quarta-feira, 23 de setembro de 2020

163-NÃO CRER (caminho verdade e vida)

163-NÃO CRER
“Mas quem não crer será condenado.” — Jesus. (MARCOS, capítulo
16, versículo 16.)
Os que não crêem são os que ficam. Para eles, todas as expressões da
vida se reduzem a sensações finitas, destinadas à escura voragem da morte.
Os que alçam o coração para a vida mais alta estão salvos. Seus dias de
trabalho são degraus de infinita escada de luz. A custa de valoroso esforço e
pesada luta, distanciam-se dos semelhantes e, apesar de reconhecerem a
própria imperfeição, classificam a paisagem em torno e identificam os
caminhos evolutivos. Tomados de bom ânimo, sentem-se na tarefa laboriosa
de ascensão à montanha do amor e da sabedoria.
No entanto, os que não crêem, limitam os próprios horizontes e nada
enxergam senão com os olhos destinados ao sepulcro, adormecidos quanto à
reflexão e ao discernimento.
Afirmou Jesus que eles se encontram condenados.
A primeira vista, semelhante declaração parece em desacordo com a
magnanimidade do Mestre.
Condenados a que e por quem?
A justiça de Deus conjuga-se à misericórdia e o inferno sem-fim é imagem
dogmática.
Todavia, é imperioso reconhecer que quantos não crêem, na grandeza do
próprio destino, sentenciam a si mesmos às mais baixas esferas da vida. Pelo
hábito de apenas admitirem o visível, permanecerão beijando o pó, em razão
da voluntária incapacidade de acesso aos planos superiores, enquanto os
outros caminham para a certeza da vida imortal.
A crença é lâmpada amiga, cujo clarão é mantido pelo infinito sol da fé. O
vento da negação e da dúvida jamais consegue apagá-la.
A descrença, contudo, só conhece a vida pelas sombras que os seus
movimentos projetam e nada entende além da noite e do pântano a que se
condena por deliberação própria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário