ele nos faz bons por Sua
graça, para que nos tornemos os puros de coração
que verão a Deus (Mt 5:8). Além disso, nós nos
tornamos participantes da natureza divina até mesmo
em um sentido maior do que esse; de fato, em um
sentido tão elevado quanto pode ser concebido, uma
pequena parte de nosso ser é absolutamente divina.
Porventura não nos tornamos membros do corpo da
divina pessoa de Cristo (Ef 5:30)? Sim, o mesmo
sangue que corre na cabeça flui na mão, e a mesma
vida que vivifica Cristo, vivifica Seu povo, "porque
já estais mortos, e a vossa vida está escondida com
Cristo em Deus" (Cl 3:3). Como se isso não
bastasse, estamos desposados com Cristo. Ele nos
prometeu a Si mesmo em justiça e fidelidade, e
aquele que se ajunta com o Senhor é um mesmo
espírito (1Co 6:17). Oh! mistério maravilhoso! Nós
o contemplamos, mas quem poderá entendê-lo? Um
com Jesus; somos um com Ele; um ramo na videira
não é mais unido do que nós somos com o Senhor,
nosso Salvador, nosso Redentor! Enquanto nos
regozijamos, lembremo-nos que aqueles que são
feitos participantes da natureza divina manifestarão
seu elevado e santo relacionamento em suas relações
com os outros, e irão torná-las evidente por sua
caminhada e conversas diárias, uma vez que, da
corrupção que está no mundo pela concupiscência,
eles escaparam (2Pe 1:4). Ó, por mais divina
santidade de vida!


Noite "Sou eu porventura o mar, ou a baleia, para
que me ponhas uma guarda?" (Jó 7:12)
Esse foi um estranho questionamento para Jó fazer
ao Senhor. Ele se sentia insignificante para ser tão
rigorosamente vigiado e castigado, como também
não achava que fosse tão rebelde para que
necessitasse ser tão reprimido. A inquirição era
natural vindo de alguém cercado por tais
insuportáveis misérias, mas, ao final, produziu uma
humilde resposta. É verdade que o homem não é o
mar, porém ele é ainda mais problemático e
indisciplinado. O mar respeita e obedece seu limite,
e, apesar de ser apenas um cinturão de areia, ele não
o ultrapassa. Poderoso como é, ele ouve o
mandamento divino, "até aqui", e mesmo na
tormenta mais furiosa, respeita a ordem; contudo, o
homem obstinado desafia o céu e aflige a terra; não
há fim para sua rebelde ira. O mar, obediente à lua,
flui e reflui com regularidade incessante, rendendo
uma obediência ativa e passiva, mas o homem,
inquieto além da medida, dorme em relação aos
deveres, sendo indolente quando deveria estar ativo.
Ele nem vai, nem vem, ao comando divino, mas,
com tristeza, prefere fazer o que não deveria, e
abandona aquilo que lhe é exigido. Cada gota no
oceano, cada floco de espuma efervescente, cada
concha e seixo sentem o poder da lei, e recuam ou
se movem imediatamente. Ó, que a nossa natureza
fosse senão um milésimo conformada com a
vontade de Deus! Chamamos o mar de falso e
inconstante, porém como é constante! Desde o dia
de nossos pais, e o tempo antes deles, o mar está no
lugar onde sempre esteve, batendo nas mesmas
falésias com a mesma melodia; sabemos onde
encontrá-lo; ele não abandona seu leito nem o seu
incessante rugido; contudo, onde está o homem vão,
o homem inconstante? Pode o homem sábio
imaginar por qual loucura será logo seduzido de sua
obediência? Mais precisamos de uma guarda do que
o mar revolto, pois somos muito mais rebeldes.
Senhor, governa-nos pela Tua própria glória.
Amém.
"Floco de espuma esfervescente" é uma referência
ao livro "O Cruzeiro do Midge", escrito pelo
novelista inglês Michael Scott (1789 - 1835). (N.T.)

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